China e Índia podem roubar a cena na Cúpula de Biden

Até agora a grande polêmica da Cúpula do Clima era o Brasil e a Amazônia. Pode deixar de ser.

Apenas um dia antes do inicio do encontro virtual convocado por Joe Biden, Xi Jinping, presidente da China, anunciou que participara da reunião e, apesar de reconhecer nela “um gesto de boa-vontade” dos EUA vai se recusar a sacrificar sua economia para ir além das metas do Acordo de Paris, que tinha sido abandonado pelos EUA com Trump e ao qual volta agora.

A China, que diz ter para isso o apoio do núcleo da União Europeia, anuncia que se oporá ao uso geopolítico e econômico de uma proposta de aceleração das restrições de emissões, dizendo que não é possível deixar de cumprir as acertadas em Paris e, de repente, querer submeter a mudanças bruscas quem não tem a mesma possibilidade de criar fontes de financiamento para mudanças radicais.

Além da “briga de cachorro grande”, há a questão da explosiva crise da Covid na Índia, que é o terceiro emissor de dióxido de carbono: Em 2017, a China emitiu 9,7 bilhões de toneladas de CO2, os EUA emitiram 5,3 bilhões e a Índia 2,4 bilhões de toneladas. O Brasil era o sexto na lista, com menos da metade das emissões indianas.

Como se poderá pressioná-la, neste momento em que os casos de contaminação dispararam para 300 mil/dia, triplicando o número de doentes apenas 15 dias, a reduzir seu lançamento de resíduos industriais?

Ao contrário, vai pedir ajuda e é impossível que não colha a atenção de ser, com a sua “variante” (a B.1.617 ), da qual se sabe muito pouco, a não ser que é menos resistente a anticorpos.

De “grande preocupação” mundial podemos passar a ser apenas uma presença lateral, talvez patética, no evento de amanhã.

Talvez nem mesmo o “falem mal, mas falem de mim” sejamos capazes de ter.

 

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