Jair Bolsonaro vai ou não vai ao debate de amanhã?
Diz que não vai, diz que vai, mas “não bateu o martelo”. Pode ir, mas “vai ser fuzilado”. E, portanto, pode não ir para não ser “fuzilado”.
É a pura mente bolsonarista agindo: criar um factoide (vai ou não vai?) que se torna mais importante que os fatos: o que ele tem a dizer sobre sua atuação e seus planos.
Cria uma armadilha para Lula, que fica dependente da sua decisão, pois não é Bolsonaro, mas ele quem vai se submeter ao fuzilamento de candidatos que nada têm de popularidade, mas terão tempo igual para despejar sobre ele – e não sobre um ausente – seus discursos e, está claro, as suas provocações.
É tudo um jogo, no qual a regra, para ele, é só a que vale em todos os aspectos da sua atuação: manipular para vencer.
O debate, em si, terá uma audiência pequena, ainda que os dois principais candidatos estejam presentes. Ausentes, será pífia.
Há mil argumentos para Lula não comparecer caso Bolsonaro não vá.
Mas nenhum é mais forte que a inspiração do próprio Lula e pode ser que seu astral esteja tão bem que ache que, depois do William Bonner, nenhum adversário pode abalar seus nervos e protegê-lo de qualquer escorregão. mesmo que esteja diante apenas de outros adversários.
E é só por isso que Bolsonaro pode correr o risco de ir.