O áudio explosivo de Delcídio: dinheiro da Alstom e “cunhado” de Serra comandando o delator Baiano. Ouça

O Estadão reproduz, agora à tarde, uma nova gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró que deixa bem clara a constatação de que Delcídio Amaral e o ex-diretor da Petrobras se associaram para roubar a empresa durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, quando Delcídio, então no PSDB, era diretor da empresa e Cerveró seu subordinado. E que Gregório Marin Preciado, que Delcídio descreve como “cunhado do José Serra” (na verdade casado com uma prima-irmã, próxima a ele) é o homem por trás dos negócios de Fernando Baiano Soares, tido até agora como “operador do PMDB”.

Delcídio está extremamente preocupado com a menção a seu nome e ao da empresa francesa, porque em sua gestão foram compradas turbinas da Alstom para equipar usinas termoelétricas emergenciais – por causa do apagão – em número demasiado. Na sua delação, Paulo Roberto Costa dizia que havia comentários sobre propinas pagas a Delcídio pela multinacional, mas a Procuradoria achou que não havia consistência na denúncia e mandou arquivar.

Diz a matéria do Estadão:

“(…) o senador não esconde a preocupação com o fato de Cerveró poder revelar detalhes do envolvimento dele com a Alstom. “Tá lá assim, acordo de 2010, aí ele bota lá um troço assim, eu não lembro o nome agora, porque porra rapaz! Eu levei um…Você imagina, você vai conversar com o cara (André Esteves), de repente o cara me aparece com uma porra daquela, quer dizer, como é que esse cara conseguiu? E com as anotações, aí ele diz assim, ele cita o nome Guimarães operador Delcídio E se..se fosse, que vantagem eu teria de falar para vocês que eu não…”

Mais à frente, no diálogo, Delcídio tenta confirmar com Bernardo Cerveró e com Edson Ribeiro que o ex-diretor não mencionaria ele e a Alstom na delação, e é tranquilizado pelos dois que relembram um acordo de Nestor Cerveró com as autoridades do país europeu nas investigações da Alstom para não ser processado lá. Ao saber disso, o próprio senador conclui que havia “dinheiro da Alstom” mantido no exterior pelo ex-diretor Internacional.

“BERNARDO: Isso foi aquela estória que no final você falou. Que no final eles (MPF) jogaram. A gente sabe que vocês fizeram que você fez acordo com a Procuradoria que é um acordo de confidencialidade mas, que em off o tal do procurador suíço

DELCIDIO: Mas ele (Cerveró) chegou a fazer algum acordo com aquele procurador suíço?

EDSON: Foi fez. Pagou

DELCIDIO: Mas a título de que ele fez?

EDSON: Pagou. Pra não ser processado.

BERNARDO: Pra não ser processado lá.

DELCIDIO: Ah por causa de depósito em conta?

EDSON: Todo dinheiro que tava lá na Suíça ficou pra Procuradoria da Suíça. Então ele foi processado e o assunto morreu aí.

DELCIDIO: Pois é. E esse dinheiro era o dinheiro da Alstom? Ah foi por isso que ele fez o acordo?Entendi. Ele nunca me falou isso”.

O trecho com a conversa sobre a Alstom está a partir dos 40 minutos do vídeo que está no final do post.

Dezoito minutos depois, porém, vem o trecho que NÃO está na matéria do Estadão.

Quem publicou foi o Valor:

“E você vê como é que ele é [Fernando Baiano], como é matreiro? A delação, quando ele conta quando ele me conheceu, quando eu era diretor e o Nestor era gerente [da Petrobras]. Que ele foi apresentado a mim por um amigo, que ele poupou, que é o Gregório Marin Preciado. E as conversas que nós ouvimos é que em uma dessas reuniões que ocorreram, eu não sei com relação a qual desses projetos, houve uma reunião dessa na Espanha que os caras já rastrearam quem ‘tava’ nessa reunião. E existiu um espanhol nessa reunião que eles não souberam identificar. Bingo, é o Gregório!”

Delcídio prossegue dizendo: “Ou seja, Fernando está na frente das coisas, mas atrás quem organiza é o Gregório Marin”.

