Jair Bolsonaro é um sequestrador de símbolos, sejam a bandeira do Brasil , a ideia de Deus ou a festa de N. S. Aparecida.
O que pertence a todos passa, no seu processo de usurpação permanente, a pertencer exclusivamente a ele.
Não é diferente do que sempre fizeram ditaduras, nas quais procura-se monopolizar o amor ao país naqueles que apoiam o governo, neste caso agora com o “aditivo” divino, que “excomunga” todos os que, crentes ou não, não integram a falange governista.
Agora, Bolsonaro manda estender imensas bandeiras brasileira no Planalto e no Alvorada – prédios tombados, cuja a fachada não pode ser, mesmo que por elementos de decoração, alterada – não para louvar o país ou por um momento de festa, de alegria, de congraçamento.
Não, apenas para louvar a si mesmo e usá-la como propaganda eleitoral, como faz com Deus e fez com a celebração da padroeira.
Quem sabe amanhã mande demolir aqueles palácios, porque projetados por um notório incréu, Oscar Niemeyer?
A bandeira que ele manda esticar é a dos fortes, a dos armados, aos que podem comprar fuzil sem comprar feijão.
E a pátria não é também a dos que dormem nas calçadas, sem bandeiras a cobrir-lhes senão a dos cobertores rotos e encardidos.
Não é a pátria dos meninos com fome de tudo, e de futuro também, não é a pátria das florestas ardendo, dos rios cheios de mercúrio ou de esgotos.
Não é a pátria mãe dos seus filhos, e que não lhes é gentil.
A verdade é que Jair Bolsonaro não defende a ideia de um país, algo que necessariamente pertence a todos, para que pertença e simbolize apenas a si próprio.
A estupidez tem seu ego e ele é monstruoso.
Porque ela nega tudo aos outros, inclusive suas ideias, sua fé, sua pátria. O único que permite é a submissão, a idolatria a seu líder como símbolo.
Aproxima-se, porém, o dia de retomar esta bandeira da mão de seu sequestrador.
Ela é minha, sua, é de todos, ainda que tenha sido capturada por homens maus, de quem, dia 15, a resgataremos com a mão do povo.