Deltan dá um passo para o precipício

A entrevista de Deltan Dallagnol à Folha, dizendo que o Procurador-Geral da República ter acesso aos “dados sigilosos” da Lava Jato seria o mesmo que “um banqueiro ter acesso aos dados bancários de um correntista” pode ser o último arrulho da arrogância da “República de Curitiba”.

Não são os procuradores que “decretam o sigilo” de informações que sustentariam suas ações acusatórias. O processo é público, salvo quando o juiz decreta seu sigilo provisório ou quando se trata de dados originalmente provisórios, onde o juízo quebra o segredo deles e que devem poder ser acessados não apenas pela acusação, mas pela defesa e, claro, descartados quando não revelam nada que mereça constar dos autos.

Não para Deltan e os ex-“intocáveis” da Lava Jato, porém. Que “sigilos” são estes aos quais só eles podem ter acesso.

Se são informações de natureza pessoal, sem repercussão no plano penal, deveriam, simplesmente, ser descartadas. É o caso, por exemplo, das escutas autorizadas – vimos no caso do “grampo” sobre Lula e Dilma Roussef – onde se tratava de fatos absolutamente irrelevantes para a investigação.

Mas Deltan comete o erro de dar-se o status de “dono do processo”: “As decisões judiciais existentes não autorizam que seja dado acesso a todo o material e ainda condicionam o compartilhamento à indicação dos inquéritos e processos que serão alimentados com as provas.”

A Lava Jato sequer é um órgão do Ministério Público, mas grupo formado por decisão discricionária da Procuradoria Geral , com integrantes designados por Rodrigo Janot. Quem tiver dúvida, veja aqui a Portaria 217/2014, ode o procurador-geral cria a “Lava Jato”.

Não são, portanto, promotores naturais do caso, mas extensão do próprio gabinete da PGR.

Dentro do MP, pela primeira vez, percebe-se que o grupo lavajatista perdeu apoio, e já não são poucos os procuradores que acham que é hora de tirar o poder deste quisto que se arroga todo-poderoso.

 

Fernando Brito:

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  • Deltan não está apenas se defendendo , quer dizer a força tarefa , ele está defendendo um conjunto enorme de forças as quais a própria folha faz e fez parte . Nesses dados acobertados não está só o FBI . Mas , informações de colaboracionistas que queria o PT fora do poder . E queriam que aqui fosse uma enorme Porto Rico ;

  • esse sujeito não devia estar preso? pq ainda é ouvido? canalha

  • Quadrilha da qual fazem parte globo e folha.
    Todos criminosos cujos crimes sempre conhecemos. Moro, delanhol, globo, miriam leitão e família, etc.
    Destruíram o país.

  • Engraçado como estes funcionários públicos despreparados gostam de comparar os procedimentos que adotam àqueles que ocorrem em empresas. Além de muito provavelmente banqueiros acessarem dados de clientes e ninguém ficar sabendo, estes tipos querem que a coisa pública funcione como uma privada (a dubiedade é proposital). Idolatram as empresas como se fossem o modelo que se deve buscar para o que deve ser público. Nunca vão entender seu trabalho.

  • Quisto? Creio se um tumor gigante, com metástases espalhadas por todo o Brasil.

  • As últimas declarações de Moro e Dallagnol, mostram claramente o baixíssimo nível intelectual dos dois e, talvez também, um indício de surto paranóico. Mas precisamos olhar tudo isso em plano maior. A América Latina foi "invadida" pelos EUA, mas os soldados invasores são dos próprios poderes dos países invadidos. Eles se acham acima da lei porque, no fundo, não se sentem cidadãos de seus países, mas sim americanos. Isso não funciona necessariamente no plano consciente, mas em muitos casos apenas simbólico.

    • Corretíssimo.
      Se fosse cumprida a legislação sobre traição à pátria esses energúmenos e todos aqueles que manejam seus cordéis já deveriam estar no cadafalso a espera da sentença.

  • A arrogância "devora" os arrogantes. Não há mal que sempre dure. O tempo útil desses canalhas de Curitiba acabou, verão, na carne, o quanto foram usados e da mesma forma serão jogados no lixo. Pois é lá o seu habitat natural. Não passam de ratazanas. Aqui no meu querido sertão nordestino, ratazanas tão podres que nem para matar a sede do esfomeado sertanejo.

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