Delator da propina diz que repetirá tudo na CPI

Luiz Paulo Dominguetti Pereira, o representante comercial a quem o Diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teria mandado acrescentar um dólar de propina no preço de cada um dos 400 milhões de doses que dizia ter para vender ao Brasil, disse hoje à repórter Constança Rezende, da Folha, que repetirá tudo o que declarou ao jornal:

“Eu digo o que eu disse à senhora [repórter] e, se alguém me chamar, a qualquer momento, vai ser falado o que eu disse à senhora”.

Disse mais e envolveu diretamente o Secretário Executivo de Eduardo Pazuello, o coronel Élcio Franco, superior de Roberto Dias:

“Inclusive a gente esteve com o coronel Élcio Franco [então secretário-executivo do ministério] levando essa proposta, falando que era uma coisa simples. Era só responder o email que a gente já abria a documentação para eles, a certificação da vacina.

Sexta-feira vão se conhecer meandros do mercado paralelo de vacina, que atraiu figuras como Luciano Hang e o agora silencioso Carlos Wizard.

Gente não só corrupta como alucinada, que acha que centenas de milhões de doses podem estar “dando sopa” por aí, à margem dos Estados nacionais e da ânsia mundial por imunizantes.

Mas o fato de entregas de doses aos milhões não serem impossível que milhões de dólares sejam entregues a aventureiros e picaretas.

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