É papel da imprensa respeitar o ser humano

desfoque

É claro que a tragédia pessoal deste jovem Andreas Richthofen é notícia, embora nem todo o noticiário deixe bem claro que ele é vítima, não criminoso, do desgraçado destino de sua família.

Mas é desumano o que faz, hoje, a Folha, publicando sua foto dentro de uma casa de saúde para dependentes e fuçando detalhes de sua internação  – o que havia no prato em que comeu, ter ficado “num quarto só para ele” e sugerindo que ele esteja recebendo tratamento “VIP”, “apesar de ele ter entrado ali como paciente do SUS.”

Um jornal que pretende condenar, com razão, a brutalidade de internações forçadas pela guarda municipal de João Doria como regra, não pode, ele próprio, “invadir jornalisticamente” um ambiente hospitalar e devassar morbidamente a intimidade de um paciente.

Sim, ele é um paciente, um ser humano. E é uma tolice reduzir essa condição pelo fato de ser louro e “rico”, porque não se defende negros e pobres desqualificando os que não são. A exposição de alguém nitidamente indefeso só merece o nome de crueldade.

Ou, quando é para conseguir mais uns “cliques” e vender uns exemplares a mais, mercadejar  o sofrimento humano.

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