É triste que o debate político se reduza, frequentemente, a parâmetros mesquinhos, do tipo: quem é mais simpático, quem aplicará a melhor pegadinha em outro num debate na TV, quem dirá a frase de efeito mais contundente.
Nestas eleições, estamos diante de um dilema grave. De um lado, um discurso vazio, ancorado no sentimento de antipolítica cultivado há décadas por nossos meios de comunicação. Os erros políticos do governo, ao não prestar atenção a esse problema, foram denunciados sistematicamente por inúmeros movimentos sociais; em particular, naturalmente, por aqueles que lutam por uma comunicação mais democrática em nosso país.
Mas o governo é o resultado de um conjunto de forças sociais e agora está claro que, nos próximos anos, a pressão por mudanças em nosso modelo de comunicação só tende a aumentar. A presidenta Dilma já antecipou que pretende lançar o debate, e defender, uma regulação econômica dos meios de comunicação. O que é o oposto à censura. É libertar a democracia brasileira das garras dos barões da mídia. Até agora, foi o único candidato que mencionou o assunto.
Entretanto, além do problema da comunicação, o Brasil tem um déficit profundo na área de mobilidade urbana. Este talvez devesse ser o debate central nas eleições deste ano.
De um lado, temos uma candidata que surfa na onda da insatisfação popular com os problemas urbanos e políticos, uma insatisfação que é necessária, por ser a principal força motriz das mudanças. De outro, uma outra candidata que, pese a todas as críticas que possam lhe fazer (inclusive as mais levianas, como ser “sisuda” demais), vem apostando pesado na transformação das grandes cidades em lugares melhores para se viver.
De um lado, Marina Silva, com seu trololó antipolítico, demagógico e vazio. Andei analisando seu twitter. É incrível a produção de clichês quase sem sentido.
De outro, Dilma, que está investindo R$ 143 bilhões em mobilidade urbana.
16 respostas
Acabei de ver uma postagem no FB com uma foto de Marina costurando a própria saia que usaria no debate e uma pessoa dizendo que votaria nela por isso, por causa da simplicidade. E muitos curtindo e dizendo o mesmo. É o cúmulo do analfabetismo político!
Pois eu ouvi gente dizendo que vai votar na Marina porque “o sangue de Jesus tem poder”. Tem base um trem desse? E a criatura ainda berrou: “Vou votar com féééé!!!!!”
vamos debater no programa da dilma avanços x retrocesso arrocho!se o povo embarcar porque é dpodo ou analfabeto…..vamos a luta na net nos blogs nos programa com propostas!!!!
Fernando, leve à Dilma e ao PT, através do Brizolinha, que é hora de dar uma guinada à esquerda.
Os votos de Dilma não estão na direita reacionária, e ela precisa mostrar seu lado “mais guerrilheira”.
É preciso mudar a campanha do PT urgentemente.
Com o PSDB era fácil comparar com o passado. Com a Marina é preciso comparar com o futuro.
Mas não o futuro etéreo, abstrato, que só privilegia Marina.
É preciso colocar as cartas na mesa: “Qual é a sua proposta, Marina?”
Por exemplo: “nosso compromisso é em investir no pré-sal. Qual a sua proposta, Marina?”
Isso vai obrigar a Marina a usar seu pequeno espaço na TV para responder a estas questões objetivamente. Se não responder, podemos repetir no próximo programa: “nossa proposta é X. Qual a sua proposta, Marina?”
Esse ki-suco de clorofila só mente, só engana é um embuste !
Mas tem uma coisa terrível no Programa Eleitoral da DILMA na TV, cadê o 13 ?
Não vamos esquecer que a urna eletrônica não tem nomes , só números. A propaganda tem que mostrar a todo instante o 13 !
Quanto ao ki-suco de clorofila , acho que a boa fase dela com o PIG vai começar a minguar esta semana, a ver !
Não me canso de dizer, a culpa disso tudo é do Lula, da Dilma e do PT que não tiveram coragem de peitar a Globo como o Brizola fez. Que arquem com as consequências e vejam ela colocando goela a baixo a Marina, já que o Aécio não decolou literalmente.
É impressionante como um povo que desconhece a sua história consegue cometer o mesmo erro repetidas vezes!!!
Dois presidentes tentaram governar o Brasil sem uma ampla base de apoio político, Jânio Quadros e Fernando Collor, todos os dois foram derrubados pelos conservadores, quando estes, viram que os seus interesses seriam fortemente contrariados por esses presidentes.
Infelizmente, tudo indica, que os brasileiros cometerão este erro novamente:
Em 1960: Jânio Quadros
https://www.youtube.com/watch?v=uHI-M8Shj3Q
Em 1989: Fernando Collor
https://www.youtube.com/watch?v=Bda2hEt8xPU
Em 2014: Marina Silva
https://www.youtube.com/watch?v=JrJmj0yihFY
https://www.youtube.com/watch?v=2R1kbdtuOKc
As semelhanças entre os 3 candidatos é impressionante:
– apareceram repentinamente;
– tinham como principal mote de campanha: o combate a corrupção;
– apresentavam-se como sendo “o novo” na política;
– faziam discursos fantasiosos e mirabolantes;
– foram eleitos por pequenos partidos;
– ostentavam um discurso de ética e transparência da coisa pública;
– pregavam a redução da máquina pública brasileira;
– tiveram forte apoio de grupos americanistas;
– cativaram as famílias com discurso de manutenção dos valores e da ordem;
– seus governos conseguiram desagradar, ao mesmo tempo, os governistas e dos oposicionistas;
– não tinham coerência ideológica;
– propunham durante a campanha o congelamento dos salários;
– renunciaram aos seus mandatos de presidente;
De 30 em 30 anos o Brasil dança congado: Dá um passo para a frente e dois para trás, um passo para a frente e dois para trás…
As conquistas de uma geração não conseguem ser transferidas para a próxima geração.
