Alguém lembra do caso Amarildo?
A morte do pedreiro comoveu todo o país. A nossa imprensa comprou acriticamente a versão do governo do Rio, que tentou pintar Amarildo e sua família como associados ao tráfico, e que teria sido morto pelos próprios bandidos.
Se alguém queria ver uma teoria de conspiração ser confirmada, aí está.
Era tudo mentira.
Pior, era armação da própria PM.
Houve uma “delação premiada”, em sentido literal. A testemunha de acusação recebeu um “prêmio” em dinheiro, para mentir.
Em seguida, um PM simulou voz de um traficante, assumindo a culpa pelo crime.
E ainda tem coxinha caminhando e cantando: “Viva a PM! Viva a PM!”.
Esse é o tipo de coisa que deveria inspirar um debate real sobre a desmilitarização das nossas polícias.
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Laudo conclui que voz de traficante assumindo morte de Amarildo é de PM
11/12/2014 11:16:35 – Atualizada às 11/12/2014 13:11:08
Segundo o MP, Marlon Campos Reis, da UPP da Rocinha, fez a ligação de fora da comunidade se passando por criminosos
Por HELIO ALMEIDA, no site do jornal O DIA.
Rio – Um novo laudo confirmou que a voz do suposto traficante assumindo a morte de Amarildo de Souza, desaparecido desde julho do ano passado, na Rocinha, na verdade é do soldado Marlon Campos Reis, da Unidade de Polícia Pacificadora da comunidade. Ele é réu no processo que apura o sumiço e morte do pedreiro.
O laudo reforça as provas apresentadas pelo Ministério Público do Rio e coincide com resultado do parecer técnico realizado anteriormente pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MP. Na época, um laudo da Polícia Civil também descartou a hipótese da voz ser do traficantes.
De acordo com a investigação, o PM fez a ligação sabendo que estava sendo gravado, já que anteriormente havia ligado para um outro policial que estava sendo grampeado por determinação judicial. O celular usado para fazer o telefonema se passando pelo traficante Thiago da Silva Neris, o Catatau, foi apreendido durante a operação Paz Armada, mas não contabilizado como apreensão.
Outro dado que vai contra o soldado é que a chamada não foi feita da Rocinha e sim do bairro de Higienópolis, na Zona Norte, onde também foi descoberto que era onde Marlon estava no momento da ligação acompanhado de um outro soldado Vital, também denunciado no caso.
Testemunha que recebeu dinheiro para mentir está desaparecida
Segundo o Ministério Público, uma das testemunhas que recebeu dinheiro para mentir durante o depoimento dizendo que Amarildo tinha sido assassinado está desaparecida desde agosto.
A mulher seria uma das duas pessoas corrompidas pelo major Edson dos Santos, então comandante da UPP da Rocinha, pelo tenente Luiz Felipe Medeiros, subcomandante, e os soldados Newland de Oliveira e Silva Júnior e Bruno Medeiros Athanasio. O filho dela também mentiu durante depoimento.
Conforme a coluna Justiça e Cidadania adiantou nesta quarta-feira, os quatro foram denunciados por corrupção de testemunhas. Ainda segundo o blog , a denúncia foi assinada pelo promotor Paulo Roberto Mello Cunha Júnior, que atua junto à Auditoria de Justiça Militar, e as promotoras Isabella Pena Lucas e Carmen Eliza Bastos, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
No documento ao qual O DIA teve acesso com exclusividade, os promotores relatam que o grupo pagou R$ 850 em dinheiro para uma testemunha afirmar no MP e na Divisão de Homicídios que Amarildo fora assassinado pelo traficante conhecido como Catatau. O dinheiro era para pagar aluguel de casa fora da Rocinha.
10 respostas
Taqueu!!Miguel escafunchando….É isso aí!!
Queria abrir conta no YouTube só pra poder compartilhar os posts daqui, mas não tem como. Só pelo face. Teria condições de fazer algo quanto a isso, Brito?
Boa tarde,
só que o PM esperto de mais, como todo esperto dança, foi o caso dele.
Uma coisa é uma coisa. Outra é outra. Tentar fazer desse indivíduo um herói, devagar com o andor. Essa foto com o “palestino”, é tão artificial, quanto a versão da PM. Ora, faça-me o favor Miguel, menas, menas.
Comparar a situação da palestina, que é vítima de uma opressão de estado, com a situação do Brasil, através de um fato pontual, é grotesco. Quer esculachar? Já não basta o PIG. Te manca cara!
Tudo certo.
Mas, não é para prender os PMs.
Achar o corpo.
Dar uma satisfação para comunidade.
Limpar o nome de Amarildo.
Limpar o nome dos outros Policiais.
Uma quantidade de fazeres a se fazer.
Tudo com apenas a Verdade.
Uma POLICIA sem Verdade é uma policia
capenga.
Penso assim.
Erro Médico, a vitima vai para terra.
Erro Policial, aleija a Sociedade.
E para nos transformar em Verdadeiros
aleijões só falta as muletas.
Joca, onde esta vendo palestina??
Sacanagem, que fizeram com você..
Bom dia,
a policia militar de todos os estados mata mais que as Forças Armadas em 64, até quando vamos viver a sombra dessa ditadura ou vamos ter anistia aos PMs.
Se a PM que se tem não fosse herança do modelo militar da Ditadura, talvez não houvessem tantos assassinatos impunes. Talvez não houvesse tanta tortura nas cadeias. E, talvez a população pudesse se sentir segura.
Miguel, sem querer entrar no mérito das conclusões dos laudos, você é daqui do Rio e sabe, mas talvez não admita, que esse caso do Amarildo teve essa repercussão toda porque foi uma ação orquestrada contra o Governo Cabral. Quantas passeatas, manifestações de interdição de trânsito em frente ao Palácio do Governo, acampamento em frente à casa do governador ocorreram?
Quantos casos semelhantes ao desse Amarildo acontecem no Rio, no Brasil? Você vê isso frequentemente na mídia ou mesmo nos blogs?
Neste exato momento, os policiais PM estão sofrendo emboscadas nos morros onde já existem UPP’s instaladas. Alguns estão morrendo. Você vê alguma manifestação em apoio a esses policiais PM. Alguém fez alguma passeata?
Não tenho procuração do governo e nem da PM, mas acho que não dá para colocar tudo no mesmo saco. Por exemplo, você disse “Pior, era armação da própria PM”. Ora Miguel, não podemos jamais confundir o policial PM com a instituição PM.
Onde estao os 80 policiais militares assassinados este ano? Engraçado que nao vejo a mesma revolta e indignaçao que prestam ao defender a bandidagem.