Bolsonaro tornou 7 de Setembro dilema para militares

Quem vai desfilar pela Esplanada dos Ministérios na manhã de 7 de setembro, as Forças Armadas do Brasil ou as Forças Armadas de Bolsonaro?

Cada vez mais é este o dilema que se coloca aos chefes militares, a quem a patacoada internacional protagonizada pelo atual presidente deixaram na vexatória situação de, por falta de reação prévia deixaram-se ser apresentadas como ferramentas de um golpe e receberem, por isso, uma advertência antecipada de que não haverá reconhecimento internacional a uma aventura golpista.

Para as Forças Armadas brasileiras, um desastre cujos danos excederiam os sofridos pelo próprio Bolosnaro, porque se estenderiam além de sua inevitável queda, em dias ou meses, após a ruptura da ordem democrática. Tornaria inevitável a perda das autonomias que hoje gozam e até mesmo o expurgo desmoralizante dos que se meterem numa quartelada eletrônica.

Da imagem pública interna, que já se vai se corroendo, mas aos nossos civis é sempre possível a ilusão de que se os possa tratar a bordoadas, o que não é possível em relação a governos estrangeiros.

No ano passado, argumentando os riscos da pandemia, o desfile militar foi cancelado e o espaço ficou apenas para a manifestação bolsonarista.

Agora, o próprio presidente diz que a parada será “muito grande”, sob o argumento de que são os 200 anos da Independência.

O que vai separar a manifestação de apoio a Bolsonaro da exibição militar?

Os generais precisam decidir sobre isso. Eles, sim, têm as armas, mas terão as condições de usá-las?

 

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