Em seguida, o senador — preso preventivamente por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) — relata um almoço com o também senador José Serra (PSDB-SP) e sugere que ambos conversaram sobre Preciado no contexto da Operação Lava-­Jato. O empresário, de origem espanhola, é casado com uma prima de Serra. Delcídio se equivoca e diz que Serra é cunhado de Preciado. “O Serra me convidou para almoçar outro dia… Ele [Gregório] é cunhado do Serra. E uma das coisas que eles levantaram nessa reunião na Espanha, eu não sei [se] sobre sondas ou Pasadena, mas houve um reunião na Espanha, e existia esse espanhol que não foi identificado. E é o Gregório. É o Gregório. O Nestor conheceu o Gregório”, diz.”

O jornal procurou a assessoria de Serra, que procurou se fixar na identificação errada do parentesco (Gregório, na verdade, é casado com uma prima-irmã de Serra) e a afirmar que as relações entre ambos são “estritamente familiares”. Não é verdade, os dois foram sócios num terreno do Morumbi, dado em garantia de uma dívida com o Banco do Brasil e vendido antes que fosse arrestado por falta de pagamento.

Este trecho começa aos 58;30 minutos.

Será que agora vão interessar as ligações entre o Governo Fernando Henrique Cardoso e de gente ligada ao PSDB nos assaltos à Petrobras.

Ou vai continuar “não vindo ao caso”?

Confira o áudio:

Fernando Brito:

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  • O Serra, o banco BSI do Esteves na Suíça? Romário também teria frito ? É por isso que diziam que abalaria a República ? FHC ja apareceu.Quem mais vem?

    • Maria....perdoe-me a intromissão mas vou anexar mais uma pergunta : Quais motivos , então, tornaram Delcídio líder do GOVERNO DILMA no senado federal ?

      • Ótima pergunta Iskra.
        Parece que acham o fio da meada e vão puxando, puxando e aí quando aparece alguém do PSDB, o fio é interrompido.
        No fim a podridão é geral. O reflexo de uma sociedade de exploradores e explorados. Mas há um esforço (promovido por nem sei quem) para nos convencer de que alguns são ladrões e outros não.
        Estou ficando com nojo disso.
        Da corrupção do PT que estamos vendo porque é mostrada, da cara de pau do PSDB que é igualmente corrupto (mas não é mostrado) e daqueles que desde o fim do império tem poder de manipular a informação, as ações do MPF, do STF e da PF e condenam o país a essa eterna desigualdade social.

  • Por isso o panico na Zelotes. O acerto pra lavar a grana "licitamente" . A semana que dura um ano em fatos. Ou muito mais. SOS Suécia.

  • A Força-Tarefa da Lava Jato conseguiu identificar todos os participantes da reunião, MENOS o Preciado, amigo e aparentado do Serra.
    .
    Faz-me rir, Força-Tarefa da Lava Jato. Isto está cheirando a mais um "não vem ao caso" dos investigadores de Curitiba, uma vez que levaria com certeza às falcatruas dos tucanos, os inimputáveis.
    .
    Parece que a Tarja-Preta não é só para o Serra, serve também para os 'seus'.

  • vai continuar "não vem ao caso". tanto que o pgr já arquivou está denuncia, e pronto!

  • Com a palavra os coxinhas e trolls que infestam o blog da mesma forma que baratas e ratos podem infestar casas. Detalhe do trecho: "Isso, é 2000, é bem antes". Ou seja, foi no governo FHC e, se essa operação tiver um mínimo de seriedade, tem que investigar a época do sociólogo entreguista também.

    • Maurício, admiro um blog progressista publicar comentários contraditórios. Mas que tenham argumentos factuais, jamais com insultos vazios e sem noção como muitos que vemos aqui. Publicar as estultícies desses cretinos, sejam trolls ou não, nada tem a ver com democracia. É dar espaço para a disseminação do ódio. Já responder a eles é valorizar o nada que escrevem e representam.

      • Paulim, eu já estou começando a achar que existe um interesse por trás desta permissividade. Será que os blogueiros esperam que o acesso aos seus blogs aumentem com o acirramento dos ânimos? Como o Galvão Bueno ao fazer várias intrigas ao narrar uma partida, aumentando a rivalidade entre torcedores. Eu mesmo estou começando a ficar desanimado com alguns destes blogues. Se são pessoas pagas, denuncie, peça ajuda a blogosfera. Podemos nos unir para processar e chegar aos chefes desta máfia. Agora, fazer como o PT e aceitar tudo, nem pensar. Se eu fosse o Fernando Brito começava a colocar as suas barbas de molho. Eu já fui professor. E uma coisa que me desanima muito na profissão, é a passividade dos professores com relação a violência na sala de aula. Já ouvi relato de professora em que contava como contornou bem uma situação de violência. Um aluno havia jogado, com toda sua força, uma maçã em suas costas. Ela me disse ainda que, se não tivesse jeito de lidar com estas situações, não poderia ser professor. Coitada!! Eu falei para ela o seguinte: "quero ver este aluno fazer a mesma graça diante de um juiz". Continuei: " o juiz não vai brigar com o aluno, vai simplesmente, mandá-lo para um abrigo". Por isto eles são respeitados. Se bem que hoje em dia, eles são mais temidos do que respeitados. Afinal, quem não teme a Deus.

