Corrupção é escândalo, sonegação é detalhe

notafria

Embora todas as estimativas digam que o Brasil perde muito mais com a sonegação de impostos – RS$ 415 bilhões, estima-se, no ano passado do que com a corrupção- cálculo de até R$ 100 bi, em 2012, segundo a Fiesp – as iniciativas para combater a evasão de tributos são tratadas quase que com indiferença.

Aliás, quase silêncio, se comparado às malfeitorias de Paulo Roberto Cunha, Alberto Youssef e outros na Petrobras.

Veja que a “Operação Zelotes”, que desviou do Fisco valores maiores, praticamente sumiu das páginas.

Hoje o Estadão noticia, sem estardalhaço, que a A Receita Federal uma Operação Caça-­Laranja em São Paulo, contra um grupo de 278 empresas que emitiram R$ 6 bilhões em notas fiscais presumivelmente “frias” só no ano passado.

“A suspeita é que as empresas foram criadas apenas no papel para fluir e lavar recursos desviados e sonegados.Foram mobilizadas 24 Delegacias da Receita em todo o Estado. Segundo a Receita, o objetivo da operação é verificar se efetivamente essas empresas existem e se estão operando normalmente”

A suspeita que sejam de fachada vem de “terem emitido valores expressivos de notas fiscais de venda de mercadorias ou prestação de serviços em 2014” sem terem recolhido impostos.  Não possuem empregados registrados, não têm endereços compatíveis com suas atividades e não apresentam movimentações bancárias compatíveis com o que faturam.

Só em São Paulo e só em um ano.

No século da eletrônica, dos sistemas, das transações de dinheiro por via eletrônica, cheias de registros e rastros, temos uma legislação que torna “sacrossanta” a movimentação bancária, que seria a chave para bloquear todo tipo de esperteza.

Até uma modesta microempresa, menor que um grão de areia, como este blog não movimentou, em um ano e meio, quase, um centavo que não fosse por via bancária. E emite nota, recolhendo imposto, sobre cada R$10 que seus generosos leitores depositam na conta de contribuições, claro que somando tudo e recolhendo sobre o total, para não viver emitindo dezenas ou centenas de notas.

O sigilo bancário, que nem constitucional é, precisa de um novo entendimento. Deve ser inviolável quando se trata da privacidade de cidadãos, seus gastos, de quanto e onde são. Mas jamais nas transações empresariais que, inclusive, já têm de ter de ser registradas, com pagador e recebedor e motivo em outros documentos públicos. E que têm de ser, obrigatoriamente, feitas por via bancária, salvo, claro , quando se tratarem de valores irrisórios.

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5 respostas

  1. Brito, não sei como consegue fazer tanto.
    Mais um excelente post. Por acaso, acabei de mencionar sobre a Operação Zelotes no Megacidadania. Acabei de dizer: e o que foi feito da OZ? E eis que você volta ao assunto.
    Estou meio em choque com este cunha. Estou bem preocupada. Bem preocupada.
    Nem imagino como você ainda tem sangue frio pra lidar com isso.
    Muita saúde a você, Fernando Brito. Obrigada pelo trabalho primoroso que realiza.

  2. O duro é fazer parte de uma classe média medíocre e ter que conviver com pessoas que, bovinamente, são contra todas as tentativas de se diminuir a desigualdade, achando-se ricos, pensam que vão perder alguma coisa.

    Pessoas que só conhecem favela pela televisão, nos noticiários policiais e nas agora novelas, que deram agora pra mostrar uma favela quase que romântica.

    A plutocracia fez o dever de casa direitinho. Cercou todos os meios de comunicação de massa e, a cada avanço nas questões sociais, uma crítica ou denúncia contra. Manipulou, manipulou, inventou, distorceu, escondeu e fez o diabo pra inviabilizar um país mais justo.

    Pobre classe média remediada. Aqueles que sonham em ficar muito ricos. Enquanto não o são, vivem de aparencias. Depois reclamam que são assaltados nos semáforos, com seus SUV’s importados, sem blindagem nem seguranças. Aí eles querem mais polícia, ou seja, mais Estado!

    São capazes de trocar ter um país justo e belo pra ser visitado por uma viagem ridícula à Europa ou Estados Unidos, tratados como caipiras!

    1. Pior, amigo: muitos nem se lembram que foram para a fila da “Frente de Trabalho” nos “gloriosos” anos FHC.
      Hoje, com a volta por cima, eles só têm medo de impostos.
      Não saem às ruas nem batem panelas contra a sonegação, porque, no fundo, adorariam, se pudessem, fazer o mesmo contra o “estado perdulário”.

  3. :

    Ouvindo A Voz do Bra*S*il e postando:

    * 1 * 2 * 13 * 4

    *************

    Um poema (acróstico) para Dilma Rousseff, a depenadora de tucanus :

    .

    D ilma, coração valente,
    I magem de todo o bem em que se sente
    L ivre o amor maior pela brasileira gente
    M uito humana e inteligente
    A PresidentA do nosso Lula 2018 de novo Presidente

    .:.

    D uas vezes contra o espectro atro
    I nscreveu já seu nome na história
    L utando contra mídia venal & Cia e seu teatro
    M ulher forte de mais uma vitória
    A deixar tucanus na ó-posição de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! DE QUATRO ! ! ! !

    * * * * * * * * * * * * * Ley de Medios Já ! ! ! !

  4. “Aliás, quase silêncio, se comparado às malfeitorias de Paulo Roberto Cunha,(…)”. “Paulo Roberto Cunha”, é isso mesmo o nome que você queria escrever, associando o Paulo Roberto Costa com o deputado Eduardo Cunha ou foi um engano?

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