Autores da Geração Editorial, no lançamento do Operação Banqueiro; da esquerda para a direita, William Novaes, Palmério Dória, Leandro Fortes, Paulo Henrique Amorim, Amaury Ribeiro Jr. e Rubens Valente.
Posar de vítima, a tática dos poderosos no Brasil
por Luiz Carlos Azenha, no Viomundo.
Minha primeira experiência com a tática foi no interior de São Paulo. Jovem repórter, vi quando um candidato a prefeito de Marília, originário da Arena, o partido de sustentação da ditadura militar, apareceu todo engessado na véspera da eleição e foi acusado de forjar uma surra para despertar compaixão dos eleitores.
Perdeu.
Na campanha eleitoral de 2010, o candidato tucano José Serra foi acusado de exagerar e distorcer as consequências de um protesto contra ele organizado por mata-mosquitos do Rio de Janeiro, que haviam sido demitidos do Ministério da Saúde quando da passagem de Serra pelo cargo.
Jogou a culpa pelo incidente no PT e se disse atingido por um objeto de um quilo.
Foi o famoso episódio da “bolinha de papel”.
Perdeu.
Mas, nem sempre é assim com a tática empregada de forma recorrente pelos poderosos: eles demitem, perseguem, espionam, montam dossiês, promovem assassinatos de reputação.
Denunciados, posam de vítimas. Sustentam que estão sendo perseguidos.
É o que pode acontecer com o jornalista Rubens Valente, da Folha de S. Paulo, que lançou recentemente o livro Operação Banqueiro.
Segundo Valente, o grupo Opportunity foi à Justiça para dizer que o livro é parte de um complô dos adversários do banqueiro Daniel Dantas.
Curiosamente, o próprio livro trata desta tática, adotada por outro personagem: o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que se disse vítima de uma espécie de “estado policial”, bisbilhotado por arapongas em seu próprio gabinete.
As denúncias de Mendes, amplamente repercutidas pela mídia, especialmente pela revista Veja, foram essenciais para criar na opinião pública a comoção necessária à desmoralização de policiais e juizes envolvidos na Operação Satiagraha, posteriormente anulada integralmente pelo STJ.
Não há, de acordo com Rubens Valente, um só fiapo de prova de que Gilmar de fato foi espionado — ele que deu dois habeas corpus ao banqueiro Dantas em período recorde.
A tática de gritar “perseguição” também serve para desviar a opinião pública do debate essencial.
No caso, o conteúdo do livro Operação Banqueiro, que é bombástico e requer investigações.
Nele, Valente demonstra que Daniel Dantas tinha instrumentos — quais, exatamente, não se sabe ainda — para chantagear lideranças do PSDB.
Que um lobista contratado pelo banqueiro tinha interlocução tanto com o então presidente Fernando Henrique Cardoso quanto com o governador/candidato ao Planalto, José Serra.
Num momento específico retratado pelo livro, o objetivo de Dantas era evitar que houvesse uma investigação dos cotistas do Fundo Opportunity nas ilhas Cayman, o refúgio fiscal do Caribe.
A lei proibia que residentes no Brasil tivessem cotas nos fundos que haviam sido formados para participar das privatizações.
Rubens Valente teve acesso a mais de mil mensagens apreendidas pela Polícia Federal, em 2008, na casa de Roberto Amaral, à época lobista do banqueiro.
Trecho do livro:
Também é possível compreender o que seria essa “Operação Copa do Mundo”, pois há inúmeros e-mails tratando do assunto. Amaral pressionava o governo a não dar apoio a um esforço que foi iniciado pelo procurador Luiz Francisco e que passava pelo BC [Banco Central] e CVM [Comissão de Valores Mobiliários], para obter as listas de cotistas do Opportunity Fund nas ilhas Cayman, na berlinda após as revelações do ex-sócio de Dantas, [Luiz Roberto] Demarco. A estratégia de Amaral foi dizer a FHC que, se as listas fossem enviadas ao Brasil, nomes ligados ao tucano viriam a público. Uma nota de imprensa havia dito que Luiz Francisco aumentaria esse esforço após a Copa do Mundo de 2002, daí o nome “operação”. Ao escrever “disse que já tinha agido”, Amaral comunicava a Dantas que o presidente da República estava a par do assunto e teria feito algo não compreensível.
