Blog da Petrobrás começa a reagir, mas muito tarde e ainda de forma amadora

ScreenHunter_3637 Apr. 19 01.08

O blog da Petrobrás parece estar acordando de um profundo coma auto-induzido. Nesta sexta-feira, a Petrobrás publica, com atraso de quase uma semana, vídeos de Graça Foster na audiência no Senado, falando das qualidades de Pasadena.

Texto no blog da empresa: “Pasadena é uma refinaria de 100 mil barris por dia, em localização privilegiada, num dos principais hubs de petróleo e derivados nos Estados Unidos, um dos maiores mercados mundiais de derivados, está num local onde várias refinarias têm um conjunto de operações, favorecendo essa movimentação de carga e a parceria entre refinadores”, diz a presidente da Petrobrás.

Texto no blog da empresa: Graça Foster explicou que a Comissão de Apuração Interna instaurada em março pela Companhia para apurar os processos de compra da refinaria identificou, até o momento, que a Astra não desembolsou apenas US$ 42,5 milhões pela refinaria, mas sim um valor estimado em US$ 360 milhões, sendo US$ 248 milhões pela refinaria e estoques e mais US$ 112 milhões de investimentos realizados antes da venda à Petrobras.

A pergunta que não quer calar é: por que o blog da Petrobrás não publicou esses dados há um mês atrás? Foster apresentou um power point aos senadores? Ora, porque não publica esse documento no blog, com destaque, para dar ao povo brasileiro as mesmas informações que deu aos senadores?

O primeiro vídeo estava com ridículas 8 visualizações na madrugada de sexta-feira. Isso não adianta nada. Não é com amadorismo que a Petrobrás vai vencer o golpe. Gabrielli, quando presidiu a Petrobrás, montou um comitê de crise, com especialistas em mídia, marketing, política, petróleo, internet, governo, em tudo enfim que pudesse ajudar a empresa a reagir aos ataques maciços que vinha recebendo da mídia.

É evidente que Graça Foster, sozinha, não dará conta.

A Petrobrás, ao invés de gastar milhões comprando páginas nos jornalões, agora deve fazer o serviço completo e investir dinheiro para promover esse vídeo nas redes sociais. Mas tem que organizar uma reação profissional, de grande porte, que faça justiça à magnitude e importância da empresa para a economia e para a soberania brasileiras.

Tem que investir na internet, criar aplicativos para ipad, montar equipes para interação e informação dos internautas, promover posts e vídeos, fazer hang-outs com internautas. Tem que ser proativa, agressiva e veloz!

A Petrobrás não tem o direito de ser ingênua, débil ou amadora. Ela tem a obrigação, diante do povo brasileiro, de montar um sistema inteligente de comunicação que a defenda dos ataques especulativos e midiáticos que vem sofrendo.

Por exemplo, a Veja faz esta semana mais um ataque à Pasadena, noticiando que a Petrobrás herdou um terreno e uma fábrica de asfalto que pertenciam à Astra. Ora, vê-se que se trata de uma matéria tosca, como todas feitas pela Veja. Ao contrário da interpretação da Veja, a informação revela que o negócio em Pasadena tem outro ativo importante, que poderia ser usado pela Petrobrás para aumentar suas receitas no mercado americano.

A Petrobrás vai demorar quantos dias para reagir a essa informação? Mais 30 dias?

Tem outra coisa: o significado de Pasadena, como qualquer outra atividade da Petrobrás, vai depender da qualidade da gestão da empresa, e não apenas da comunicação. A Petrobrás tem todas as condições para fazer de Pasadena um passo estratégico para a empresa ampliar sua participação no mercado norte-americano. Tem que pensar em termos de petróleo e derivados, e consolidar Pasadena como fornecedora confiável e importante.

Pasadena agora é questão de honra para a Petrobrás. Se for inteligente, a Petrobrás pode jantar aqueles que tentaram comê-la no almoço.

Mas é preciso entender que há um embate político. A mídia não quer mais saber se Pasadena dá lucro ou quais os benefícios que ela pode trazer à estatal. A ordem é detonar Pasadena, a Petrobrás e atacar o governo. Sabe-se lá para que estratégias usarão com esse objetivo.

É hora de mostrar os dentes.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

21 respostas

  1. [ A Petrobrás tem todas as condições para fazer de Pasadena um passo estratégico para a empresa ampliar sua participação no mercado norte-americano] De fato, para um futura privatização será isso o maior patrimônio: ter mercado lá fora e não apenas aqui com preço controlado pelo governo

  2. Aquele depoimento da presidente da Petrobras, com aquela frase do “mau negócio”, que depois serviu de mote para manchetes do PIG e oposição, foi de uma incapacidade (para não dizer incompetência) incrível. Será que ela não sabia com quem estava lidando ? Sua assessoria não a preparou para o quadro que estava por vir ? Deram “carne” pro leão e o resultado está aí. Vamos ver se daquí para a frente a equipe de divulgação volta a ter a competência da mesma equipe do Gabrieli. Outro dia ouvi, na CBN, um comentário arrasador do Jabor sobre a Petrobras, em seguida, logo após, uma inserção de anúncio da Petrobras. Ou seja, a própria Petrobras patrocina os seus detratores. Haja ” sangue de barata” para agüentar tudo isso.

