Com Alckmin na transição, Lula começa a reconstruir o centro

Era o esperado, mas nem por isso deixa de seu um sinal importante para o mundo político e econômico a designação de Geraldo Alckmin para ser o coordenador-geral da transição de governo.

Para quem achava que a aliança com o ex-governador de São Paulo era apenas “decorativa” para a chapa eleitoral, essa decisão mostra que Alckmin terá não apenas destaque, mas também espaço no governo, não só para viabilizar alianças políticas mas, sobretudo, para ajudar a reorganizar politicamente as forças de centro (não confundir com o “Centrão”).

Não apenas no Congresso, mas também no relacionamento com os governadores, função na qual não tem o constrangimentos com as rusgas entre eles e as forças de esquerda.

Alckmin, encarregado da transição – e o contraponto discreto de Aloísio Mercadante e Gleisi Hoffman, para temperarem politicamente a orientação política – vai também liberar Lula para o papel que só ele pode desempenhar, como já fará com a ida à Conferência do Clima, semana que vem, no Egito.

O encontro com Joe Biden e com Emmanoel Macron, entre outros, vai sinalizar que o presidente eleito vai, de novo, exercer a função de “mascate do Brasil” e dar, externa e internamente, ideia da dimensão da mudança ocorrida com o nosso país.

Porque, em matéria de encontro, talvez – e olhe lá – Bolsonaro só conseguirá um com Silas Malafaia.

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