Jair Bolsonaro é, de fato, um verme moral.
Dom Philips e Bruno Pereira, os dois desaparecidos no Vale do Javari, agora são os culpados por seu provável trágico destino, a morte.
Vejam o que acaba de dizer o desqualificado – definição dele próprio, ontem – presidente da República.
“Esse inglês era mal visto na região, porque fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental, então, naquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele.”
Que gente, Bolsonaro? Garimpeiros ilegais, madeireiros ilegais, caçadores e pescadores ilegais, narcotraficantes por óbvio ilegais?
Pois havia gente que gostava deles: indígenas, ribeirinhos, funcionários da Funai, do ICM-Bio, do Ibama, ambientalistas…
Curiosamente, a gente que não gostava de Bruno e Dom gosta de você, Bolsonaro. E os que gostavam dele tem horror ao que você faz.
Bolsonaro, que em tese nada sabe sobre o que se passou, esmerou-se em descrever o que deve ter se passado:
“(…)se mataram os dois, se mataram, espero que não, eles estão dentro d’água e dentro d’água pouca coisa vai sobrar, peixe come, não sei se tem piranha lá no Javari.”
Não compete a um presidente da República adivinhar o modus operandi de assassinos nem fazer descrições mórbidas de um laudo de necropsia imaginário.
Ao culpar as vítimas, Jair Bolsonaro ultrapassa todos os limites da falta de humanidade, empatia, respeito e decência. Debocha da dor alheie porta-se como um verme que se alimenta, no sentido figurado e político, dos mortos.
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A Fernando Brito,
Sempre preciso na notícia, confiável nos comentários políticos e sociais, sensível e atento aos interesses da nação e aos valores universais, fazem da sua pessoa um grande humanista! Parabéns, mais uma vez!
É de jornalistas com essa acuidade intelectual e serenidade, na crença de um mundo melhor e possível para todos nós, que o nosso Brasil precisa, quiçá, o mundo.
Segue de Brasília o nosso desejo: continue sempre assim como você é, pela eternidade em que viver!