O ministro Celso de Mello manda à Folha mensagem que não poderia ser mais clara, apesar da rápida ressalva de que a situação “se confirmada” revela:
“a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de Poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático!!!”
Que o decano do STF perdoe, mas a “hostilidade aos demais Poderes da República”, “o desapreço” e a “inaceitável degradação do princípio democrático”, vem de muito antes, do caldo de histeria que, sob o a inação ou o patrocínio da Suprema Corte brasileira praticou-os o então juiz Sergio Moro, ao qual se entregou o monopólio da cruzada anticorrupção, com violações absurdas do devido processo legal e do princípio do juiz natural, que concederam a um juiz de piso curitibano o papel de panacéia de todos os males do Brasil.
Sergio Moro é a raiz de Jair Bolsonaro, um nada político e um primitivo violento e desbocado que assim continuaria a ser se o ex-juiz, agora seu ministro e aspirante à faixa presidencial, não tivesse tornado pestilento e irrespirável o ar político deste país.
Está nas mãos dele, Celso de Mello, o poder de cortar, em parte, as raízes que alimentam o monstro. Atestar a evidente ilegalidade que marcou os processos conduzidos por ele é, ao mesmo tempo, o dever de qualquer magistrado que se apegue ao cumprimento dos princípios legais como, também, um ato político a sinalizar que está fechada a porta do Supremo para um atrabiliário, que se não sabe guardar a lei processual menos ainda pode ser guardião da Constituição.
Cortes supremas, por definição, são políticas na mais alta acepção da palavra – sim, a política é arte e ciência do convívio humano!. E é um dever político daquele tribunal bloquear todos os caminhos de uma aventura autoritária.
Porque o “se confirmada” do ministro torna a reação tardia demais.
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Enquanto os democratas ficam pensando, avaliando se houve crimes, os larápios agem sem pestanejar ...
A estupidez foi parida por muita gente . Principalmente por aqueles " lideres do congresso " , nas pessoas de seus presidentes . Por diversas vezes Maia , o botafogo , se manifestou na grande mídia dizendo que não aceitaria pedido de Impeachment . Só na globo news foram três vezes , duas vezes na folha , etc ,etc .
O que tem por trás dessas manifestações de botafogo , o que faria ele mudar de ideia agora ? .
Foi a primeira vez que um presidente da câmara se manifestou antecipadamente a repeito do assunto .
perfeito
esses togados dormem em cima dos processos, empurram com a barriga o quanto podem e favorecem assim essa situação que só se agrava
Belo texto, Brito. Um juiz sugere ao MPF a retirada de uma procuradora que era mal avaliada por ele na condução das oitivas, indica testemunha fora dos autos e recomenda uma nota ao MPF para rebater o "showzinho" da defesa. O Dallagnol age como um subordinado do juiz, diz que vai simular uma denúncia anônima para convocar uma testemunha indicada pelo juiz fora dos autos e recomenda uma operação de busca e apreensão por mero motivo simbólico num momento eleitoral. Mas o Conselho Nacional do Ministério Público arquiva a investigação da conduta do Dallagnol, o STF adia o julgamento da suspeição do Moro e jornalistas, ministros do STF, deputados, senadores, membros das forças armadas fazem a defesa incondicional do Moro e lava jato. Não estamos mais sob o império da lei quando aceitamos as transgressões daqueles responsáveis pela sua aplicação. O voto de Celso de Mello pela suspeição do Moro é fundamental para os pilares do nosso combalido Estado Democrático de Direito.
Eu só acho que o juiz do stf está jogando para a galera!! Se o desrespeito à democracia fosse causado por algum político de esquerda, ele estaria escrevendo uma página e dando inúmeras entrevistas. Se fosse contra o Lula, não pararíamos de ouvir citações. Eu acho contraproducente tentarmos defender o STF. Ou a esquerda cai na real que só tem ela e ela mesmo, ou vamos baixar a cabeça e ficar quieto. Eu quero ver ação!!
O cerco(ou circo) que se iniciou com o Joaquim Barbosa que pariu Moro e depois Bolsonaro, defensor do autoritarismo e da bandidagem representada pelas milícias, são consequências da balbúrdia que tomou conta da suprema corte, que se apequenou diante da opinião publicada, agora não adianta chorar.
Ignorância popular pode ser usada por qualquer um.
Brito. Grande Brito Britador.
Moro pariu a estupidez e o STF acalentou o bebê.
Ominoso... é isso mesmo! Tudo se tornou ominoso no Brasil após botarem um marreco para substituir toda a Justiça.
Curioso é que os ministrões togados ainda não tiveram a capacidade de eliminar as tarefas ominosas que estão em prática no Brasil.
Caro de cano... De cano caro... Será que ainda dá tempo?
"Porque o “se confirmada” do ministro torna a reação tardia demais."
Pois é. Este é o grande problema: os fascistas já passaram. Com facilidade. Faz tempo. E todo mundo age como se estivéssemos próximos à normalidade, como se a situação fosse uma pequena rachadura e não um grande buraco na parede.
Parece um mecanismo de defesa pra acobertar a própria responsabilidade, seja por inação ou até mesmo cumplicidade, na escalada do descalabro.
O ex-juizeco está para ser desnudado.
Após 30 anos de encobrimento, por um pacto entre todo o espectro político, empresariado, mídia, sistema financeiro e judiciário, será revelada a verdade sobre as contas CC-5 do Banestado.
Vai ser um terremoto de proporções apocalípticas.
Uma multidão está com insônia, por conta da dor no rabo preso.