Está sendo paga hoje a última parcela da prorrogação – já pela metade – do auxílio emergencial decorrente da pandemia do Covid-19.
O auxílio acaba; a pandemia, porém, continua.
Logo, os números voltarão a assustar aqui, quando passar a “baixa” artificial do subregistro dos dias de Natal – como também o teremos no Ano Novo.
Lá fora, as noticias boas só vêm do início da vacinação, porque no restante são mais bloqueios, fechamento de fronteiras e restrições à circulação de pessoas. No Reino Unido, está para ser criado, esta semana, o “Nível 5”, um grau acima em matéria de rigidez sobre as atividades sociais e econômicas.
Aqui, quando explodirem os casos, sobretudo nas cidades turísticas, será inevitável uma nova onda de interdições que levará embora a ilusão de que o verão seria de recuperação das perdas de 2020.
Nas pequenas cidades do interior, o fim do auxílio-emergencial vai derrubar as economias locais, que com ele se aqueceram para além dos danos da pandemia.
O efeito “varinha mágica” do auxílio e da suspensão dos contratos de trabalho, que funcionou para segurar a retração econômica termina à meia-noite de quinta-feira.
Serão dezenas de bilhões a menos jogados no consumo e na demanda, sem o que entre em seu lugar e sem que as condições de funcionamento da economia produtiva tenham voltado à normalidade, ao contrário.
Se, à última hora, o governo sacar da cartola alguma extensão, será a economia da especulação, os do “arrocho acima de tudo” que desestabilizarão a atividade econômica que ainda cambaleia.
Nada indica que a desvalorização de nossa moeda e a corrosão da renda dos que vivem de salário sugira que haja força em um país devastado e sem esperanças de vacina para tão cedo possa se reerguer.
Este será o janeiro que teremos, provavelmente o fevereiro e possivelmente o março.
O resto é ilusão “mercadista”.