Jair Bolsonaro, informa o UOL, está tirando de seus fanáticos o argumento de dizer que o desgaste de sua imagem é produto da “vingança” da Globo – ou “Globo-Lixo”, como a chamam, não sem doses de razão – por ter perdido a as verbas de publicidade com que era brindada em outros governos.
Só que, em ano eleitoral, a emissora está recebendo um baita “Auxílio-Emergencial” do Planalto: de janeiro a junho de 2022, os valores líquidos pagos pelo governo federal pela veiculação de materiais publicitários à Globo, subiram – comparados aos de 2021, de R$ 6,5 milhões para R$ 11,4 milhões, alta de 75%.
E o perfil desta propaganda também mudou: caíram 96% as peças classificadas como “utilidade pública”, destinadas a dar informações e orientações aos brasileiros (por exemplo, a vacinação) e aumentaram em 86% as campanhas “institucionais”, que sugerem que a ação governamental é eficiente, maravilhosa e “honesta”, como é o caso de peças como a dos Correios, que mostram uma empresa que teria “uma gestão correta e transparente” em favor da “Pátria da Esperança”.
É tão boa, claro, que o governo fez e faz de tudo para vendê-la.
A Globo, claro, embolsa seus milhões e espera o que realmente importa para ela: o parecer do governo sobre a renovação de sua concessão, que vence no dia 5 de outubro, três dias após a eleição presidencial em primeiro turno e que Bolsonaro vinha ameaçando não sugerir ao Congresso, que é quem tem o poder de cassá-la.
Ou melhor: o “não-poder”, pois quem será o parlamentar que porá o pescoço para fora com esta posição, para ser degolado em tela pública?