Dilma e o Papa

Foto: Robert Stuckert Filho.
Foto: Robert Stuckert Filho.

Quem não se lembra da campanha suja dos conservadores em 2010? Setores reacionários da Igreja Católica fizeram de tudo para derrotar Dilma. Na véspera da votação no segundo turno, no dia 29 de outubro, o susto final: até o Papa parecia estar contra a presidenta! O Globo fez uma capa melíflua, mas bastante objetiva.

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Desta vez, Dilma não terá o mesmo problema. O atual Papa nunca agiria para interferir numa eleição do Brasil. Até porque ele se dá muito bem com a nossa presidenta.

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Dilma: O Brasil abraçou o Papa

No blog do Planalto.

A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (21) durante entrevista coletiva após encontro com o Papa Francisco, que pediu ao Santo Padre uma mensagem pela paz e contra o preconceito, que serão os temas da Copa do Mundo de 2014. Para Dilma, a presença do Papa no Brasil na Jornada Mundial da Juventude foi um momento de grande interlocução de espíritos em que o povo brasileiro mostrou sua generosidade e “abraçou” Francisco.

“Vim aqui porque a Copa do Mundo vai ocorrer no Brasil em julho. E eu vim dizer para o Santo Padre que nós vamos fazer uma Copa com um tema muito importante. O tema é uma Copa pela paz e uma Copa contra o racismo”, afirmou.

Dilma presenteou o Papa Francisco com uma bola autografada pelo jogador Ronaldo, uma camisa da seleção brasileira autografada por Pelé e uma coleção de livros sobre a história dos jesuítas no Brasil. Ela também brincou com a rivalidade entre brasileiros e argentinos no futebol.

“Fiquei muito feliz de estar aqui e necessariamente também nós falamos a respeito dessa questão que, sempre que brasileiros e argentinos se encontram e falam sobre a Copa é tocada: a questão de quem ganha a Copa do Mundo. A única coisa que eu pedi era que a neutralidade fosse mantida por parte do Santo Padre e assim a ‘Mão de Deus’ não empurrasse a bola de ninguém”.

A presidenta disse que a ida do Papa ao Rio de Janeiro na Jornada Mundial da Juventude foi um momento muito importante para o Brasil.

“Acho que o Brasil mostrou ao Papa aquilo que ele tem de melhor, que é essa imensa generosidade do povo brasileiro, aquela capacidade de acolhimento. Acho que o Brasil abraçou o Papa e mostrou também, eu acho que a contribuição do Papa é em termos dos valores que ele transmitiu naquele momento. Nós somos um Estado absolutamente laico. O Papa, como um chefe de Estado, foi recebido. Mas ele também teve esse papel inequívoco, que foi expressar valores, que são os valores da fraternidade, da solidariedade, da relação um com o outro de forma respeitosa. E mostrou a possibilidade de um grande congraçamento de pessoas com um grau de pacifismo imenso. Então foi um momento especial para o Brasil”.

Sobre a nomeação do arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, como cardeal, a presidenta disse estar muito feliz com a indicação feita pelo Papa. Neste sábado (22), Dilma estará presente no consistório, cerimônia na qual o Santo Padre ordenará os novos cardeais.

“Eu fiquei muito feliz com a indicação de Dom Orani. Eu acredito que foi mais uma manifestação muito boa que o Papa teve em relação ao Brasil. Acho que a escolha do Dom Orani é uma escolha merecida. Dom Orani, além de ser um homem de fé, é uma pessoa com grande capacidade de solidariedade, que se interessa pelos movimentos sociais, pelos pobres. Então eu estou aqui inclusive para prestigiar a nomeação do Dom Orani como cardeal”.

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