Clima: Dilma é coerente, mas é incoerente, entende? Assista Dilma na ONU

dilma onu

É dura a vida de editor dos sites da grande imprensa.

 

Os meninos têm mesmo de ser muito criativos.

 

Veja a manchete da Folha: Dilma anuncia meta alta para o clima, mas tímida ante o que é feito.

 

Entendeu?

 

A meta é alta, mas é tímida.

 

Aí, na matéria dos enviados especiais, a meta tímida é….ousada…

 

Leia só:

“A presidente Dilma Rousseff anunciou neste domingo (27) que as metas do Brasil para redução de emissões de gases estufa são de 37% até 2025 e de 43% até 2030, tendo como base o ano de 2005. Os números são considerados ousados e contentaram os ambientalistas.”

 

Aí vem um enxerto explicando que é “tímido” porque já fizemos muito mais do que aquilo que os outros fizeram, em muito menos tempo:

“As metas de redução apresentadas pela presidente são mais ambiciosas que as da maioria dos emergentes, mas ficam abaixo da parcela global de emissões atuais do Brasil, sendo consideradas tímidas em relação ao que o país já fez e tem colocado em curso.”

 

Cortar as emissões, se não tivesse um pesado custo econômico, seria uma “moleza”.

 

Mas então, ouvem-se as palavras de um “especialista”:

 

“As emissões oficiais brasileiras em 2005 foram de 2,043 bilhões de toneladas equivalentes de CO2 (GtCO2eq). Cortar 43% disso, como anunciou Dilma, significa que dentro de 15 anos o país estaria emitindo 1,165 GtCO2eq. Parece um esforço enorme, mas a rigor não é.

Como não se cansa de repetir a presidente, de lá para cá o desmatamento caiu de forma acentuada, coisa de 80%. Caíram também, por consequência, as emissões de GEE. Segundo o próprio governo, em 2012 estimava-se que estivessem em 1,203 GtCO2eq.

Portanto, com relação a três anos atrás, o Brasil se propõe a cortar apenas 38 milhões de toneladas. Ou seja, seguir no mesmo patamar, sem redução que signifique alguma coisa palpável para a mudança do clima.”

 

Então funciona assim, caro leitor: você se propõe a uma dieta pesada, para perder 30 quilos.

 

Perde 25 em dois meses.

 

No terceiro mês, perde 5 quilos.

 

Logo, você teve uma perda tímida.

 

Quem sabe perdesse mais 25 e…sumisse…

 

Cortar emissões de CO2 custa caro, caro porque obriga a redução do uso de combustível.

 

O mesmo que os países ricos esbanjam e pelo qual opõem as maiores resistências aos acordos ambientais.

 

Ou alguém se esquece que os EUA jamais aderiram ao Protocolo de Kioto?

 

Como a atmosfera é uma só, o que vale são as quantidades: 1% de corte de emissões nos EUA devem valer uns 20% de cortes aqui.

 

Mas eles não fazem.

 

O Brasil pode “dobrar a meta”, claro, e vai fazê-lo se as condições da economia – e das chuvas, que obrigam a acionar as termelétricas  – o permitirem.

Mas não tem sentido amarrar o país num delírio utópico, enquanto os grandes poluidores não movem uma palha – no caso deles, um tronco –  enquanto nós nos portamos como “reserva ecológica” da humanidade.

 

Mas, como as coisas acabam por aparecer, lá no último parágrafo da matéria, aparece a razão do “ecologismo” – atenção no posicionamento de Marina Silva sobre isto, adiante :

 

“(…) parece que a meta do governo é, no fundo, usar essa poupança ( do que já se aboliu de emissões) para gastar com emissões ampliadas de combustíveis fósseis (leia-se: pré-sal).

 

Você sabe, não é? Pré-sal explorado por estrangeiros não é poluição, certo?

 

Veja, abaixo, o discurso de Dilma Rousseff sobre as metas, livre da poluição do “foi tímida, porém ousada” publicada na imprensa daqui.

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12 respostas

  1. O Fantástico deu a notícia, mas o “especialista” entrevista começou elogiando e terminou criticando.
    Nada está bom para os críticos tupiniquins.
    Por quê não cobram mais dos EUA?

  2. Calma Brito, os garotos estão apenas tentando se adaptar a uma emenda do manual de redação. A emenda diz que o lead de matérias favoráveis ao governo DEVEM ser acompanhadas de adversativas. Isto resulta em manchetes do tipo: Vasco joga bem, mas ganha do Flamengo.

  3. É no que dar ter certeza que só tem leitor coxinha no Brasil ou potencial coxinha. Certeza de que estão a tratar com um público de débeis mentais. Não merecem quakquer respeito. Os coxinhas não se dao ao respeito. Então , para que fazer um texto minimamente coerente se elês engolem tudo desde que seja contra o governo dé Dilma? Brazilllll

  4. E o artigo fala da tal “meta” como se fosse coisa séria e não apenas mais uma das palermices da mulher sapiens louvadora da mandioca. É o PIL numa semana, o super-trem que os chineses construirão na outra, a agenda positiva que o Renan inventou na seguinte e assim por diante, tudo para dar a impressão de que há um plano além de manter as boquinhas dos companheiros por mais tempo possível depois de ter quebrado o país. Uma pessoa com a notória incompetência da Dilma tem condições de arquitetar algo para 2030? Ainda mais com percentuais definidos? Seria um pouco menos desonesto se ela dissesse que vai tentar melhorar, mas vai deixar a meta em aberto. E, claro, que vai dobrar a meta quando atingir a meta.

    1. A inveja é uma merda. Tá com saudades do tempo em teu partido apagou literalmente o país? Do tempo em que a gente tinha que pagar para não utilizar energia naquele racionamento infame? E quem reverteu isso? Dilma, quando ministra das minas e energia. Vocês prometem apagão desde 2003 até agora só apagaram a si mesmos nas eleições.

      1. não é inveja. é porque ele é muito bom, ele é um herói, enviado de Deus para salvar o planeta. Em breve ele será candidato a presidente do mundo, tenhamos fé.

        Tanta gente fala mal da Dilma, como se fosse técnico de futebol mas não são nem a metade da bosta do cavalo do bandido.

        Faz melhor seu bonzão, vira presidente do mundo, boniteza. #tafalado

  5. Ontem fui cair na asneira de assistir um globo news , fiquei estarrecido com a dobradinha de propaganda partidária com o PSDB. Com o subterfúgio de informar sobre o programa do partido, transmitiram “com exclusividade acesso ao conteúdo” a propaganda do par tido. Este será um caixa 2 que prometeram com o fim dos financiamentos privados. As “transmissões televisivas” deverão ser acompanhadas de perto pela justiça eleitoral para evitar este disfarçado apoio financeiro.

  6. Tímida é a postura do governo para enfrentar tanta ousadia ( para não dizer outra palavra ) do PIG.

  7. O PiG de fato acredita no livre mercado dos idiotas… A tal matéria sobre Dilma é um exemplo… Mas não esqueçamos de outro… Aquele engodo ocorrido, há pouco, na captura de milhares de subanimais: o tal “Rock in Rio”.

    Eu? Rio.

    (QUAQUAQUAQUAQUAQUAQUAQUAQUAQUAQUAQUAQUA….).

  8. O fato é positivo, MAS a notícia é negativa.

    A imprensa brasileira tenta parecer imprensa, MAS não passa de um partido de oposição mal disfarçado.

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