Crise dos caminhoneiros diminui na mídia e segue na estrada

Nas rodovias, ainda não fez efeito o acordo firmado pelo governo com parte dos líderes do movimento de caminhoneiros que bloqueou o trânsito de cargas no país.

Mas na mídia é possível perceber claramente que as manifestações perderam força…na mídia.

Salvo incidentes, o mais provável é que o movimento vá, por isso, emagrecendo pela falta daquilo que o engordou: o terror do noticiário.

Os bloqueios de estrada, nas imagens, permanecem iguais aos de ontem, mas são descritos como algo que “ainda continua”.

Ainda é a palavra mais usada, aliás, em todo o noticiário.

É possível que, agora, o governo se sinta fortalecido para algum tipo de ação repressiva, algo que não aconteceu, sintomaticamente para um país onde balas de borracha, spray de pimenta e cassetetes são uma rotina.

O nome do que vai ser feito para, em tese, manter o preço do diesel, é destes que dão calafrios ao comentaristas econômicos: subsídio.

Descarado e improvisado.

Como se disse ontem, foi-se muito longe para que o recuo seja rápido.

E mesmo para assegurar que haja recuos, diante de eclosão de conflitos.

 

 

Fernando Brito:

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  • Já diz o velho ditado: quem muito se abaixa........mostra os fundilhos. O des-governo do Temer foi fraco para identificar e agir e prender os empresários "líderes" do movimento. Tivesse desbloqueado as estradas com uso de força policial (ou só age assim contra manifestações de trabalhadores e principalmente professores?), a situação absurda de quase completa paralisia do país não teria ocorrido.

  • Caos. Com escalada em direção a conflito aberto. Esse negócio de libertar o Gênio da Panela parece não ter dado muito certo...

    • E agora querem aplicar a tática de não mostrar o bicho para ver se o bicho desaparece. Não adianta. Se mostrar, o bicho pega. Se não mostrar, o bicho come.

  • Será que o fenômeno da falta de ação das polícias, com as costumeiras bombas de efeito moral, balas de borracha e todo seu arsenal de convencimento anti-manifestação vai acabar no dia de hoje?
    A proposta do governo para o término do lockout é uma gambiarra tão mal estudada, que ao aceita-la, esse pessoal do transporte, ao invés de ganhar a queda de braço, sai do mesmo jeito que entrou. A conta do subsídio temporário, é claro, vai ser paga por nós, para que os investidores de wall street continuem lucrando às nossas custas.
    O tal de pedro parente, conforme diria aquele célebre ministro do trabalho, é imexível.

  • Não vou me estender sobre o Pedro Parente como executivo da Petrobras e sua ideologia, pois sabemos muito bem quem é ele.

    Mas não se pode descartar a hipótese de que ele não tem segurança jurídica para fazer uma política de preços mais amigável, ainda que o quisesse. Talvez por isso tenha peitado Temer, para se proteger e matar dois coelhos com uma só cajadada, posando de "bam bam bam" para o mercado e não se expondo a um possível processo jurídico no futuro.

    O MP (aquele que sempre quer que o governo - qualquer um - sempre tenha uma solução para "vomitar" na hora) está processando Graça Forster, Guido Mantega e Dilma por "gestão temerária" devido à política de preços do passado, simplesmente ignorando que os prejuízos no balanço foram uma série de fatores, até externos (a Petrobras no passado deu muito lucro mesmo com a política de preços do PT).

    Qualquer governo progressista que assumir o Brasil e quiser a Petrobras de volta para os brasileiros, vai ter que se debruçar bem sobre essa questão.

    • Neste caso, a "Gestão Temerária" dos acusados pelo Ministério Público da Pureza Ideológica na realidade deveria ser chamada de "Insuficiente Pureza Ideológica de Neoliberalismo". No fundo, no fundo, a acusação é de crime ideológico contra o deus neoliberal, que tem dois enormes chifres e pés de cascos.

