O Valor, hoje, anuncia que “Os delegados que atuam na Lava-Jato no Paraná já se prepararam para enfrentar os parlamentares que os convocaram para depoimento à comissão instalada na Câmara relacionada às irregularidades na Petrobras desvendadas pela operação”.
Por que tanta preocupação de autoridades policiais que, quando querem, vazam depoimentos, delações e tudo quanto lhes convenha?
A razão pode estar em um dos depoimentos marcados para amanhã na CPI da Lava Jato, que tem tudo para jogar luz sobre a obscura rede de intrigas e ilegalidades que se formou na Polícia Federal do Paraná.
É o do delegado Mário Fanton, que produziu um despacho em maio deste ano onde aponta, detalhadamente, os indícios de manipulação que, ao final, o fazem recomendar ao Ministério Público que “reanalise as provas, inclusive a sindicância da escuta clandestina, se possível refazendo-a, e conduza diretamente a presente investigação ou com grande proximidade a um novo delegado a se indicar, pois não acreditamos mais nas provas antes constituídas”.
Em julho, Aguirre Talento publicou que “Delegado da PF relata pressão de colegas em investigação no Paraná“, informando que Fanton relatava que as pressões eram “para quererem ter ciência e manipular as provas”. Um mês depois, Marcelo Auler apontava em seu blog mais alguns baldes de lama encontrados na suposta investigação sobre a escuta e em outras nas atividades do grupo da Polícia Federal na Lava Jato.
O próprio Auler, na edição desta semana da CartaCapital, descreveu as circunstâncias das pressões narradas pela Folha.
“Em 4 de maio, ao saber que não ficaria na cidade, o delegado [Fanton] colheu o depoimento de [Dalmey] Werlang [agente da PF especializado em escutas], que pela primeira vez admitiu a instalação dos grampos. Em seguida, registrou sua apuração em cinco laudas. Nesse registro, acusou os delegados Igor Paula e sua mulher [ a delegada Daniele Rodrigues] de “quererem ter ciência e manipular provas, sendo que o principal setor de vazamento de informações da superintendência é o NIP”.
Agora, o Tijolaço teve acesso à íntegra do despacho do Delegado Fanton – que está em poder da CPI – , com todos os detalhes de como se deu esta manipulação e tentativa de supressão de provas por parte dos dois delegados.
Agora, o “coletivo de delegados” quer se recolher ao silêncio na CPI, alegando que a comissão “não deve atuar como delegacia de polícia”.
Não mesmo, se é assim que eles fazem funcionar a Delegacia de Polícia Federal em Curitiba, manipulando, ameaçando, escondendo o que é ruim e vazando o que ajuda a se exibirem como os “moralizadores do Brasil”, enquanto praticam, no silêncio, as maiores irregularidades.
E, com a ajuda do Ministério Público local, ai de quem as denunciar.
Leia o despacho de Fanton, pela primeira vez publicado na íntegra.
15 respostas
Bueno …a “cpi…isenta” tem a possibilidade de apurar as irregularidades da PF “isenta” junto ao MPF do Paraná…”isento” e o Judi$iário do Paraná “isento”…todo mundo isento, limpinho e cheiroso…
Foi reinstalado em pleno Governo Democrático o DOPS sob as barbas de um incompetente ou mal intencionado sinistro da justiça conhecido nos velhos tempos como Boneca.
Eles não são réus, são funcionários públicos, antes de mais nada. Se viraram políticos aí já é um outro problema, porque não receberam nenhum voto. E se viraram empresários ou candidatos a alguma mensalidade extra, é mais grave problema ainda. Isso aí, não era caso de CPI, mas de sindicância séria interna e com transparência, com relatório oficializado em público pelo Ministro da Justiça (cadê o cara?). Ou então, que se faça logo uma CPI do MPF e da PF. Mais simples.
Os meganhas ganharam todas, na Comissão da Verdade escaparam impunes.
Vamos acompanhar o desdobramento da investigação sobre essa peripécia deles para vermos se algo mudou no Brasil quando o assunto é meganha.
É uma esculhambação essa “operação”. Tinha até problemas importantes para serem corrigidos, mas sobre o filtro da PF, do MPF/PR e do Moro só produz esculhambação. Só gente esculhambada, pra admirar uma operação esculhambada dessa. Bando de esculhambado. hahahahahahaha
Se fosse só a PF do Paraná , estaria tudo certo e fácil de resolver , o problema é que essa mafia judiciária que se instalou no PR é bem maior com MP , PF e ate ajuda de Brasilia no STF , tudo comandado por um “juiz” partidário e midiático.
Ao manter Cardozo e Mercadante em seu ministério, Dilma dá a impressão de que quer ser cassada.
Concordo contigo, João Batista
A polícia não quer dar esclarecimentos…e pode isso? Onde estamos no direito civil? Na idade da pedra?
enquanto isso no Paraná:
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/delacao-de-youssef-sobre-suspeita-de-corrupcao-na-gestao-lerner-sumiu-do-processo-0ag163oqjwyvh8i2kv38oretw
Até o processo desaparece
Uma investigação seletiva, só poderia dar nisso.
Pau que dá em Chico, NÃO dá em Francisco.
O MP e a PF estão de má intenção.
Alguém está com saudades dos rodízios de 6 meses na fronteira, em Foz de Iguaçu, claro. Acabar com a “festinha” foi o maior pecado de Lula e Márcio Thomaz Bastos.
Investigações seletivas, com denúncias coletivas, julgamentos seletivos e condenações seletivas! Quando vão prender esses prevaricadores? Quem sabe lhes deem a chance da delação premiada…
Quero ver se esses delegados Aecistas do Paraná são machos para prender os Marinhos… Aí, sim, seriam aplaudidos por todo o povo brasileiro e escreveriam seus nomes em nossa história!!!
“Eduardo Cunha é penta. Com o novo depoimento do lobista João Henriques, já são cinco os investigados da Lava Jato que o acusam de se beneficiar do esquema de corrupção na Petrobras.
Nenhum outro político foi citado por tantas testemunhas do escândalo. Mesmo assim, ele continua no cargo e ainda articula a abertura de um processo de impeachment contra a presidente da República”. http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2015/09/cunha-e-penta.html