  3. Fui “informado” por um colega de trabalho que a Petrobrás perdera todo o dinheiro gasto em Pasadena. Garantiu-me que o valor da compra teria sido dado baixa contábil. Uma heresia, já que o ativo não desapareceu, continua produzindo, tem valor econômico e contávil.

    Ocorre que investimento se deprecia, perde valor, e somente é dado baixa integral quando é destruido, como, por exemplo, a plataforma P 36, afundada durante o governo de FHC. O máximo que a Petrobrás pode ter feito ( se fez ), foi assumir desvalorização ( impermaint ), como determina o IFRS.

    Para tirar a Petrobrás da letargia, os “blogueiros sujos ” poderiam tentar ouvir a empresa, através de questionário, pontuando exatamente os pontos mais desvirtuados no negócio Pasadena.

    Eu nem perguntaria a Graça Foster sobre o retorno de imagem da publicidade no PIG, detrator da empresa. Focaria no desperdício desse dinheiro gasto em publicidade negativa.

    1. Fui “informado” por um colega de trabalho que a Petrobrás perdera todo o dinheiro gasto em Pasadena] Não existe isso, pois R$ 180 mi já foi oferecido por essa refinaria na hora que a Petrobrás quiser e como precisa vender todos seus ativos no exterior para aplicar no pré-sal, é um bom negócio.

  4. Esses casos são agora puramente de opinião pública. É impressionante a doutrinação e lavagem cerebral do povo, não adianta você abordar ninguém e dar a ela todas as informações omitidas, elas se negam a ouvir e aceitar. No máximo insistem que não faz diferença, a realidade e os fatos não importam mais, criou-se já um imaginário muito forte de corrupção e irregularidades, MESMO que não tenha nada, INSISTEM, “tudo ladrão”.
    Já ouvi isso pessoalmente de um monte de pessoas.

    Tá perdido.

  5. Neste primeiro trimestre de 2014 a refinaria lucrou U$ 58 milhões. Isso projeta um lucro de U$ 230 milhões no ano. O que quer dizer

    1. E por que maldito motivo essa informação, se verdadeira, não está estampada em letras garrafais em todos os jornais e tvs, em anúncios pagos pela Petrobras, já que isso não interessa ao PIG como notícia?
      Um dado como esse calaria de uma vez por todas essa campanha suja contra a refinaria e a Petrobrás. Meu deus do céu, haja incompetência.

  6. Realmente o site da PETROBRAS e uma merda de amadorismo/

    so questoes tecnicas e nenhuma politica de defesa do nome da empresa

  7. Eu conheço a Petrobras, pelo Fernando.
    Eu conhrço a Petrobras por Lula.
    E conheci um pouco mais de Passadena, pelo Ceverô.
    Mas Graça é porreta tecnicamente..

  8. Alô Foster, contrate algum blogueiro sujo que as coisas serão devidamente postas nos devidos lugares . Que tal o Brito ou Cafezinho???

  9. qua, 16/04/2014 – 09:34 (Ramalho)

    Gol contra de Graça Foster

    Não gostei, por vários motivos, do depoimento de Graça Foster.

    Um destes motivos é Graça ter feito simploriamente juízo de valor da compra de Pasadena sem considerar o contexto da compra. Ao declarar que Pasadena foi um mau negócio, não disse em que momento ela fez a avaliação do negócio e qual o escopo da avaliação (momento da compra, período desde a compra até agora, presente, perspectivas de curto, médio, ou longo prazo).

    Quando a compra foi feita em 2006, não era um mau negócio, e os argumentos de Gabrielli em favor da compra são convincentes. Esta é a avaliação mais importante do ponto de vista político, pois tem a ver com a condução gerencial pela Petrobras da questão no momento da compra: se foi ética, moral, competente, cuidadosa dado o cenário que se avistava e se compatível com o plano estratégico da companhia.

    Se se considera o período desde a compra até agora, o negócio não foi bom, mas, como a própria Graça argumenta, e usou tal argumento em seu depoimento em relação a outros centros de negócio da Petrobras, há centros que são deficitários por anos, antes de produzirem resultados que mais do que compensam os prejuízos.