Valente narra que os petistas Milton Temer e Luiz Gushiken se empenharam em obter as listas. Temer, então deputado federal, levou o caso ao presidente do BC, Armínio Fraga.
Não deu em nada.
O autor de Operação Banqueiro conta que Roberto Amaral escreveu um e-mail ao presidente Fernando Henrique Cardoso, em seu esforço lobista, com o seguinte teor:
A estratégia é diabólica: os alvos são os que mandei no último fax e os supracitados [em amarelo]. A fonte é ótima. Já existe uma lista na CVM, inodora, insípida e incolor. São os bois de piranha. Aberto o precedente, aí o L.F. [Luiz Francisco] faz a festa e um carnaval junto, cronometrado para estourar depois da Copa do Mundo, a melhor época, na avaliação do estado maior encarregado desta operação. Contribuição de petista para petista. Sugiro a você, com empenho, que encarregue o ministro Malan de desmontar com urgência esta armação, felizmente descoberta a tempo. O Armínio, embora parente do presidente da CVM, não é indicado para tratar deste caso. Converso pessoalmente. O juiz nas ilhas Cayman de posse do pedido da CVM, se for enviado, libera os nomes dia 15 de junho.
Qual era o instrumento de pressão disponível ao banqueiro? Segundo Valente, o envolvimento de outros bancos em operações parecidas com as do Opportunity, dentre os quais o Pactual, o Matrix e o Garantia, cujos nomes constavam de uma lista apreendida pela Polícia Federal na casa do lobista.
Escreve Rubens Valente:
Trata-se de uma lista de bancos que teriam fundos de investimento no exterior nos mesmos moldes do Opportunity. A estratégia de Amaral era dizer ao Planalto que, caso as listas de cotistas do Opportunity viessem para o Brasil, as dos outros também chegariam, com desfecho imprevisível. Havia um interesse especial sobre o banco Matrix, que teria um impacto “trinta” vezes maior do que o caso Opportunity.
O Matrix, como observou o comentarista Mardones em outro post, tinha papel essencial no ninho tucano. Acompanhem este trecho de uma reportagem da IstoÉ sobre o fim do banco, fechado em 2002:
O Matrix foi fundado em 1993 por um elenco de estrelas das finanças, como Luiz Carlos Mendonça de Barros, que viria a se tornar ministro das Comunicações, e André Lara Resende. Na equipe original de sócios aparecia também o ex-presidente do Citibank no Brasil, Antônio Carlos Boralli, além de Moritz e Ruhman, ex-executivos do Safra, e Tom, que havia trabalhado no Garantia. Em pouco tempo, eles passaram a chamar a atenção pelos bons negócios que faziam com dinheiro do banco, em apostas em juros, câmbio e títulos da dívida. Ganharam muito dinheiro. Só em 1995, o banco lucrou R$ 43,3 milhões – uma impressionante rentabilidade de 44% do patrimônio líquido. Logo o banco foi cercado por boatos de que desfrutava de informação privilegiada, pela presença de Mendonça de Barros e Lara Resende em seus quadros, mas nada foi provado. Mesmo depois da saída de Mendonça de Barros, em outubro de 1995, e de Lara Resende, em agosto de 1997, o banco continuou cercado de boatos. E também continuou a ganhar dinheiro. “O Matrix teve uma das tesourarias mais ganhadoras do mercado, com ou sem o André Lara e o Mendonça de Barros”, diz Erivelto Rodrigues, da consultoria Austin Asis.
Como Rubens Valente diz no vídeo abaixo, o que corria risco de implodir, fossem feitas as revelações que alguns petistas pretendiam e que Dantas tratou — com sucesso — de evitar, era todo o processo da privataria tucana. Ele começa explicando o que era o fundo Opportunity nas ilhas Cayman:
Rubens Valente: A ameaça de “entregar” o Matrix from Luiz Carlos Azenha on Vimeo.
