Mais tolo do que achar que Jair Bolsonaro pode vir a ser o pai dos pobres, é pensar que ele, por conveniência política, possa adquirir hábitos civilizados.
Hoje, em visita à feirinha da Catedral de Brasília, ao ser perguntado por um repórter de O Globo sobre os cheques de Fabrício Queiroz depositados na conta de sua mulher, Michelle, saiu-se no melhor estilo do que é: um valentão de porta de botequim, corajoso quando está cercado por sua turma:
— [tenho] vontade de encher sua boca com uma porrada!
Por sorte, nenhum dos fanáticos que o seguiam teve a ideia de pôr em pratica o desejo do presidente, exposto tão claramente.
Ou que o repórter, até então insistente mas civilizado, não tenha respondido na base em que Bolsonaro entende: “dá que vai levar outra”.
O país correria o risco de um pugilato presidencial.
Tornou-se um risco físico ser escalado para cobrir as movimentações do presidente, mas talvez valesse a pena para a informação dos brasileiros, pois, antes do coice, Bolsonaro havia reagido à pergunta indagando sobre os supostos entrega de dinheiro pelo doleiro Dario Messer à família Marinho, dona da Rede Globo.
Ouça, abaixo, o áudio do edificante momento produzido por Jair Bolsonaro.