Tudo o que se passa em Brasilia é falso.
A “redenção” que nos viria com o corte dos gastos públicos permitidos pela PEC, simplesmente, não existe, seja porque é algo que se dilui no tempo, seja porque o país, há dois anos, vem fazendo cortes brutais, parte da razão que nos leva ao cenário econômico de terra arrasada.
Na política, a obra dos conspiradores, tendo como pontas de lança Moro e a Procuradoria da República (que agora mal disfarça o ataque sobre o próprio Temer) resultou num caos institucional como poucas vezes se viu.
Os agora quatro poderes da República – já que o Ministério Público erigiu-se em um e não vê mal algum em atropelar os demais – têm de tudo, menos a independência e a autonomia inscritos na Constituição. Acordos, conchavos, desafios, compadrio, e até desvarios, de tudo há entre eles e em tudo os apetites inconfessáveis de poder.
Na economia, tudo o que se conseguiu foi aprimorar a obra de demolição iniciada por Joaquim Levy, dando a ela traços de perenidade, como a PEC dos Cortes. É como aquelas penas da Idade Média, que não apenas matava o sujeito como tornava malditos seus descendentes por várias gerações.
Nada, porém, enfrenta os problemas de curto prazo, que estão apodrecendo as estruturas econômicas, o emprego e a renda dos trabalhadores, em alguns casos, como o do funcionalismo dos estados e municípios, de forma dramática. Por consequência, vão pelo ralo o consumo, o comércio, a produção, num ciclo medonho de retração que não poupa a quase ninguém.
O “minipacote” a ser anunciado amanhã, se for mesmo o que antecipa Guilherme Moraes no Poder 360, é tão pequeno quanto pode ser a cabeça de quem achar que ele sirva ao menos como analgésico. É só a passagem de mais uns trocados do Governo para o setor privado, via FGTS e parcelamento de dívidas, que não terá efeito algum sobre a atividade econômica, porque não é consumo.
As pessoas de bom-senso percebem o quanto há de falso na desculpa de que Temer herdou a crise. Claro que herdou uma situação terrível, de um governo que, desde eleito, não teve sustentação política para governar e aceitou praticar o programa econômico dos adversários, tamanho era o canhoneio que sofria do então general Eduardo Cunha, com suas pautas-bomba.
Temer, ao contrário de Dilma, teve o apoio mais intenso e sabujo de mídia e parlamento para fazer o que quisesse – ou o que lhe ordenavam – e tudo o que conseguiu foi a promessa do mal contida na PEC dos Cortes. Já para a hecatombe previdenciária, seus próprios defensores admitem que não terá o mesmo sucesso, ou até se terá algum.
O processo golpista – que começa muito tempo antes do golpe em si – representou uma bomba atômica para o Brasil, que continua e continuará por um bom tempo a espalhar seu efeito radioativo sobre nossas economia e nossas estruturas políticas.
A descontaminação do Brasil será um processo longo e doloroso, que só começará com um processo de recuperação daquilo que o golpe destruiu: a supremacia da vontade popular, através do voto.
Porque, nestas ruínas, enganam-se os moralistas, só sobrevivem os ratos.
9 respostas
A frase:
“Porque nestas ruínas só sobrevivem os ratos…” mas nos esgotos.
Bresser Pereira: “Precisamos da renúncia de Temer e de eleições diretas já”
Postado em 14 de dezembro de 2016
Do Facebook do ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira:
(…)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/bresser-precisamos-da-renuncia-de-temer-e-de-eleicoes-diretas-ja/
MELLO FRANCO: GOVERNO TEMER VIROU SALVE-SE QUEM PUDER
“Ao tomar posse como presidente interino, Michel Temer anunciou um governo de ‘salvação nacional’. Sete meses depois, sua administração parece reduzida a um “salve-se quem puder”. O peemedebista chega ao fim do ano com a popularidade na lona e o pescoço ameaçado pelas delações da Odebrecht”, diz o colunista Bernardo Mello Franco
14 DE DEZEMBRO DE 2016
(…)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/270428/Mello-Franco-governo-Temer-virou-salve-se-quem-puder.htm
A “luta” dos R$0,20 imposta pelos semenarcas vale os 20 anos de arrocho !
Confira o legado q vc leitor deixa p o país ao fazer esse teste
http://novoexilio.blogspot.com.br/2016/12/o-teste-do-espelho-por-alexandre-meira.html?m=1
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Os moralistas são ratos bem vestidos, nada mais.
PEC 55 = “nosso Tratado de Versalhes”, o que pariu Hitler. E no Brasil, o que virá?
Texto perfeito FB ! Nada a acrescentar !
Fernando Brito, michel temer não herdou nada, mas tomou. Herdar é receber, e, não, tomar, através de golpe ou de força.