Em tese, a publicação do livro deveria desencadear novas investigações.
Mas antes, presumo, assistiremos ao espetáculo de um banqueiro todo-poderoso, capaz de mover mundos e fundos, se dizendo vítima de “perseguição pessoal” de um simples jornalista.
Nunca faltará “mídia amiga” para vender ao público que a “perseguição” ao banqueiro por parte de um repórter — risível, considerando o poder de cada um — é fato. Coisas do Brasil!
4 respostas
Ei Fernando, sei que não tem nada a ver com o texto, mas gostaria de sua opinião sobre a reportagem abaixo, do site navalbrasi.com – Eventos e Notícias de Petróleo & Gás
NOTÍCIAS, NEGÓCIOS & TECNOLOGIA – OIL AND GAS
Gargalo no refino torna Brasil dependente de combustíveis de EUA e Índia
25/01/2014 | Arquivado em: News | Escrito por: admin
RIO DE JANEIRO – Em outubro de 2007, a então ministra e presidente do Conselho da Petrobras Dilma Rousseff previu com orgulho que novos campos gigantescos de petróleo na costa brasileira levariam o país a uma era de independência energética.
Seis anos depois, ocorre o oposto. O esforço de Dilma para desenvolver a exploração offshore, o seu controle sobre os preços e outras políticas energéticas prejudicaram o setor de refino, tirando dele recursos para a expansão. Como resultado, a Petrobras se vê obrigada a buscar combustível no exterior.
Com refinarias nacionais construídas décadas atrás funcionando a um ritmo, segundo especialistas, perigosamente acelerado para atender a demanda crescente, os carros e caminhões no Brasil são cada vez mais alimentados por gasolina e diesel refinados nos Estados Unidos e na Índia.
gasolina
As importações brasileiras provavelmente bateram recordes no ano passado, correspondendo a cerca de um quinto da demanda nacional.
A situação ainda deve piorar antes de melhorar. As novas refinarias vão somente começar a diminuir as importações em 2015, e as políticas do governo de controle de preços e as regras duras de manutenção indicam que não haverá no Brasil um acréscimo significativo na capacidade de refino por pelo menos mais três anos, provavelmente mais.
Todas as quatro refinarias planejadas pela Petrobras estão anos atrasadas ou paralisadas.
“O Brasil colocou um foco excessivo na descoberta de petróleo offshore e negligenciou o refino”, disse o analista para a América Latina do grupo Eurasia, em Washington, João Castro Neves. “O Brasil está agora dependente das importações de um jeito que não era há anos.”
Não falta petróleo no Brasil. A Petrobras encontrou reservas gigantescas no litoral sul do Rio de Janeiro, e depois de dois anos de estagnação, a produção deve aumentar em 2014.
Apesar disso, uma fatia crescente da gasolina e do diesel do país vem de petróleo de xisto do Texas, Oklahoma e das Dakotas, produto que é refinado na costa norte-americana do Golfo do México.
Uma porção cada vez maior de combustíveis vem também da Índia.
Em vez de aumentar o poder e a influência internacionais do Brasil vendendo o excedente de petróleo e combustíveis para os EUA, país que mais consome petróleo e derivados no mundo, Dilma promoveu políticas que, até agora, têm aumentado a dependência brasileira dos suprimentos norte-americanos.
“As refinarias da costa americana do Golfo do México têm estado entre os maiores beneficiados pelo problema do Brasil”, afirmou Mark Routt, analista da KBC, uma consultoria de Houston.
O Brasil importou cerca de 530 mil barris por dia de combustíveis refinados entre janeiro e novembro, quase o dobro em relação a 2007 –o ano em que Dilma previu a independência energética–, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Um terço das importações foram diesel, usado na grande frota de caminhões que transporta a maior parte dos bens pelo país.
