Não é surpresa porque segue assim desde o período pré-eleitoral.
Mas continua inacreditável que a parcela mais rica da população – e nem cabe tanto assim chamar de ricas famílias com renda de R$ 5 mil e R$ 10 mil, embora sejam 12% do total – não apenas mantenha como até aumente seu conceito positivo sobre Jair Bolsonaro, como indica o Datafolha.
Para quase metade deles (44%) é ótimo ou bom o seu conceito sobre um governo que nada lhes deu, exceto, talvez, o prazer sádico de extravasar seu ódio aos pobres e aos excluídos em geral.
Os seus monocórdios discursos, antolhados ora em segurança, ora em corrupção estão aí, há anos sendo contrariados pelos fatos, a promessa de retomada econômica já nem mais é levada a sério por quem tem juízo e o país se degrada, aqui dentro e aos olhos do mundo.
Fossem apenas eles, seria lamentável, mas não perigoso, porque representam uma parcela minúscula (exceto em renda, porque, diz a ONU, 42% dela ficam com os 10% mais ricos do país), mas convém lembrar que os padrões da ambicionada classe média não são apenas bens e marcas, mas opiniões que tendem a ser reproduzidas e imitadas entre os mais pobres.
São números como este que fizeram dizer-se aqui que Jair Bolsonaro segue sendo o “Senhor da Direita“, que mantém a porteira fechada para que os grupos que aspiram o seu lugar permaneçam presoa a uma armadilha – construída por eles próprios – que não lhes permite sair do curral do “Mito”.
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O apoio a bozo por gente deste grupo da sociedade é o resultado direto do trabalho bem sucedido de emburrecimento executado pela mídia desde que o rádio chegou ao brazil e os jornais passaram a atingir mais pessoas graças à redução do altíssimo índice de analfabetismo no país. Aí veio o cinema hollywoodiano a disseminar aquilo que convinha aos EUA, aí as igrejas neopentecostais passaram a ser também instrumento de manipulação internacional com base nos interesses da matriz made in USA... Deu nisso que estamos vendo. O projeto de emburrecimento, alienação, doutrinação e manipulação levou décadas e gerações para ser implantado. Os frutos deste trabalho estão sendo colhidos pelos canalhas agora.
Isso mesmo. E acrescente 350 anos de brutalidade escravocrata.
Tenho um amigo, idoso, com formação superior, funcionário aposentado há vários anos de órgão governamental ligado à produção rural, pessoa respeitada no seu meio, fez várias viagens e cursos fora do Brasil, além de proferir palestras no exterior, em razão de se destacar na sua área como criador de métodos inovadores e possuidor uma cultura considerável. Pois esse cidadão, há poucos dias, e não foi por senilidade, me chamou para ver, na tela do celular, uma das famosas fazendas do Lulinha (em novembro de 2019), com sua sede luxuosa e pista de pouso próxima da casa, assegurando-me que aquela seria apenas uma das propriedades, só faltando mencionar a ferrari de ouro. Na matéria havia os comentários doentios de praxe, carregados de ódio e escritos em português sofrível. Depois, destilou ódio contra o STF. Olhei com pena para o meu amigo, um sujeito que publicou trabalhos em revistas estrangeiras, que falou em inglês fluente para plateias de vários países, ali, diante de mim, fascinado com aquela barbaridade, tomado por uma burrice, por uma ignorância que eu nem suspeitava, mesmo vindo de um conservador tradicional. Tratei de me despedir e me fui, triste, pensando que, se conseguiram fazer isto com a mente de um homem culto, com uma vida de trabalho intelectual e pesquisa, independente da questão de classe, não pode nos causar admiração que levem um trabalhador simples, que suporta todo o peso da injustiça que vem se instalando há alguns anos no país, endeusar um verme apodrecido até o talo da alma e seu clã de canalhas psicopatas. E o sujeito ainda nem é neopentecostal. Temo que um dia desses venha me perguntar se eu "conheço a palavra".
Não se justifica a surpresa do jornalista. Essa é a classe média tradicional e sempre foi assim, desde Canudos. É a comprovação de que a educação formal pode ser ótima para o cidadão, mas ela necessariamente não torna um país mais justo
Excelente sua observação. É inacreditável e deprimente constatar que a parcela mais instruída seja tão tosca, feroz e sobretudo imbecil.
Sr.Fernando.Uma sugestão,de um INTERNAUTA VÃO,como a maioria o é.A "CLASSE MÉDIA",não passa e nunca passara,DA MEDIOCRIDADE.Sempre que IMAGINO,GENITÁLIAS DE RICO,vejo junto com essa imaginação,DEDOS PEQUENOS BURGUESES,DISTRIBUIDOS ALEATORIAMENTE,e chego ,de novo,a conclusão que,contra esses males da modernidade da SOCIEDADE DE CLASSES,o inico remédio, É O FUSI'L.O resto,são ilusões,QUE OS ESPERTOS,chamam de "DEMOCRACIA"!Uma prova do que afirmo,DUVIDOI QUE QUALQUER PEQUENO BURGUES,não sustente,ser "DEMOCRATA".Que é sinônimo de PUXA SACOS DE RICOS.
