Eleição em SP também é Lula x Bolsonaro

Esta aí em cima é a pesquisa que conta para as eleições em São Paulo.

As outras, que apresentam um entra-e-sai de candidatos pode ser relevante para as negociações políticas de alianças, mas na hora do voto é evidente que o eleitor vai procurar alinhar sua manifestação pela escolha do candidato, tanto que o candidato bolsonarista, Tarcísio de Freitas, que nem sabe onde é a Ipiranga com a Avenida São João, aparece com 27% dos votos, 2% a mais que seu chefe Jair Bolsonaro, o que se explica porque Moro não tem candidato a governador no estado, depois de ter ficado órfão do seu pupilo Arthur “Mamãe Falei”.

O mesmo, claro, acontece com Fernando Haddad, que empata (41% e 39/40%) com a preferência manifestada pelo eleitor paulista por Lula, enquanto Rodrigo Garcia fica reduzido a figurante no processo, seguindo os passos de João Doria.

O número de indecisos, muito baixo para uma pesquisa feita seis meses antes da eleição (10%) e o do “não voto” (brancos, nulos e abstenção) são baixos, o que indica um processo avançado de formação da decisão de voto. A reversão, portanto, é menos provável e você deve reparar que, sem a vinculação à campanha presidencial o impulso de voto do eleitor cai significativamente. com o não-voto saltando de 13% para 33%.

O único fator negativo para Fernando Haddad na pesquisa é que sua rejeição ainda é alta (53%), razão pela qual o melhor para a sua candidatura seria ter o apoio aberto e exclusivo de Geraldo Alckmin, sem dividi-lo com Márcio França concorrendo ao mesmo cargo.

Boulos aparece com 7% e, francamente, acho que seria uma tolice desperdiçar uma liderança tão promissora quanto ele com uma votação modesta, que pode até encolher à medida em que Haddad e Tarcisio polarizem a disputa.

Ainda mais depois de seu desempenho eleitoral nas eleições paulistanas, seria um retrocesso e o desperdício de um dos mais promissores novos quadros políticos surgidos neste Brasil deserto de lideranças.

Fernando Brito:
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