Seria recomendável que os nossos analistas de política e de economia aproveitassem o feriado de amanhã para uma passada nos supermercados.
Veriam uma elevação de preços bem acima daquela apurada, genericamente, pelas instituições que fazem levantamento de preços.
Legumes e hortaliças, em alguns casos, dobraram os preços ou quase isso, em um mês. A batata, ao menos aqui no Rio beirando os R$ 6, o tomate a R$ 10, chuchu acima de R$ 4, café, frango, ovos…Arroz, feijão e óleo de soja – que, depois de dispararem, vinham mantendo o preço ou até tendo ligeiras baixas – voltaram a subir, mesmo em escala menor. A carne bovina parece ter sido a única que tem comportamento de baixa, mas limitado, porque a desvalorização do câmbio “segura” preços em real.
Mas, afinal, o que um blog de política deveria dedicar-se a olhas as etiquetas nas gôndolas, em lugar de ocupar-se do “quem encontrou quem” dos partidos?
Apenas porque “é a economia, estúpido” o fator que realmente mais importa no processo político, de agora até outubro do ano que vem, quando elegeremos o novo governo.
É claro que ela sozinha não decide uma eleição. Mas é ela quem aduba ou faz minguar a formação do voto do povão.
Jair Bolsonaro acha que este é um problema que se “resolverá” com o seu “Auxílio Brasil” alguns meses antes da eleição. Não se resolverá.
Cada ida ao supermercado – para aqueles que ainda podem ir “fazer compras” e não apenas indo comprar uma ou outra coisinha, “da mão para a boca”, está sendo um comício contra Bolsonaro para a classe média baixa e a nota fiscal que sai do caixa é um panfleto mortal contra o atual presidente.