Um tanto quanto ociosa, por apenas comprovar o que é evidente, a pesquisa Datafolha divulgada nesta madrugada demonstrando o apoio maciço da população a medidas restritivas destinadas a impedir a rápida disseminação do Covid-19.
Isso é evidente nas ruas – quando a gente tem de ir a elas – e nas redes sociais – só contrariada pela “robolândia” presidencial que brinca com a ‘gripezinha’.
Mas há uma informação relevante nela.
É que apenas 37% deixaram de circular por poderem suspender seu trabalho, a grande maioria deles pessoas de maior renda.
Esta é a parte da sociedade que pode, hoje, praticar o isolamento que todos os especialistas em saúde publica recomendam e que três quartos dos brasileiros aprovam.
A resistência do governo federal em limitar o trabalho presencial – e este é o trabalho dos mais pobres – que não seja indispensável , mesmo atropelada pelos governos dos estados, é a imposição, pelo bolsonarismo, da morte de milhares de pessoas.
Não, o vírus não é chinês e nem é minion, mas as consequências de sua propagação são.
Cada hora que se perde são dezenas de vidas que se irão.
E, na falta de comando e definição, quem poderá culpar os que se recusarem a trabalhar em nome de suas próprias vidas?
Ou que, ao contrário, exigirem seus direitos de trabalho e renda que seu governo não assegura em meio a uma catástrofe?
Jair Bolsonaro pode dizer que “é só uma gripezinha” e que vem aí uma mitoquina salvadora.
Nem as massas populares, nem as instituições e nem as classes dominantes o levam a sério.
É uma peça a ser removida, nada mais.
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Esse imbecil que ocupa a cadeira da Presidência, capetão do mato do trump, não está causando esse caos apenas por ser um imbecil. É um ato pensado de genocídio contra a população mais pobre. Se neste processo se for também parte da classe mérdia que ainda o apoia, tudo bem. Perdas da guerra contra a civilização
Me assusta, Brito, na manchete, a ideia de que, pelo "medo", a população aprova "medidas duras" para o "isolamento forçado", quando o sujeito que ocupa o cargo de presidente, ao mesmo tempo em que cria confusão e desinformação a respeito da epidemia, acena com facilidades para a implantação do estado de sítio. Não me lembro agora quem, mas um bordão que tenho lido é que "há método na irracionalidade".
Hamlet: há método na loucura.
O povo sabe que tem que parar tudo que não seja essencial e proteger o povo, não os ricos.
No Brasil e em qualquer lugar do mundo, quando atravessando situações de crises de grande vulto, o povo pede isto. Isto tem que transformar-se em agenda. Não adianta bater panelas. Tem que juntar o protesto à mensagem política. Nas janelas, gritar consígnias que indiquem a direção. Frase curtas. Repetí-las à exaustão.
Nos contatos pessoais (neste tempo de reclusão, sejam por telefone, por e-mail, por aplicativos) propagar palavras de ordem que, definindo o sentimento popular, apontem a direção política. Os exemplos mais eloquentes são "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" que embalou a Revolução Francesa e "Pão, Terra e Paz" que embalou a Revolução Russa.
Fora Bolsonaro é uma consígnia que une muita gente hoje, de espectros políticos diferentes. Mas não adianta ficar só nisso e batendo panelas, senão ficaremos igual a cachorro correndo atrás de pneu de carro. Quando o carro para fica sem ação.
É preciso qualificar a mensagem. Usar criatividade, incorporando música, identidade gráfica, etc.
MAS, 57 MILHÕES DE IMBECIS, IDIOTAS, MILICIANOS, BANDIDOS, NEOLIBELISTAS E ENTREGUISTAS VOTARAM NO BOSÓ!
MAS, 57 MILHÕES DE IMBECIS, IDIOTAS, MILICIANOS, BANDIDOS, NEOLIBELISTAS E ENTREGUISTAS VOTARAM NO BOSÓ!
Tem razão. Não quero dizer imbecis, mas há muitíssima gente que não reflete porque não sabe refletir, e esse estado de coisa preocupa-me, principalmente quando, leio comentários daqueles que não importa o que Bolsonaro faça ou diga, estão sempre o protegendo e elogiando-o, usando argumentos irreais e banais, os quais não correspondem nada com a realidade. Bolsonaro pode sair, mas estes ficam – é o pior.
Desculpe, mas com 30% ainda achando esse desgoverno bom e apenas 36% desaprovando completamente, o brasileiro está imbecilizado sim.
Eu colocaria que a responsabilidade não é so do presidente - caixa baixa mesmo - no meu entender é todo o poder constituído; congresso, ministério publico e judiciário. Todos juraram o cumprimento da Constituição. São responsáveis por falta de ação ou omissão.
Não disse que queria "mais Brasil menos Brasília"? O povo entendeu. As ordens de Brasília entram num ouvido e saem no outro.
Genocida! Bolsonaro comete crime contra a humanidade. Simples assim. PS: mostre o laudo!
Pois caro LAURI,de quem tenho esparsas notícias,acho que o POVO,também é responsável,por seus destinos.Sei que muitos,nem cérebros tem,que lhes possam ajudar nessas horas,contudo devemos ter em mente,que O MESMO POVO QUE FEZ A REVOLUÇÃO RUSSA DE 17,não era diferente dos povos em geral.Então,é justo ter-se esperanças no POVO.Mas devemos sempre,lembrar que no meio das multidões,existem MUITOS CANALHAS,particularmente das classes intermediárias.Nos nossos dias,a PEQUENA BURGUESIA,que hoje em dia,se transformou em NANICA.E estão sempre de prontidão,para bombardear consignas do POVÃO.O BOSTONARO,é produto da pequena burguesia,assim como O BISÃO DO NORTE.Essa dupla,particularmente,e tantos outros,são a SÍNTESE DOS DIAS ATUAIS,COMANDADOS PELA IDEOLOGIA PEQUENO BURGUESA.Tudo aos ricos,são suas consignas principais,e os pobres,que se virem.