Caiu, e caiu feio, por 331 a 134 votos, a proposta de tornar facultativo o voto no Brasil.
Não houve esta imensa maioria contrária, claro, movida pelas razões que abaixo defenderei, mas por pragmatismo eleitoral: como disse antes, este Congresso não mudará nada – o próprio financiamento privado já é o que se pratica, hoje – porque não há autonomia na decisão de quem se beneficiou dos critérios em vigor.
É por isso que, para haver reforma profunda, só mesmo com uma Constituinte exclusiva, sem deputados e com integrantes inelegíveis como deputados, a seguir.
Voto facultativo é dar mais poder a quem tem dinheiro para arregimentar e mobilizar eleitores, desde os que o recebem das corporações até aos “pequenos poderosos” da política do interior que teriam , além disso, maneira de controlar o eleitor pelo comparecimento daqueles que “não deveriam ir votar”, pois não são os seus arrebanhados.
Sem falar dos neocoronéis da religião – e ressalvo que que não estou falando da fé, mas dos que a vendem como política eleitoral.
E para os velhos coronéis da mídia, que acreditam que seu imenso poder de mobilização e até de comoção na sociedade lhes permitiria, com o fim do voto obrigatório, mandar (mais) em seus resultados.
Mesmo tirando estes “fenômenos” da política brasileira e sem apelar para a questão da educação cívica (na qual eu acredito ao ponto de ter cedido meu primeiro ato de votar para presidente, em 1989, para minha filha de nove anos), é uma tolice falar que voto facultativo é liberdade, a não ser que seja para o dinheiro imperar (mais) nos processos eleitorais.
Quem duvidar, leia o que andou dizendo, faz pouco tempo, o presidente norte-americano, Barack Obama:
“Seria transformador se todo mundo votasse”. “Isso iria contrariar dinheiro (nas campanhas) mais do que qualquer coisa. Se todo mundo votasse, isso iria mudar completamente o mapa político neste país.”
Espero que baste para mostrar que o voto obrigatório está longe de ser algo “bolivariano”, até porque na Venezuela o voto é facultativo, embora participação do eleitor, lá, aumentou desde o voto obrigatório, dada a mobilização e a polarização permanentes da política no país.
Mas qual foi este milagre capaz de unir os votos do PSDB aos votos do PT e separou o tucanato parlamentar de sua amada mídia?
Uma lei que os impedia de fazer diferente: a lei da sobrevivência.
15 respostas
Caro Fernando
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Tive o desprazer de assistir, hoje, dois comportamentos vergonhosos do Congresso, um na Câmara e outro no Senado.
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Na Câmara, DURANTE uma sessão legislativa, que virou uma procissão seguida de missa, um bando de deputados energúmenos rezando o Pai Nosso em volta da mesa de Eduardo Cunha, enterrando mais um pouco o Estado Laico brasileiro. Neste caso, deve-se elogiar o comportamento de Roberto Freire, o único deputado a censurar no microfone esta esculhambação, mesmo debaixo das vaias dos ‘pastores e padres’.
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A outra vergonha partiu do senador vigarista Delcidio Amaral, do PT e líder do governo, que tomou o microfone para elogiar José Serra e se dizer ‘pessoalmente’ de acordo com a proposta do representante paulista dos interesses da Chevron & Cia, no sentido de retirar a participação obrigatória de 30% da Petrobras na exploração do pré-sal. Numa tremenda canalhice, Delcidio Amaral faz isto enquanto a Chefe do Governo, do qual ele é líder, está no exterior, com o mesmíssimo argumento de Serra de ‘ajudar’ a Petrobras. Não à toa, recebeu em seguida os elogios fervorosos de Serra.
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Lembrando que a situação no Senado foi criada pelo energúmeno Renan Calheiros, que pôs em votação diretamente no PLENÁRIO a proposta de Serra, sem encaminhá-la às comissões.
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Gostaria que você assistisse os discursos destes sacripantas no Senado, se é que já não viu, e expusesse aqui a sua opinião. Se possível a tempo de levantar o assunto, para que tamanha vergonha não possa ser omitida no congresso do PT.
Francisco, ví também o papel traidor deste Senador Delcídio, que, acho, o PT deveria expulsar do partido. Vergonhoso!
Esse Delcidio é um tucano antigo. Era e continua sendo um tucano. Não sei porque está no PT.
O psdb deve ter chegado à conclusão de que com o voto facultativo o PT cresceria e o psdb definharia ainda mais.
Fala mal dos pastores, mas são eles que foram a base aliada da Dilma.
A solução pro brasil é o aeroporto. A esquerda não pensa, não tem autocrítica, e o povo deu uma guinada a direita, mas não a direita liberal, e sim uma direita dos anos 60, crente, troglodita. Vai levar décadas para o país se recuperar do MAL que o PT de LULA causou.