Quando parece que o país vai engatar, as forças ocultas se movem e o país voltar a descer a ladeira.
Triste sina de um povo que parece, nasceu para ser medíocre.
Cadê o Lula? No programa eleitoral só estão repetindo a mesma gravação… Ele tem muito mais a dizer! Cadê ele???
Infelizmente, tenho que dizer: PIG mais Assembleia de Deus é um perigo visível à reeleição de Dilma! Nada sobre nada (por exemplo, as tais “palestras” que renderam milhões a Marina) é divulgado na mídia.Nada! Uma palavrinha aqui, outra ali, na pág. 5, bem no cantinho. A mídia é o maior partido político da atualidade! Dilma deveria ter feito algo antes, mas…Só nos resta torcer!
Sim, assistiremos, porque quem tem as ferramentas necessárias para desconstruir o discurso vazio não parece minimamente interessado em usá-las. Falo de João Santana e coordenação política da campanha de Dilma. Enquanto eles preferirem assistir passivamente o que está ocorrendo, sim, haverá o triunfo do discurso vazio. Podemos gritar o quanto for nas redes sociais, isso tem influência reduzidíssima na opinião geral. Se a desconstrução não for pela TV, Marina será presidente.
Marina é muito mais perigosa do que se pensa, por que ela não é mais Marina. Ela é apenas a personificação visível de um projeto que está por trás dela e a dirige como a um marionete. Este projeto é muito bem montado para tomar posse do Brasil, e seu slogan, imposto há algum tempo e de alguma forma ao PSB, vem de longe. “Não vamos desistir do Brasil” é um claro aviso às forças progressistas nacionais de que “eles” lá fora e aqui dentro não vão desistir de possuir o Brasil e têm um grande projeto em andamento para tomar o poder no país. Não devemos pensar que Marina age por seus impulsos. Todos os passos em sua campanha estão sendo muito bem calculados por uma equipe de alto nível. Quando ela obedece apressadamente a Malafaia, não é para preservar suas convicções religiosas, porque destas ela abriria mão hoje com facilidade, se pudesse. Esta obediência vem de uma lógica eleitoral clara. É uma decisão de sua equipe de campanha, tomada após todas as ponderações: Os postulados religiosos radicais de Malafaia são o único terreno onde ela, Marina, está entrando no eleitorado de menor renda e baixa escolaridade, e tomando votos de Dilma entre aqueles que deveriam votar no governo por terem sido os grandes beneficiados com suas ações de inclusão social. Luta eleitoral requer cálculo político frio, e a campanha de Dilma está sendo posta à prova de uma maneira mais forte que a esperada. Diante disso, devemos redobrar a coragem e a atenção, para nos anteciparmos e matarmos esta fera no primeiro erro que cometa.
Muito boa, sua análise.
Nas últimas duas eleições a situação era a mesma de hoje, as pesquisas sempre davam vantagens aos tucanos. Como das outras vezes, a velha e combativa militância do PT, diante da possibilidade de ver todas conquistas sociais varridas do país, ressurgirá nas ruas com toda sua força. É verdade que muitos se recolheram, decepcionados com algumas de suas lideranças que no poder esqueceram de suas bases, mas continuaram fiéis ao projeto de sociedade do partido. Muitos mudaram, mas nunca mudaram de lado. Assim diante do risco de sermos governados por banqueiros, empresários do agronegócio predador, fundamentalistas religiosos, economistas tucanos defensores do confisco da poupança e da privatização do país, não tenho dúvida de que a militância das antigas vai à luta. O grande problema do PT será quando esses se forem.
Como pode este discurso apolítico de Marina? Ela se esqueceu que se catapultou graças à estrutura política montada pelo PT?
Ela quer surfar nesta onda de rejeição sustentada pela mídia golpista. Tem uma pulga aqui que está dizendo que estas pesquisas fazem parte deste pacote do golpe.
Sim, temos que nos preparar para a derrota, saber perder é essencial para marcar posições claras, pois o governo de Marina será o mais óbvio fracasso da história. Empurrar austeridade em plena crise gera o que? Governar sem maioria gera o que?
Não podemos cair na cilada do udenismo, caiamos em pé. Podemos ganhar sim, mas estar pronto é tudo. Deixem a UDN fazer o trabalho dela, se não fizerem, se o PSDB quiser renascer nas entranhas do marinismo, isso é ótimo. Só sobrará Lula em 2018 com 70% e sem nenhum pseudo-aliado, será a vitória total e completa do trabalhismo.
Marina só terá duas opções, contradizer tudo o que falou sobre alianças políticas, e portanto, terminar completamente impopular. Ou fazer o que diz e cair em 2 anos, como Collor e Jânio. O PT tem que se posicionar com princípios, valores e posições. Mostrar desapego ao poder, e apego a suas conquistas e bandeiras, observem o PS do Chile, como ele voltou mais forte do que nunca depois que perdeu as eleições.
A derrota para Marina tem essas e outras virtudes, como a de levar tanto o PSDB a extinção, que é o mal menor, quanto definitivamente dar um check-mate no neoliberalismo, que é o mal maior. Pois repito, neoliberalismo, nem com torcida, apoio e dinheiro do mercado (veja o caso do México), sempre, sempre, sempre fracassa.