  • Tens razão Mauricio, é hora de ser justo porque até agora só dá petralha na cadeia.
    Temos que botar um tucano, em nome do pluralismo partidário.
    Qual tucano que você acha que poderia fazer companhia aos petralhas nos presídios?

    • Klaus,
      Vamos fazer uma rifa e sortear um.
      Aposte em um número.
      Tem máfia de ambulância, Mensalão mineiro, Privataria, Trensalão, Detran do RN, Furnas...

      • Essa foi ótima.
        Gargalhando muito.
        Eu apostaria na zebra: o helicoca.

      • "Mensalão mineiro" é o caralho!! É MENSALÃO TUCANO EM MINAS GERAIS!! Pôrra!!!!!!

    • "Não sou do PT, então nunca serei preso" (Deputado Jorge Pozzobom (PSDB-RS) deixou escapar o que é comentado nos corredores de seu partido, mas nunca foi dito publicamente. "(..) entro no Poder judiciário e por não ser petista não corro o risco de ser preso".

  • :

    : * * * * 19:13 * * * * Ouvindo A Voz do Bra**S**il e postando:

    * * * * * * * * * * * * *
    * * * *

    Ley de Medios Já ! ! ! ! Lula 2018 neles ! ! ! !

    * * * *
    * * * * * * * * * * * * *

  • Ô Kraus,

    "Qual tucano que você acha que poderia fazer companhia aos petralhas nos presídios?"

    Facilitaria ao seu interlocutor se vc perguntasse qual tucano vc NÃO gostaria de ver na companhia do que vc chama de "petralhas" nos presídios.

    Ele provavelmente ficaria mudo e vc ganharia o debate.

    • Ele ficou mudo da mesma maneira... logo ganhei o debate.
      Deixemos de lado infantilismos, o fato é que se todo ladrão pego na boca na botija alegar que tem que prender o ladrão antecedente vamos parar em Barrabás, padroeiro dos petralhas.
      Petralhas facilitem o trabalho da polícia, devolvam os pixulecos roubados, se entreguem, vistam o pijama modelo barba, se adentre nas celas e se trancafiem. Aí sim terão o respeito do povo brasileiro.

      • O problema é que esses ladrões anteriores tão flutuando por aí ainda. Eles são a geração anterior de demotucalhordas que peidam em cadeiras na Câmara e Senado, e em cadeiras da Veja e da Fôia quando dão entrevistas ao pig. Então sim, sua sanha moralizadora, para deixar de ser seletiva, deveria se voltar contra uns coxinhas. Eu sei que é difícil, já que você vota neles, e chamá-los de corruptos seria quase como admitir que você votou em corruptos, mas não é fácil ser moralista.

  • É pior, em 1975 o Delcídio foi colega de escola de um primo do FHC que o ajudou a colar na prova. O que demonstra que ele era um tucano safado que roubou a Petrobras sem o conhecimento dos honestíssimos e ingênuos Dilma, Lula e Lulazinho, o professor de educação física que cobra 3 milhões por "consultorias esportivas" das quais nem se lembra muito bem. Rapaz! o típico militante de esquerda sempre se notabilizou por negar a realidade, justificando os crimes do Stalin, do Fidel ou de quem seja. Mas o grau que os petistas estão atingindo é algo nunca antes visto na história desse planeta.

    • Não precisa nem ir tão longe. O Delcídio já ocupava cargos no governo FHC, quando ele era do PSDB. Que você não admita que o envolvimento dele com as patifarias na Petrobrás venha lá dos tempos do príncipe dos sociólogos é compreensível, visto que coxismo parece comumente vir acompanhado de um certo déficit intelectual. Mas daí a ignorar o fato de que o delcídio era do PSDB na época do governo FHC já é uma mostra cabal de inabilidade intelectual completa e irreversível.

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