Classificar de rico quem ganha. de 5 a 10 mil reais só pode ser piada. É jogar remediado contra remediado para desviar a atenção dos que ganham milhões e bilhões com a especulação financeira.
Estranho seria se a parcela mais rica da população — a meritocracia do privilégio, o 1% ou o 5% — não fosse o principal suporte e sustentáculo desse desgoverno feito, diga-se de passagem, a sua imagem e semelhança. Não, é claro, a que ela imagina e idealiza ("aristocrática" e "burguesa"), mas a sua cara sem máscaras, sua cara real e sua cara mais descarada. Os meninos e meninas da Faria Lima e do Leblon, seus chefes e patrões, não só detêm o poder do dinheiro e dos meios, mas nos governam desde o Golpe contra Dilma e a prisão de Lula. E nós assistimos a ação desses gangsters e seus assassinos a soldo fixo e variável, a turma dos "apartidários", o partido do "qualquer coisa menos o PT", quase paralizados, "em cima do muro".
Famílias com renda acima de 10 SM são quanto da população brasileira? 5%, 4%, 2%?
Com os números de ruim/péssimo o resultado das eleições teriam sido outros!!!
Não esqueçamos que Bolsonaro ganhou por 5% do eleitorado.
Ahhh não não foi 55x45? Sim, mas se 5% do eleitorado dele (que já se arrependeu) votasse no Haddad, o resultado teria sido outro!
Isso é uma luz no fim do túnel? Pra 2022 é beeem fraquinha, mas mostra que a oposição a esse desgoverno tem muito espaço pra crescer e impor derrotas seguidas na Câmara e Senado. Ou que a oposição utilize o máximo de sua força pra mostrar ao povo quem é quem no Congresso.
É a Síndrome de Estocolmo sendo reeditada. Pessoas apaixonadas pelo seu algoz que não enxergam a dura realidade que estamos vivendo. Será preciso que a justiça faça a sua parte e mostre os crimes dessa gente. E, ao que parece, o ódio que eles nutrem pelo STF é justamente porque este é o único capaz de abrir essas feridas e escancarar a verdade sobre essa milícia que assaltou o poder.
Vai lhes doer muito no momento que cair a ficha! Mas pelo visto, ainda vai demorar!
A justiça, inclusive e até o STF, já mostrou o quão omissa, conivente, cúmplice, covarde e medíocre é. "Deixai toda esperança" - Dante conta que está escrito na entrada do Inferno,. Nós já nascemos dentro dessa sociedade doente de ódio, rancor, desprezo e medo do povo. A Elite do Atraso e a classe média de boçais articularam isso.
Parentes do Sul, Nordeste e do Rio de Janeiro, timidamente, começam a manifestar-se contra, mas ainda apoiam Bostonauro, sim..
Por isso não tenho pena quando sei que seus filhos não conseguem empregos melhores que os meus. Mas que, em breve, estarão vagos, pois os meus guris sairão do Brasil. Espero que nunca mais voltem.
Se puder, e podemos, também sairemos.
QSFerrem os burros e os traidores.
Custo crer que uma pessoa viva confortavelmente com 10.000 reais. Rico que não é mesmo.
Prezado Fernando, não se trata apenas de dinheiro. Há também a questão de status. Essa turma experimentou os efeitos da ascensão social dos pobres e não gostou. Pobres frequentavam aeroportos, aviões, universidades, shoppings. São territórios exclusivos. A mão de obra de serviços aumentou. As empregadas domésticas ficaram mais raras. Quando eles pediram o Brasil de volta, era isso que eles queriam, os pobres de volta aos guetos e submissos. Eles resistirão a quem ameace esse estado de coisa. Bolsonaro lhes dá essa garantia, mas eles seguirão com qualquer outro que lhes garanta o mesmo.
É isso mesmo.O tal complexo casa grande e senzala que vem desde os primórdios do país. O MEDO de descambar para as classes pobres e a RAIVA e o PÂNICO de que a gentalha invada e tome posse de seus territórios exclusivos (hipermercados, restaurantes, aeroportos, shoppings, universidades, bens de consumo sofisticados etc..) estão na raiz desse apoio irracional e emocional. Tal qual os senhores de escravos, que quando começavam a ocorrer fugas e rebeliões, contratavam os capitães do mato.Outro dia escutei comentários no Walmart, típicos dos tempos da escrava Isaura.......