A lei é para todos, dependendo quem seja. A “total confiança” de Moro em Ônyx Lorenzoni, assumidamente recebedor de dinheiro “por fora”, mas “inocentado” pelo superministro de Jair Bolsonaro por “serviços prestados” ao moralismo, é uma evidência que só escapa aos cegos propositais que vêem as vantagens, mas não o desastre da entronização da perseguição político-policial-judicial seletiva que se instalou no Brasil, à qual a mídia deu acolhimento entusiasmado.
Tratei do tema ontem, aqui, e hoje, no JB, destaca a reação ao poder que a polícia morista provocará entre os parlamentares e o potencial de descontentamento que isso trará. Descontentamento ou, quem sabe, submissão.
A Polícia de Moro
Teresa Cruvinel, no JB
Sob o comando do futuro ministro Sérgio Moro, a Polícia Federal vai reforçar o núcleo encarregado de investigar ministros e parlamentares com foro no STF, providência apontada como essencial à continuidade do combate à corrupção.
Assim será montada a mega Lava Jato do super Moro que, pelo andar da carruagem, terá focinho de polícia política: ministros também foram citados como alvo mas são os parlamentares, especialmente os de oposição, que estarão na mira.
Dificilmente alcançarão ministros de Bolsonaro. Ontem mesmo Moro declarou que Onyx Lorenzoni, contra quem o STF abriu investigação sobre suposto recebimento de caixa 2 da Odebrecht, tem sua “confiança pessoal”.
A corrupção é o novo nome da subversão, embora Bolsonaro e seu núcleo duro tenham também fixação em “comunistas”, rótulo que hoje no Brasil serve a qualquer um que não seja de extrema-direita ou não comungue do discurso bolsonarista.
Apesar da guerra ao “marxismo cultural” que estaria entranhado em tudo, ao ponto de Bolsonaro perguntar ao futuro ministro da Educação se ele tinha “faca nos dentes” para combatê-lo, é pela corrupção que se buscará o “inimigo interno”, criminalizando adversários políticos mais incômodos.
Outros governos, nesta fase de transição, estão preocupados em pacificar, conquistar mais aliados, alargar o capital recebido das urnas.
Já o de Bolsonaro exibe esta forte disposição para guerrear, seja aqui dentro ou lá fora, o que deixa uma parte do Brasil assustada e temerosa.
O núcleo anticorrupção da PF, chamado SINQ (Serviços de Inquéritos Especiais), segundo matéria da “Folha de S. Paulo”, depois de perder força e coesão durante o governo Temer, agora será fortalecido e reestruturado pelo futuro diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.
São providências para que Moro disponha de um braço bem equipado para tocar esta espécie de Lava Jato do Executivo, sem prescindir dos aliados do Judiciário e do Ministério Público Federal.
E isso sugere que, na era Bolsonaro, a PF não desfrutará mais da autonomia que conquistou nos governos Lula e Dilma, ao ponto de o próprio ministro da Justiça, na época José Eduardo Cardoso, ser frequentemente surpreendido com ações contra o PT e integrantes do governo.
E ele sempre justificativa: em sua gestão, a PF atuava “republicanamente”, com absoluta independência.
Agora haverá subordinação não apenas formal a Moro, mas operacional.
Ministros poderão até ser investigados, quando houver interesse em jogar alguém na frigideira.
A resposta ao teste da autonomia futura da PF virá no começo do governo, quando saberemos se vão prosseguir ou serão arquivadas as investigações sobre a participação do futuro superministro da Economia, Paulo Guedes, em esquema fraudulento de desvio de recursos de fundos de pensão das estatais.
Bolsonaro irritou-se ao ser abordado sobre o assunto dizendo desconhecer essas investigações.
Onyx já havia sido perdoado por Moro, por ter se arrependido e pedido desculpas, o que levou o senador Roberto Requião a apresentar o irônico projeto da “Lei Lorenzoni”: em crimes eleitorais, se o acusado demonstrar arrependimento, estará perdoado.
Assim, o braço forte de Moro cairá é sobre parlamentares, assim como o Dops da ditadura caía sobre os “subversivos”.
O problema é que Bolsonaro precisará do Congresso para governar, e até já começou a cortejar os partidos.
