O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou há pouco que vai interromper as suas atividades, depois de amanhã, para acompanhar Jair Bolsonaro numa visita a Chapecó, em Santa Catarina.
Será o espetáculo de humilhação pública a que Queiroga se prestará, indo posar ao lado do prefeito da cidade, que publica vídeos nas redes sociais dizendo que a cloroquina está levando Chapecó a ficar com os hospitais às moscas, vazios, quase sem casos para atender.
Em discurso, diz que a cidade é um “exemplo” de sucesso, porque “naquele município o médico tem liberdade total para trabalhar com o paciente”. Ou seja, tem incentivo do prefeito a entupir seus pacientes com medicação imprópria e perigosa.
Claro que a história do “exemplo” não é bem assim: em janeiro, logo após a posse, o prefeito João Fernandes (PSD) desceu cloroquina e ivermectina goela abaixo da população.
Isso não impediu, um mês depois, que o próprio prefeito definisse a situação de Chapecó como a de colapso da Saúde.
No início do mês passado. ficou sabida nacionalmente conhecido o transporte de pacientes de avião de Chapecó para o Espírito Santo, por falta de condições para atendê-los.
A situação continua ruim e você pode ver que a ocupação dos leitos de UTI, que segue em 100%, tanto no Hospital Regional do Oeste (público) quanto no hospital da Unimed na cidade.
O prefeito, porém, gravou um vídeo autopromocional, dizendo que as UTIs estão vazias, sem pacientes. Os leitos que mostra, porém, são de uma unidade que transferiu 85 pacientes para outras instalações e está sendo desativada: o Centro Avançado de Atendimento à Covid, que tinha 75 leitos de enfermaria e mais 25 de unidade semi-intensiva, onde se esperava a remoção para uma UTI.
É claro que Marcelo Queiroga sabe de tudo isso, mas irá, quarta-feira, participar da farsa presidencial da “cloroquina (ou ivermectina, ou spray nasal, ou feijão do Valdomiro) cura na hora.