Excluindo as exportações de produtos de baixo valor, como asfalto e coque, o saldo de importações –importações menos exportações– de 2013 deve superar o de 2011, ano em que o déficit foi recorde.
O total de 2013 deve ainda receber um incremento por conta de amplas importações de combustíveis em dezembro, momento de uma crise no refino provocada por paralisações em unidades da Petrobras.
PERDAS CRESCENTES
A raiz do problema brasileiro é a recusa do governo em deixar a Petrobras aumentar os preços dos combustíveis para que eles se alinhem aos preços internacionais.
Enquanto tal política ajuda a manter a inflação sob controle, também significa que a gasolina e o diesel são vendidos no Brasil com um preço de 20 por cento a 25 por cento abaixo do custo de importação, o que contribui para o aumento de demanda e também para perdas da Petrobras.
A divisão da companhia que administra as refinarias e centros de distribuição perdeu mais de 12 bilhões de dólares nos últimos dois anos.
Levando-se em conta que a Petrobras tira cerca de três quartos dos seus dividendos da unidade de distribuição, essas perdas ameaçam piorar ainda mais a situação numa das empresas de petróleo de pior performance no mundo.
Isso tem levado a uma dívida crescente. O endividamento da Petrobras equivale a 73 por cento de seu patrimônio líquido, o dobro da média do setor. O índice é o maior entre as grandes petroleiras do mundo, de acordo com dados da Thomson Reuters.
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, tem dito que é impossível custear o plano de investimentos de cinco anos, no valor de 237 bilhões de dólares, sem aumentar os preços dos combustíveis, mas ela não tem sido capaz de convencer o governo a permitir um aumento substancial.
Como resultado, a empresa tem postergado as refinarias que deveriam fazer da Petrobras uma das três maiores refinadoras do mundo e grande exportadora de combustível por volta de 2020.
O Brasil não é o único importante produtor com problemas no setor de refino. A Nigéria e o México registram grandes déficits na importação de combustíveis, mas eles pagam pelas importações com grandes exportações de petróleo cru. O Brasil até novembro de 2013 era, no saldo, um importador de petróleo.
ACIDENTES
A pressão sobre as refinarias da Petrobras é evidente. Hoje elas funcionam a 97 por cento da sua capacidade, de acordo com Ministério de Minas e Energia. Esses níveis, considerados perigosamente altos, têm como objetivo limitar as importações.
“Funcionar nesse nível por muito tempo significa deixar de lado manutenção, e isso não é seguro”, disse uma pessoa com duas décadas de experiência na administração de refinarias da Petrobras. A pessoa pediu para não ser identificada.
Desde novembro, a Petrobras teve quatro acidentes sérios em refinarias. Um incêndio colocou a Repar fora de ação por quase um mês, unidade perto de Curitiba com capacidade de 200 mil barris por dia e responsável por quase 10 por cento do fornecimento nacional.
Depois do último acidente, a Petrobras disse que “segue rigorosamente o planejamento e todas as regras de manutenção nas suas refinarias”, e que as suas “unidades têm todos os certificados de inspeção” de seus auditores internos e do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP).
Mesmo se os acidentes pararem, o governo prometeu uma manutenção mais rigorosa, o que vai exigir fechamento de refinarias e mais importações.
A primeira nova refinaria brasileira desde 1980, a Rnest, de 20 bilhões de dólares, perto de Recife (PE), deve ser finalizada por volta do fim do ano e vai atingir a capacidade máxima de 230 mil barris por dia em meados de 2015, cinco anos depois do programado.
Com a necessidade de manutenção nas outras unidades, a Rnest vai reduzir a dependência de importações, mas não acabar com ela.
O Comperj, no Estado do Rio de Janeiro, terá a sua primeira unidade, de 150 mil barris por dia, funcionando em 2016, com quatro anos de atraso. No entanto, a unidade vai produzir principalmente petroquímicos, e não combustíveis.
A diferença a favor das importações talvez só comece a reduzir de forma significativa depois de 2017, quando começar a funcionar a primeira das duas unidades Premium, no Nordeste, programadas para processar diesel.
