Guerra, política e diplomacia, já dizia Clausewitz, o general da Prússia, são uma continuidade.
A nova crise no mundo árabe, com o rompimento de relações entre a Arábia Saudita (e seus dependentes) e o Irã, por conta da execução, no final de semana, do Sheik Nimr al-Nimr, um clérigo de oposição à monarquia de Riad- e 46 outras pessoas, num só dia – deixou, de novo, os norte-americanos numa saia-justa diplomática.
Como defender seus aliados sauditas diante de uma execução feita, disse ontem o The New York Times, “decapitando muitos deles em um estilo que a maioria dos norte-americanos associam com o Estado islâmico em vez de um parceiro dos EUA?”
No final do mês começam as negociações sobre um armistício na Síria, sob o patrocínio da ONU e tornou-se virtualmente impossível aos EUA insistir, mais do que numa encenação retórica, à participação do governo de Bashar Al-Assad, que prepara novos avanços sobre a periferia das cidades, que é onde está a população síria, não nas vastidões de desertos onde se espalha o Exército Islâmico.
A agência de notícias síria Sana divulgou, pela primeira vez, fotos de caças sírios – não os russos, ainda – operando na base aérea de Kweires, na cidade de Aleppo, a segunda mais importante do país e que já esteve sob controle rebelde. Violentas ofensivas, numa batalha que já dura três anos, estão consolidando o controle governista em torno da base, para que dali sejam lançados ataques A Ar Raqqar e Deir el Zhor, únicas cidades de algum porte sob controle do Exército Islâmico e rota para o Iraque, onde o ISIS perdeu o controle de Ramadi.
A guerra, agora, é de posições para a batalha diplomática que começa no final do mês.