Quem duvidou que as pesquisas eleitorais estavam sob pressão do governo já tem certeza disso agora, quando – em paralelo à votação do projeto que as criminaliza – impossível de ser aprovado nesta Legislatura – a base bolsonarista na Câmara protocolou um pedido para investigar o funcionamento dos institutos que elas promovem.
E é claro que Arthur Lira, justo o cabeça do movimento antipesquisa, vai aceitá-lo.
Se vai prosperar ou não, depende do resultado das eleições.
Se Lula vencer, dá em nada; caso ocorra o desastre de uma vitória bolsonarista, haverá em escala semelhante àquela em que Bolsonaro deseje exercer a vingança.
O efeito prático, porém, é o imediato: o medo que todas as empresas de pesquisa terão de revelar qualquer resultado que não signifique um empate (ou até uma “virada”) que anule ou reverta o favoritismo de Lula.
Lembrem-se que os institutos de pesquisa, embora chamados assim, são empresas. Têm donos e interesses comerciais dos quais, necessariamente, têm de cuidar.
Apontar um resultado desfavorável a Lula e este vencer não será problema. Mas desfavorável a Bolsonaro, no caso de vitória deste, é uma faca no pescoço, a descobrir se é ameaça ou morte.
A menos que você creia que elas vão enfrentar a pressão, cuidado com o que disserem.