Como arruinar microempresas

Sabe aquela pantomima de ontem no Supremo?

Não a chame de manifestação dos empresários, mas de grandes empresários, justo os que estão recebendo gorda ajuda do governo Bolsonaro-Paulo Guedes.

Porque os pequenos, justamente os que estão sendo arruinados pela crise do coronavírus e aqueles que, de fato, empregam três quarto dos brasileiros não merecem nada.

As linhas de crédito oficiais colocaram, acredite você, um limite mínimo de faturamento anual – R$ 360 mil – para obter o crédito pela taxa oficial de juros. Portanto, as lojinhas, pequenas oficinas, portinhas que empregam um, dois, três cidadãos ficaram de fora, dependendo de uma lei, já aprovada – mas não sancionada pelo presidente.

Agora, o Estadão publica o saldo da espalhafatosamente anunciada iniciativa de financiar as folhas de pagamento das empresas: só 1% dos R$ 40 bilhões anunciados foi, de fato, emprestado depois de um mês de vigência. Dos 12 milhões de trabalhadores que disseram ser beneficiados, reduz-se, de fato, a 304 mil que tiveram seus salários financiados.

A razão é simples, embora não passe pela cabeça dos que vivem no mundo da fantasia do grande capital: pequenas empresas não processam suas folhas de pagamentos, porque não faz sentido fazer isso para um pequeno número de empregados e isso custa um dinheiro que ele não tem.

Só no Distrito Federal, a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), que reúne mais de 4 mil associados, estima que 95% das empresas estão tendo dificuldades para acessar a linha. “O governo fala que existe a linha, mas muita gente não consegue acessar, porque os bancos precisam que a folha seja paga dentro do sistema”, afirma o presidente da CDL-DF, José Carlos Magalhães Pinto.
As empresas desenquadradas são impedidas de acessar a linha de crédito com a menor taxa de juros do mercado: 3,75% ao ano. Para se ter uma ideia, o crédito via desconto de duplicatas – bastante usado no financiamento do giro de empresas – possui hoje custo médio de 14,5% ao ano. Já uma empresa que cair no cheque especial pagará juro médio de 312% ao ano.

Portanto, os milhares de microempresários vão demitir milhões de trabalhadores, porque nem mesmo tem duplicatas a descontar.

Terão de escolher entre demitir ou falir. Ou talvez ambos, sem escolha.

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25 respostas

  1. Saudades do Lula na presidência. Ele acharia uma saída melhor que a de qualquer outro país…

  2. Não diminuíram o juros do cheque especial , nem do cartão de crédito. Um empresário que tenha comprado no cartão de crédito, caso não tenha dinheiro, ficará com dívidas astronômicas. E ainda tem microempresário que defende este governo.

  3. Achei engraçado que o gado, no twitter, acha que patriota de verdade não deve defender a indústria nacional. Ah, e reclamam que não são contra a liberdade de expressão, quando quase toda ação deles prova o contrário.

    Quanto ao Brasil, bem, o país vai sobreviver, de um jeito ou de outro. Duro é esperar 20-30 anos pra conseguir se livrar da radiação que o chernobolso está deixando.

  4. O pequeno empresário é que se dane, votaram no Bolsonaro visando sonegar impostos, agora estão satisfeitos, não vendem e não tem impostos a pagar. São uns gênios,não?

  5. Mas aí eu te pergunto: em quem o micro e pequeno empresário votou? E a culpa não é totalmente deles, pois o PT parece achar que ainda vivemos no mundo da primeira revolução industrial com celetistas sindicalizados defendendo suas posições no torno. Fala de mal de empresários amplamente em suas redes, o que já é o que errado, mas erra mais feio ainda ao não diferenciar o pequeno do mega empresário.

    Enquanto isso a tia da lanchonete do bairro, que mantém o rádio em alguma rádio evangélica o dia inteiro, é tratada como ‘inimigo’ nas redes de comunicação petistas. É mole?

    1. Não adianta doirar a pílula, pois quem votou no “Coiso” está muito arrependido, mas arrependimento em nada irá ajudar. Precisamos de ações práticas deste desgoverno. Ou o Governo age diretamente com a Caixa Econômica e o Bco do Brasil, emprestando dinheiro barato com garantias fiduciárias e procuram um jeito de fidelizar o cliente o mais rápido possível ou estaremos todos no ralo. Aquele que tiver melhores condições demitirá quase todos seus empregados e ficará quase sozinho e aquele que não tiver condições fechará seu negócio e irá para casa ou para a casa da sogra e esperará “quando a situação” melhorar “Se”

