Bolsonaro vai ser mais perigoso a cada dia

Embora, como já se disse aqui, ainda seja impossível definir com precisão o tamanho do estrago econômico provocado, no mundo e aqui, nenhuma dúvida há de que será imenso e desastroso.

Ainda mais porque, no exterior e em torno de nós, segue imprevisível a duração da retração social que, apesar de todas as pressões do capital e de governantes desgraçados como o que temos, está levando para baixo produção, negócios e consumo – e nessa ordem.

Os números de março são “fichinha” do que serão os de abril, pois tivemos quase uma quinzena, ainda, de “vida normal”.

Não será nenhuma surpresa se caírem em torno de 30% em relação ao ano passado e será um tombo enorme sobre o que já estava longe de ser bom.

Este é o índice que se prevê – hoje mesmo o ex-ministro e Secretário de Fazenda de SP, Henrique Meirelles o estimou em 30% – para a redução da arrecadação de ICMS e isso desconsidera o comércio informal e semi-informal, que passou a ter renda zero.

Tudo o que se está decidindo em matéria econômica que não seja o essencial para fazer pessoas e empresas sobreviverem a um lockdown parcial e, adiante, total, fede a oportunismo e a sangramento dos dinheiros públicos.

Mas há um perigo maior, aquele que se configura em termos um homem em surto na Presidência.

Bolsonaro não tinha projeto econômico algum, exceto o “vende-tudo” de seu posto Ipiranga, esvaziado antes e, agora, com a crise do coronavírus, transformado em um traste inservível.

Agora, com a economia completamente arruinada , sua saída será culpar os “quarentenistas” e, provavelmente, entregar a economia a um de seus dois prepostos: o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ou o do Banco do Brasil, Rubem Novaes.

Ambos são privatistas militantes e portadores de uma teoria econômica que pode se resumir numa tesoura.

Ao mesmo tempo, a definitiva perda de base política – seja no Congresso, seja no Judiciário, seja na classe média que dele desertou – sua tendência será apelar para um grau de ferocidade – parece incrível que assim possa ser – maior do que o de hoje.

Não sabemos quando teminará a pandemia, mas podemos perfeitamente que o governo Bolsonaro não terminará.

 

Fernando Brito:

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