Auler: Moro patrocinou o “abafa do abafa” sobre escuta ilegal

Marcelo Auler, em seu blog, mostra hoje outra invasão de competência praticada por Sérgio Moro na Operação Lava Jato.

O leitor deve se recordar do episódio do equipamento clandestino de escuta colocado na cela do doleiro Alberto Yousseff que, ao ser encontrado teve como “explicação” o fato de que seria “antigo” e que estaria “desativado”.

Não estava e o agente que o instalou, Dalmey Werlang, em depoimento, afirmou ter sido o responsável pela instalação de grampo ilegal “a mando do delegados Igor Romário de Paula, então Coordenador do Combate ao Crime Organizado, Rosalvo Ferreira Franco, na época superintendente do DPF no Paraná, e Márcio Adriano Anselmo, que coordenava a Operação Lava Jato” no âmbito policial.

A primeira sindicância sobre o fato pela PF, estranhamente, culpou o agente e o delegado que denunciaram o fato. Uma segunda, porém, concluiu que houve, de fato, a escuta ilegal, que produziu 260 horas de gravação, mantidas em sigilo.

Nesta, exorbitando suas funções, o Ministério Público e o próprio Sérgio Moro fizeram o “abafa do abafa” e isto está bem claro nos documentos – oficiais – produzidos no caso.

Auler revela que em 20 de julho de 2017, o delegado federal Marcio Magno de Carvalho Xavier pede ao Juiz Nivaldo Brunoni, da 23 Vara Federal de Curitiba, onde o inquerito tramitava, mais prazo para concluí-lo, mesmo, segundo escreve, estranhando que “os procuradores atipicamente requereram o arquivamento do Inquérito Policial, antes mesmo da realização de diligências básicas e da confecção do relatório final“.

Foi arquivado assim mesmo e, desta forma não se soube que os autos registravam a interferência ilegal de Moro na primeira sindicância, onde “a própria corregedora da Superintendência da PF no Paraná , delegada Rosicleya Baron de Albuquerque Barradas, encaminhou ao juiz a sindicância antes dela ter sido concluída.”

Atendeu um pedido do juiz, como revelou, em depoimento oficial, o delegado federal Maurício Moscardi Grilo, em fevereiro de 2017. Foi Moscardi quem presidiu aquela investigação interna que, segundo ficou provado posteriormente, tinha o intuito de abafar a utilização de uma escuta ambiental na cela, sem qualquer autorização legal.

O vídeo do depoimento do delegado Moscardi revela a interferência de Moro, ilegal, abusiva e, ao que tudo indica, destinada a fazer sumir aquele “deslize” de Sua Excelência. Veja:

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2 respostas

  1. Alguém pode perguntar ao ministro Toffoli como vai ficar o caso específico do Flávio? Sim. Porque ele disse que os casos não ficam paralisados e só dependem de autorização da justiça. Em outras palavras foi o que o ministro Marco Aurélio disse. Acontece que eu soube – alguém me corrija se a informação estiver errada – que o Tribunal de Justica do RJ endossou a investigação o que equivale a uma autorização. Sendo assim, no caso do Flávio a decisão dele estaria impedindo que o mesmo seja investigado com dados compartilhados pelo COAF? Ou ele mesmo deveria ter dado a autorização? Eu acho que o ministro tem que esclarecer essa questão urgentemente..

  2. E o pior é que tudo ocorreu nas barbas de josé eduardo cardoso, que Dilma deixou inexplicavelmente no ministério da justiça por cinco anos. Até cair.

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