Com as eleições em outubro, a política de preços não deve mudar. Não deve mudar também porque a inflação está ao redor dos 6 por cento, perto do teto da meta do governo.
A inflação alta obrigaria o Banco Central a aumentar a taxa de juros, que a 10,5 por cento é uma das maiores do mundo. Isso complicaria o crescimento econômico, previsto para tímidos 2 por cento em 2014.
Os preços altos podem reduzir a demanda por combustíveis, que há quatro anos tem crescido mais rápido do que a economia, graças também ao corte de impostos do governo para a compra de carros novos. Em grande parte do mundo desenvolvido, a demanda por petróleo e combustível está caindo.
“Com a eleição, qualquer aumento de preços é improvável até o fim do ano, e, mesmo lá, eles não vão acabar com o problema”, afirmou Mauricio Canêdo Pinheiro, do Centro de Economia e Petróleo da Fundação Getúlio Vargas.
O governo e a Petrobras se dizem comprometidos com a “convergência” dos preços doméstico e externo dos combustíveis nos próximos 24 meses, mas eles não disseram como pretendem conseguir isso.
Reuters
Sabemos que a construção de uma refinaria demora cerca de cinco anos, podendo até chegar a mais. Isto depende de uma série de obstáculos a ser vencidos, além do terreno, certificação de impacto ambiental, TCU, MP, licitações para construção e outras cositas más. São muitas dificuldades aqui no Brasil, devido a legislação. coisa que em muitos países não acontecem. Daí muitas vezes o atraso. Estamos vendo isso aí, até para construir uma hidroelétrica no Brasil é um sufoco.
Impressionante a artigo do Azenha.
Pra corroborar a tese (mais que tese, a verdade) de que esses trambiqueiros se posam de vítimas quando descobertos temos o caso vivo, de agora, da prisão do jornalista mineiro Carone por “extorsão”. Pois é.
Agora pra refletir o caso do grampo do Ministro Gilmar e do Senador Demóstenes, o amigo de Cachoeira, o grampeador-mor da Veja, tudo converge para existência de um grampo no telefone do Senador Demóstenes, em conversa com o Ministro Gilmar, que foi fornecido pelo colega deles, o Cachoeira. Esse grampeava muito. E aproveitaram o caso pra dizer que era a PF – leia-se, Delegado Protógenes (hoje Deputado Federal) – com o fito de invalidar a ação policial dele, a Sathiagraha. Para mim, o Senador Demóstenes tem o aúdio do grampo fornecido pelo Sr. Cachoeira, e o mostrou para o Ministro Gilmar.
Isso é muito plausível, visto que o Senador Demóstenes era muito próximo à Cachoeira, que era o alimentador das reportagens investigavas da Veja, do Caneta.
A gravação deve existir, como existem diversas outras, algumas inclusive com cópias guardadas em cofres da Veja, como relatado por Noblat – como os dossiês contra “inimigos” pedidos a Pedro Abramovay quando ele estava no Palácio do Planalto – em especial as disponibilizadas para reportagens da Veja no período eleitoral de 2010 – aquelas capas com o polvo cheio de tentáculos saindo do Palácio do Planalto.
Enfim, Cachoeira faz falta à Veja e à oposição em 2014. Foi o quadro que configurou a maior perda do PSDB e do PIG. Nem Dirceu, nem Genoíno, nem Delúbio, nem João Paulo, nem o “mentirão” fez tanto estrago ao PT quanto a perda de Cachoeira para o PIG (em especial à Veja) e para a oposição.
Li o livro na íntegra, o que me custou algumas noites de insônia e a perda provisória da alegria de viver. Precisei de alguns dias para me recuperar. É tanta sujeira, tanta vilania, que a gente não sabe o que pensar e o que fazer. E todos os personagens envolvidos nas tramoias e falcatruas estão por aí. livres, leves e soltos, curtindo a vida adoidado e tramando mais das suas. Que tristeza!