É provável que grande parte do “Auxílio Emergencial” turbinado pelos 200 reais extras não vá parar na feira livre ou no supermercado, para comprar a comida que anda escassa para milhões de brasileiros, mas vá “pingar” no pagamento de contas de luz, telefone e outros serviços, aos quais eles não conseguem honrar, por conta do dinheiro curto.
Os dados da pesquisa de endividamento da Confederação Nacional do Comércio mostram que nunca houve tanta gente “pendurando” dívidas: 78,8% (oito entre cada 10) das famílias com renda até 10 salários mínimos estão endividadas e quase um terço delas (29%) estão com pagamento de contas ou prestações em atraso.
O número, que vinha se mantendo estável com algumas concessões governamentais (antecipação do pagamento de 13° de benefícios do INSS e liberação de saques do FGTS) voltou a subir.
Na edição anterior do auxílio, em 2021, quando o endividamento era menor, um quarto dos beneficiários o usou para pagar dívidas em atraso, e nada faz crer que desta ver seja diferente.