Se Moro fustigar muito os parlamentares, criará problemas para a coordenação política.
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Esse moro só vai fazer m........... quando assumir, a sanha dele em obedecer o EUA vai fazer subir a sua cabeça o poder que ele nunca teve, e jamais terá, podem apostar
O CRIMINOSO SUJEITO COM DUPLA MORAL,PORTANTO UM ABSOLUTO IMORAL ,CAIRÁ SENDO CHUTADO PORTA AFORA.
É ALGUÉM QUE CARECE DE INTELIGÊNCIA PARA LIDAR COM SITUAÇÕES COMPLEXAS COMO A PASTA (CORDA) QUE LHE DERAM PELOS SERVIÇOS PRESTADOS AO GOLPE.
QUEM VIVER ,VERÁ.
OS ALICERCES DA AÇÃO DESSE CRIMINOSO SÃO LAMA PURA ,CAIRÁ PELO BEM DO BRASIL E DA ----JUSTIÇA-----DESTE PAÍS.
Sem querer ser profeta mas arrisco um palpite! O Coiso não continuará presidente por muito tempo. Será apeado do poder em prol do vice o jagunço coronel Mourão! Mais uns trinta anos de ditadura militar vem por aí. O povo brasileiro não tem força pra reagir. Nasceu pra sofrer. Igual aos pobres.
O dia chegará.
E, então, valerá para o ex-juiz e futuro ministro (de um jeito ou de outro, moralista sem moral) um velho e atualíssimo provérbio oriental: quanto maior o tamanho, maior a queda!
Ele não irá fustigar os parlamentares, irá ameaçar com abertura de processo de investigação caso o parlamentar não vote a favor do governo.
Só acho ingênuo acreditar que a PF tinha autonomia nos governos Lula e Dilma, as suas ações podem parecer erráticas mas quando analisadas em conjunto são muito bem articuladas, sempre visando políticas públicas importantes, movimentos sociais e políticos ligados à esquerda, além de atacar o próprio mercado nacioanal para favorecer o capital estrangeiro, como ficou patente na operação "carne fraca". Parece que havia um comando, o qual não vinha do governo central, é certo, mas comando havia.
O senso de ser tratado com equidade é algo que vem até mesmo antes da existência de uma lei formal.
Justiça é equidade. Não temos isso hoje.
O título ficaria melhor como "A polícia POLÍTICA de ...". É a restauração da Gestapo na sua versão tropical.
#LulaLivre
Esse balaio de gatos não pode dar certo. É improvável que se consiga governar o país com tantas fraturas expostas na estrutura de governo. São citações desmentidas diariamente, ministros nomeados fazendo terror contra adversários, outros citados em vários processos que estão em andamento, pessoas que não são nomeadas para o governo dando palpites e se dizendo representantes do país no exterior, toma lá dá cá já iniciado na Câmara, opção preferencial pelos EUA em detrimento da China, a expulsão branca dos médico de Cuba, ....A lista é grande. Será que o balaio aguenta? Difícil acreditar.
O artigo de Teresa Cruvinel mostra que ela tem na veia a inteligência e capacidade de síntese e análise só encontráveis em lendas vivas do jornalismo político, como Jânio de Freitas e Mauro Santayana. Tão importante quanto exposto por Cruvinel é o que ela omite, mas sugere nas entrelinhas: o torquemada das araucárias, em sua vaidade e sede de aniquilar a Esquerda Política, pode causar muitos danos ao governo do Bozo (que não será comandado pleo ex-capitão, mas pelos generais, como já demonstrei). O aparato repressivo dessa polícia política, que tem o DNA do tucanato e que é cooptada/corrompida/comprada pelo Deep State estadunidense há mais 15 anos, pode entrar em rota e colisão com o projeto de alguns da cúpula das FFAA. A autópsia e exumação de mais um cadáver, como acaba de fazer teresa Cruvinel em relação à Fraude a Jato transpostas para o Executivo, visando perseguir as oposições, pode frustrar ou refrear o torquemada e suas taras e ímpetos malignos.
Não me surpreenderei se o torquemada for defenestrado ainda no ano de 2019.
É caso "de vida ou morte", João. Bolso e seu "núcleo duro" dirão: " Ou Moro ou nós!".