    Por outro lado, se a avaliação for feita agora, neste momento, levando em conta as perspectivas futuras do mercado de petróleo nos EUA, a compra foi um bom negócio. Vender ou descurar da refinaria agora que ela começa a dar lucro com perspectivas de que continue assim por 20 anos é insensatez, e o aparente desânimo de Foster com a refinaria parece indicar o abandono ou venda (as ofertas de compra estão abaixo do total investido em Pasadena) da refinaria, .

    No momento da compra, em 2006, não era possível antecipar a crise econômica americana e mundial. Aliás, a própria Graça Foster, em seu depoimento, como antes mencionado, falando de outras iniciativas da Petrobras, disse que há áreas na companhia que incorrem em prejuízos por anos, e que, depois, produzem lucros que mais do que compensam os prejuízos. Este parece ser o caso de Pasadena, pois as perspectivas de resultado da refinaria para os próximos anos são muito atraentes. A presidenta, porém, não usou o argumento de flutuação de resultados de centros de negócio para o caso de Pasadena, disse, apenas, que Pasadena foi um mau negócio.

    A aparente má vontade provinciana de Graça Foster em relação a Gabrielli, que parece decorrer de conflito entre a atual administração e a anterior, é ruim para Graça, Gabrielli, Petrobras, governo e Estado. Como a isenção de seu depoimento foi prejudicada provavelmente por isto, as informações que prestou ao Congresso ficaram em parte viciadas. Por exemplo, não obstante Pasadena ter lucrado US$ 52 mi em fev e mar (não ficou claro se o lucro foi em cada mês, ou nos dois em conjunto), Graça disse que Pasadena não mais é importante. Isto significa o quê? Vender a refinaria quando começa a dar lucro e há perspectivas de continuar a lucrar? Se não for isto, foi o que a presidente da Petrobras deu a entender. E a afirmação peremptória de Graça de que Pasadena foi um mau negócio, dadas as variáveis em jogo (como momento da avaliação, indicadores de preço de barril destilado na época da compra, flutuação natural de resultados e perspectivas de longo prazo para a refinaria), é, para se dizer o mínimo, precipitada (não chegarei a ponto de dizer que a afirmação é de má-fé, para atacar seu antecessor).

    O depoimento de Graça Foster foi ruim também por outras razões. Faltam-lhe carisma e consciência de seu papel. Apesar do discurso dela de que sua função não é política, é claramente. Um sinal disto foi o ataque do líder da oposição acusando o marido de Foster de ter contratos com a Petrobras (esse líder jurou de pés juntos que a Petrobras teria confirmado a notícia da Folha de São Paulo de que o marido de Foster teria 20 contratos com a companhia, quando era exatamente o contrário, a Petrobras tinha desmentido a notícia Folha). Se aquilo fosse uma reunião gerencial apolítica, Foster não teria recebido este ataque, que aliás foi ridicularizado por Suplicy ao mostrar o erro grotesco desse líder da oposição. Se Graça entendesse que seu depoimento era político e que ela é um agente político do governo, teria avaliado Pasadena considerando todos os fatores em jogo, e não afirmado simploriamente que foi um mau negócio, manchete pronta para os jornais de oposição, até porque Pasadena não foi um mau negócio. Como se diz, Graça fez gol contra.

    1. Todo presidente de uma SA é um Agnte político (implementa as políticas da empresa). No caso, da Petrobrás, além de implementar as politicas da empresa, seu Presidente deve compatibiliza-las com as politicas publicas para o setor e implementar o que lhe compete. Gerents e técnicos compõem a sua diretoria e suaa equipes tecnico0operacionais. Ela não entendeu ainda a sua função, não tem paixão pelo que está fazendo e até sua aparencia não condiz com a de presidente da maior empresa brasileira e uma das maiores do mundo na área de petroleo e gas.

    2. engraçado…
      a Foster me lembrou Rosa Weber na AP470 : “não há provas contra ele, mas a literatura me permite condená-lo”…
      me lembrou muito…

      as garotas da Dilma detonando o próprio pé, triste.

  10. Meu santo não combina com o da senhora ‘foster’, de jeito nenhum. Não gosto de sentir o que sinto por ela e aumentou, depois de seu depoimento.
    DEUS, ME PERDOA!

  11. Cadê o Lobão que não defende a Petrobrás. Já está na hora do PMDB assumir sua participação no Governo.

  12. Parece que o Governo e a própria Petrobras ficaram receosos de que algo oculto houvesse e ainda não claro estivesse. Pecaram por falta de confiança na própria Petrobras. Agora, já há condições de redação de uma nota muito bem escrita explicando tudo sobre esta refinaria. Mas terá que ser muito bem escrita, para não deixar ponto sem nó. A base da nota poderia ser o depoimento do senhor Cerveró, impecável e irreplicável, mais os depoimentos de Gabrielli e de Graça Foster. Uma nota a ser emitida em todos os mais importantes jornais e revistas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *