Recebo, chocado, via Luiz Costa Pinto, e vou verificar na Cartilha do Participante – Redação no Enem 2017, distribuída pelo MEC, a passagem que reproduzo acima.
Numa tradução simples, não se constituem atentados aos direitos humanos aqueles que, sob a cobertura do Estado e da lei, vilipendiarem a vida de um ser humano.
Pelo estranho senso de direitos humanos dos autores (desculpem, não posso chama-los de professores), as degolas de pessoas a cimitarras na Arábia Saudita são ” contratos sociais cujos efeitos todos devem conhecer e respeitar em uma sociedade”.
O enforcamento, com baraço e pregão, de Tiradentes, seguido do esquartejamento e salga de suas terras e a maldição de seus descendentes eram, igualmente, normais, porque as leis conferiam ” ao Estado a administração da punição ao agressor”.
A escravatura estava nos códigos imperiais e na Constituição, até a Princesa Isabel. Com direito a poste e chicote em praça pública, porque, consagra o Direito, a pena deve ter caráter pedagógico e desestimular, pela punição, o cometimento de crimes que terão castigo exemplar.
Então, o garoto ou a garota poderá escrever, sem medo do professor que lerá sua redação, um parágrafo assim:
“Diante da atual onda de violência que caracteriza um sofrimento da sociedade, é justo que ela reaja no mesmo diapasão, fazendo aprovar leis que condenem à morte e ao suplício os acusados de crime e, para que isso produza efeito, que isso se faça com transmissão pelos meios de comunicação. Leis, claro, que a todos obriguem e não mero sadismo individual, o que seria, aí sim, uma afronta aos direitos humanos.
Deve, ainda, prever legalmente que a execução se faça – dentro do espírito de uma legislação que desestimule o crime – com meios que evidenciem o castigo que a coletividade confere aos que a agridem, com a decepação progressiva de seus membros e a exposição – há o precedente legal da “Lei de Talião” – da dor e sofrimento que causaram ao desrespeitar o que deviam ” conhecer e respeitar em uma sociedade” Claro que, com a misericórdia que nos obrigam nossas tradições ocidentais e cristãs, deve haver regras legais para a duração do suplício, digamos que dez minutos, para não dispersar o interesse coletivo, até a aplicação do golpe de misericórdia’.
Dez, nota dez!
Deus do céu, regredimos não anos, milênios!
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O regresso aos tempos medievais.Mendoncinha e seus pares do MBL,misturados com o surubento Jucá e o ator(?) pornô Alexandre Frota dá nisso aí.
é inacreditável!
contra estado de exceção, exceção do estado. se este admite que justifica-se prisão perpétua ou pena de morte, que os da trincheira da cá decidam quem deve estar nas masmorras e nos patíbulos. então a luta de classes agora é guerra.
Isso quer dizrr, então, que se um dia o povo brasileiro chegar ao século XVIII, poderá levar conspiradores, golpistas e entreguistas à guilhotina?
Quem leu Foucault ou Pierre Bourdieu já sabia do abismo medieval-inquisitorial a que os nazifascitóides e descerebrados do golpe nos levariam.
acho que, num acesso de pudor, não incluíram o pau de arara e a cadeira do dragão.
Parece um decreto de um reino medieval. Com trombetas e tudo para anunciá-lo. E me remete à pergunta que não irá calar e que é de todos os tempos humanos: Por quem os sinos dobram? (de John Doe, se não me falha a memória).
Corrigindo, o autor é Jonh Donne. Nunca é demais relebrar.
"Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa ficará diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti".
Meditações VII, John Donne
O nome do autor é John Donne. Está mais atual do que nunca. Foi referência para o romance de Heminghay que virou filme com esse título. Se o aluno do Enem resolver citá-lo, será que terá aprovação?
"Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa ficará diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti".
Meditações VII, John Donne
O QUE ESPERAR DE UM BANDO DE CRIMINOSOS QUE ASSALTARAM O PODER E SÃO SUSTENTADOS PELAS BANCADAS DA BOLA, BOI E BÍBLIA, ONDE EDUARDO CUNHA É ÍDOLO.
Absurdo. É verdade isso mesmo?
A Idade Média é aqui.
Evoluir? Pra quê?
ESCOLA COM ENSINAMENTO POLÍTICO DE TODAS AS CORRENTES DE PENSAMENTO -essencial- (é mais danoso a sociedade um analfabeto político de que um péssimo estudante de matemáticas )
PRÁTICA ATIVA DO QUESTIONAMENTO EM TODAS AS ÁREAS
PRÁTICA CONSTANTE DE ROTINAS DEMOCRÁTICAS NAS ESCOLAS .
Estas são algumas ideias que nos ajudariam a ter uma sociedade de INDIVÍDUOS PENSANTES.
Me pergunto por quê os pts além de facilitar o acesso a educação não deram um basta nessa instrução de robôs produzidos em série que é a escola brasileira.