      • E ainda temos que aturar o Janot - sacripanta e aecista - twittar que isso aqui está virando uma Venezuela, tirando o corpo fora de sua responsabilidade por isso.

  • "Vamos obstruir todos os trabalhos até o país quebrar e a presidente Dilma ficar incapacitada de governar, sem apoio parlamentar. Aí reergueremos o país que nós queremos, independente dos acontecimentos que envolvam o ex-presidente Lula e as ações do Judiciário. Sem o poder Legislativo, nenhum governo se sustenta". (Aécio Neves, 2014, no 1º dia em que foi ao Senado, após a derrota nas urnas).

  • A intenção de transformar uma empresa que era o sustentáculo principal do desenvolvimento do país, uma empresa estatal que fazia uma política compensatória de lucro e prejuízo em favor de um equilíbrio econômico que ao fim gerava lucros enormes a seus acionistas minoritários e ao mesmo tempo gerava empregos e progresso em diversas áreas de atividade econômica e social, a intenção de transformar esta gigante em um anão capitalista com um pequeno nicho de atividade destinada a dar lucro a meia dúzia de especuladores tipo George Soros (que quando ouviu o primeiro rufar dos tambores golpistas comprou 5 milhões de ações da Petrobras), esta intenção não levou em conta que era necessário antes matar o Brasil e fundar um outro país com um povo completamente diferente, 100% dominado por uma lógica invertida e uma fonte única de informação distorcida. Um povo com um histórico de fome crônica e sem esperança, sem qualquer lembrança de um tempo de bonança em que podia estudar, podia se alimentar bem e ter esperança. Este novo país deveria se chamar Globolândia Patal.

    • Se olharmos qualquer empresa petrolífera de grande porte - Exxon, Chevron, Texaco, Conoco Philips, Shell, BP, etc - todas tem uma grande verticalização, que vai da extração, passando pelo refino e chegando à distribuição nos postos.

      Empresa de petróleo não verticalizada é coisa de empresa de pequeno porte para o setor.

      Parente que - como disse PHA - desmantela a Petrobras como quem desfolha uma alcachofra, quer transformá-la numa anã (sentido figurado e literal).

  • Folha de Pagamento - Setor de Transportes

    Representantes do locaute - leia-se empresários - conseguirão o que querem (não é diminuição do preço do Diesel): impedir a reoneração da folha de pagamento do setor de transportes.

  • a proposta do governo dá com uma mão e tira com outra. Onde fica o tal "mandamento" da responsabilidade fiscal? Como retirar mais recursos congelados dos programas sociais abrindo mão de PIS COFINS?

    • As ideias do (des)governo temerário não correspondem aos fatos. É um museu de grandes novidades (com licença poética).

  • A grande mídia fala tanto de fake news e, no entanto, espalha, mais uma das tantas vezes, uma notícia falsa plantada por esse governo ilegítimo. Vergonha, Globo e companhia!

  • O que me tira do sério é ler/ouvir comentarios de familiars e amigos salgainhos de frango, reclamndo que o povo nao aguenta mais os altos preços, a educaçao, saude falidos, etc... Poooorr, isso é demais.

    • Minha avó dizia que a gente precisa pensar muito antes de desejar qualquer coisa. Motivo: muitas vezes consegue o que quer e se ferra pra valer.......Muita gente deseja a tal "livre concorrencia" e o tal "Estado Mínimo". Daí,quando a tal livre concorrencia vai p/a o brejo o sujeito quer que o Estado fique com a parte do prejuizo (por que todo mundo quer tirar imposto e NINGUÉM fala em tirar dos acionistas que ganharam os tubos na valorização das ações da Petrobras??). Num "Estado mínimo" quem vai bancar todo o custo necessário (infraestrutura, energia, pesquisa, segurança etc..) para a vida economica e social, custo este que não é "rentável" do ponto de vista capitalista? Pois é..
      tem gente que não sabe o que quer.

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