  6. Não adianta tentarem doirar a pílulas! Ou este Desgoverno coloca gente competente para ouvir os pequenos e médios empresários (pois nós que temos condições de dar emprego) e que já que estamos quase parados, vamos parar de vez. O Governo acreditamos, que a primeira coisa boa que deve fazer é botar pessoas com credibilidade para cuidar da Economia ou tudo acabará de desmoronar, pelas previsões demorará no mínimo uns cinco anos para tentar reerguer a mesma e olhe lá!. Vejam ai a discrepância: O Governo tem o Bco do Brasil, tem a Caixa Econômica tem o BNDES mas, ele (governo) tem de meter esses Bancos privados no no meio desta guerra. . Porque será que o Governo não cria uma linha de financiamento com juros de 1% ao ano com carência de seis meses , com prazo de 36 meses para pagar desde que haja uma garantia Hipotecárias que lhe dê a garantia de que não perderá nada e estará movimentando a economia gerando emprego. O Governo tem que meter estes Bancos no meio da dificuldade. Ficam ai estes economistas nos seus gabinetes com ar condicionado e ganhando uma grana preta com esta leseira. E a economia está lá no fundo do poco ou vazando o fundo do poço. . Nos EUA, na crise de 1929 foi assim , o governo estimulou a economia, emprestando dinheiro a custo zero e com carência. Na crise de 2008 com a quebra do Lemhans Broter o governo dos EUA disse aos empresários: Vocês tem todo o dinheiro que precisarem a custo zero, mas, eu quero a volta dos empregos. E deu certo. Agora vejamos , a coisa está caindo pelas tabelas e o Guedes fica ai cuidando dos seus “RENTISTAS’

    1. haja uma garantia Hipotecárias….Tá de brincadeira? A grande maioria das micro empresas não tem como atender essa revindicação…..Simples assim

  7. Há outra razão para as pequenas empresas (micro estão fora de qualquer ajuda) não receberem “ajuda”. As linhas de crédito exigem bens em garantia de valor igual ou superior. É uma sandice.

    1. Como disse um cara inteligente (não lembro quem, pode ser o Barão de Itararé)
      “Só consegue um empréstimo quem consegue provar que não precisa dele”.

    2. Mas, ai é que está a falta de visão deste Governo (Guedes e sua troup). Aquele que não tiverem bens duas ou três vezes para dar em garantia, ficará a Deus dará, mas e aqueles que tem bens suficientes (menos a própria residência) que não pode ser dada com garantia fiduciária ,os “Economistas” do Guedes deveriam pensar nisto, mas, não, eles estão esperando que os pequenos e médio empresários irão aos Bancos e apanhar dinheiro a 8% ou 12% para acudir seus negócios, podem tirar o cavalinho da Chuva. Chegou a hora do Governo se conscientizar que a crise é avassaladora e para uma doença grave, o remédio deverá ser adequado e em dose Cavalar. Não adianta seu GUEDES!!!

  8. Temos notícias de que todos os países minimamente civilizados estão a despejar grandes somas para tentar conservar vivas as pequenas empresas de seus países. Aqui, os pequenos empresários não tomam conhecimento disso, porque suas fontes de informação dizem a eles que não assistam mais à televisão nem leiam jornais. Eles estão a acreditar firmemente que o governo federal não tem a mínima obrigação para com eles, e que os grandes culpados por suas desgraças são o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

    1. Infelizmente conseguiram fazer a cabeça do micro da forma que vc está falando. Mas também temos que adicionar culpa à própria esquerda. O discurso trabalhador x patrão deixa de fora ideologicamente o pequeno empresário. A esquerda não pode funcionar como um imenso sindicato. Deve defender os trabalhadores e os patrões nas suas justas reivindicações. Afinal, não prega a democracia-social dentro de um modelo capitalista? Os governos do PT não foram governos socialistas e muito menos comunistas.

      1. Penso o contrário, o pequeno e micro empresário, em termos políticos, e mais conservador que o mega empresário, em política age como se fosse capataz.

  9. Certeiro Brito, porém, quem sabe agora o micro e pequeno empresário, coloque-se em seu devido lugar e deixe de pensar, em se tratando de política, como se fosse mega empresario.

  10. O pequeno e micro empresáriado compôs a grande massa de idiotas que elegeu Bolsonaro. Inclusive influenciando, quando não pressionando, seus empregados. Agora pagam pela estupidez que inflaram. Afora a questão dos trabalhadores, quero mais que se arrebente.

  11. Proponho uma variação sobre esse tema, para pensarmos o futuro (se houver).
    Existe um fetiche com a dita “microempresa”. O microempresário, a rigor, não é empresário nem capitalista. É mais um explorado pelo capital.
    A imagem que a maioria tem de microempresa é aquela lojinha familiar em que se revezam pai e mãe, onde o filho dá uma ajuda quando não está na escola, e tem, no máximo, algum empregado muito jovem, que é mais um aprendiz que qualquer outra coisa.
    Só que isso é traço estatístico.
    Na realidade o que existe são explorados que exploram outros explorados para livrar a cara dos verdadeiros exploradores.
    Um exemplo clássico são os famigerados “gatos”, recrutadores de mão de obra barata, úteis por serem, na verdade, “testas de ferro” legalizados.
    As micro e pequenas empresas só existem porque a conivência do estado, dominado pelos interesses do 0,1%, permite que elas repassem suas obrigações para o restante da sociedade, especificamente para os assalariados e/ou consumidores, por meio de subsídios e isenções.
    Exemplo: contribuição previdenciária patronal, substituída por uma contribuição insignificante sobre o faturamento. Bom, faturamento em microempresa? Sei… E, muitas vezes, nem isso pagam. E a contribuição dos próprios trabalhadores? Descontam dos empregados mas será que repassam para a previdência? E em tempos de crise?
    Deveria ser considerado empresário, poder constituir uma empresa, apenas aquele que conseguisse cumprir as suas obrigações para com os seus trabalhadores e assumir o risco de sua atividade econômica. Micro e pequenos empresários, definitivamente, não reúnem essas condições.

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