Mas eles, do PT, vão estar aproveitando seus milhões em algum paraíso por ai…
… Já otários como o Fernando Brito que se vendem por muito menos… esses vão estar em alguma cela do DOPS ou refugiados no uruguai.
Mais um terceirizado tucano batendo o ponto. Ô gente chata!
Brito, verifica. Um fato hoje, ultimamente são muitos, me chamou a atenção. Como pode um diretor da Petrobras, que deve ganhar como todo diretor de uma mega empresa, um salário de mais de 100 mil mensal. Falar o que falou.Em dia que a Petrobras, a nossa querida potencia verde amarelo, disparava na bolsa? Me pergunto, num país de autoridades constituídas fortes, mandaria a sua policia federal investigar. Por que?, quem ganhou no day trade, uma fortuna hoje?. È amigo do diretor?, de familiar do diretor? Ou este diretor é um asno, imprudente e incompetente ou está a serviço de alguem ……a petro perdeu 4 bilhoes em 3 horas de pregao…. tres horas…pode?
Investigações no Brasil são seletivas. Provavelmente ninguém vai nem querer investigar.
Com a desinformação produzida pela mídia golpista o voto facultativo afasta, de vez, o cidadão da política e perpetua a despolitização da vida pública.
http://br29.com.br/o-sonho-de-tantos-brasileiros-comprar-uma-fazenda-por-20-dolares/
O sonho de tantos brasileiros: Comprar uma fazenda por 20 dólares
A fazenda Córrego da Ponte, cenário do confronto entre o presidente da República (FHC) e o governador de Minas (Itamar Franco), já custou 20 dólares.
(A matéria foi publicada no ano 2000 pela portal jurídico CONJUR)
Pelo menos é o que consta do Registro Geral de Imóveis de Unaí (MG), onde se informa que o imóvel pertence à Agropecuária Córrego da Ponte Ltda, cujos sócios são Jovelino Carvalho Mineiro Filho, Luciana Cardoso e Beatriz Cardoso.
A fazenda que está sendo protegida pelo Exército, foi comprada por FHC e seu sócio, Sérgio Motta (ex-ministro das comunicações), segundo o cartório, por 2 mil dólares, e, em seguida, foi vendida para uma empresa deles por 20 dólares.
O proprietário anterior a FHC adquiriu as terras, em 1981, por 140 mil dólares.
Diante da curiosa transação, FHC alegou que a fazenda havia sido comprada, na realidade, por 50 mil dólares e que o negócio havia sido registrado em um ‘contrato particular’.
Em 1994, os dois sócios afirmaram que o valor atualizado da fazenda era 400 mil dólares.
Na época, a revista Isto É publicou reportagem informando que FHC havia driblado a Receita Federal e utilizado receitas não declaradas. Ele negou as acusações, alegando que eram acusações infundadas produzidas pela oposição.
A construção da sede nababesca da fazenda
No site do arquiteto contratado podemos ver a suntuosidade das instalações. Luiz Gaudenzi, que é conhecido internacionalmente e admirado por celebridades, classifica o projeto como ” RESIDENCIAL FAZENDA FHC – BURITIS – MG “
O PSDB confunde o público com o privado frequentemente. Vide aeroporto PPP(de posse público-privada) do titio do Aéreo Neves.
Não é a toa que eles privateiam tudo que está ao alcance das garras.
Se o voto for facultativo , o PSDB acaba.
PARABENS BRITO PELO POST
Tenho amigos de esquerda que säo contra o voto obrigatório porque tem a palavra “obrigatorio”… É só mudar para “voto cidadäo” que todo mundo aceita.
O voto facultativo é o começo do fim da democracia..-Se sendo obrigatório quase 30% deixa de votar, imagina no facultativo. a experiência de países com voto facultativo é que só 40 a 60% votam. Imagina um país governado por uma força que representa só 20% da populaçäo (no caso de só 40 % votarem o ganhador poderá governar com 50% dos votos) ou seja, 20% da representaçäo popular. SOCORRO!!!!
Com o voto obrigatório, uma boa parte dos eleitores não votam (justificam) ou votam nulo ou branco. Então, tirar a obrigatoriedade não mudaria tanto assim a proporção de votos do eleito. E acabaria com esse tratamento infantilizador do eleitor, de mandá-lo ir a urna votar. Voto obrigatório deixa de ser um direito para ser um dever. O voto deveria não ser obrigatório, mas consciente. Quem sabe assim os partidos se preocupassem mais em conscientizar os eleitores, ao invés de deixar a mídia fazê-lo (ao avesso).