Bolsonaro vai se acalmar até o ‘Jornal Nacional’, na 2ª?

Diz Igor Gadelha, no Metrópoles, que Jair Bolsonaro, até agora, recusou-se a fazer midia trainning simulando o clima da entrevista que dará, segunda-feira, ao Jornal Nacional.

Não devia, ainda mais na evidente situação de nervos à flor da pele em que está – apenas ontem acumulou o episódio do “Tchutchuca do Centrão e dois “cala a boca, eu te perguntei alguma coisa?” à sua equipe de campanha, em São José dos Campos e na sua live.

É muito difícil pensar em um Jair Bolsonaro simpático, espirituoso e que saiba alternar às falas sérias ou programáticas momentos de leveza e descontração.

Ele não é assim nas condições normais de temperatura e pressão, como poderia ser exposto às tensões de uma eleição onde está empurrado a tirar uma diferença imensa nos que serão os 40 dias desde a sua ida ao JN?

Bolsonaro vai precisar de muito esforço para criar um clima positivo, mesmo tendo um rosário de temas simpáticos a desfiar – queda no preço da gasolina, inflação em queda, auxílios turbinados – mas, em todos eles, vai ter de enfrentar a questão crucial: por que só agora, à véspera da eleição, quando antes era gasolina em alta, inflação disparando e auxílios cancelados?

De um lado, o risco de dizer que tudo está uma maravilha; de outro, o de escapar da evidente intenção.

As manifestações democráticas, a marca recorde de apoio à democracia no Datafolha, o fiasco de colocar os militares de carona em suas manifestações do Sete de Setembro vão ter uma reação de cara de espanto de “golpe? que golpe?”.

Willian Bonner e Renata Vasconcelos, os entrevistadores, estão, com certeza, se preparando para a entrevista. Nenhum dos dois vai querer ficar com a imagem de quem se intimidou diante de Bolsonaro e têm reações prontas para eventuais “coices” do ex-capitão. Inclusive, os possíveis ataques à Globo.

Ambos, além do mais, têm um “ponto” no ouvido – e terão com todos os candidatos – para lhes dar munição. Bolsonaro, no máximo, os rabiscos na palma da mão de que se serviu há quatro anos.

Era bom “jair se preparando”. Embora, no estado em que ele está, isso fosse adiantar pouco.

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