Casa onde falta o pão…O duelo entre Leitão e o “Tio Rei”

A confusão e a falta de perspectivas do conservadorismo brasileiro estão criando situações que lembram o velho ditado de que em casa onde falta o pão, todo mundo briga e ninguém tem razão.

Um fato absolutamente lateral – embora deprimente – como a instalação de Reinaldo Azevedo no panteão de colunistas da Folha, ganhou uma importância que, absolutamente, não tem.

Mas os que acharam que podiam se podiam conservar com um rótulo de “progressista” ou até “social-democratas” dentro da grande mídia se sentiram de tal forma incomodados que passaram recibo da companhia incômoda daquele ícone do obscurantismo.

Semana passada, a ombudswoman da Folha, Suzana Singer,  chamou-o de “rottweiler”. Hoje, Miriam Leitão, em sua coluna, o chama de “indigente mental”.

É louvável que ainda se incomodem de estarem “dividindo o barco” com Azevedo.

Mas isso não elide o fato de que estão no mesmo barco.

Miriam, por exemplo, tem se dedicado à previsão diária da catástrofe, aquilo a que Lula chamou de “atração pela desgraça”.

Os blogs de esquerda deram-lhe o apelido de “urubóloga”, por isso. Uma critica política, revestida de uma acre ironia, é certo.

Mas nunca se a chamou de “a que ronca e fuça” como faz Azevedo hoje, em seu blog.

No entanto, o epíteto de “blogueiros sujos” foi dado a nós, não a ele.

O que falta a Miriam e a Singer é a coragem básica de fazer o que nós fazemos: questionar os impérios empresariais, como a Veja, que legitimam e dão repercussão, há anos, a tal tipo de gente.

Quem cria e solta os cachorros, cuida que eles defendam algo que lhe é patrimonialmente caro.

É por isso que Azevedo nada “de braçada”, na sua grosseria, sobre ambas.

Ele compreende muito melhor que suas adversárias de que há um embate no Brasil, onde o “vale-tudo” é não apenas permitido como praticado diariamente.

Ele apenas o faz de modo explícito e grosseiro. Tanto que promete, para logo, algo mais elaborado, talvez na linha de seu mestre José Serra: “Que bobagem, Miriam”

O essencial, porém, quando se escreve, não é o estilo, a forma.

A forma de Azevedo é abjeta.

Muito mais abjeto, porém, é  conteúdo e o propósito.

E este, lamentavelmente, prende as críticas de Reinaldo no mesmo barco de suas críticas.

Seria melhor se assim não fosse, mas o Brasil tem dois lados.

E cada um tem de suportar , no seu lado, os companheiros de viagem..

Fernando Brito:

View Comments (36)

  • São porcos do mesmo farelo. Dilmais 2014!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • Caraca, e sou eu que frequento os "sujinhos". Tem um rombo no casco do PIG.

  • Duelo de araque. Estão procurando promoção. Não podemos entrar nessa.

  • Fernando o Epiteto é nosso amigo ou amigo deles.
    Esta, me lembrou uma iguaria deliciosa que comiamos
    com meu paí.
    Caranguejo, e olha que nós eramos pequenos, mas meu
    pai mandava lavar os bichinhos, e depois colocar na lata
    grande de com agua sal.
    Aí é que era divertido, enquanto colocavamos 2, fugia
    tres. E de vez em quando eles pegavam o teu dedo.
    Meu pai se divertia.
    Será que posso fazer esta comparação.
    Se não fica então o final da estória, todos dentro,
    tampa colocada, e fogo embaixo...o que era MARRON
    e AZUL, depois de um tempo, ficavam VERMALHOS.

  • A diferença entre Miriam Leitão e Reinaldo Azevedo é apenas de estilo.

    No fim, ambos "militam" na mesma causa: a tentativa de destruir os governos progressistas, e devolver o comando do país aos entreguistas e "mercadistas" que querem "menos Estado" e mais submissão aos desígnios de Washington DC e Londres.

  • Esses são os verdadeiros carrochos de fazenda, brigam entre sí, mas se unem quando se sentem ameaçados e atacam o inimigo.

  • É claro o motivo do repouso de Míriam ao Reizinho. Ele desqualifica completamente a crítica destrutiva, torna-a motivo de piada com sua indigência mental. Na realidade ele consegue é ridicularizar a direita e a Folha comete um erro primário ao contratá-lo.