Estoque de veículos por redução de IPI respondeu por retração anormal da indústria

Embora esteja bem longe de apresentar resultados positivos, não procede o terrorismo jornalístico sobre a queda de 3,5% na produção industrial de dezembro.

Por uma razão muito simples: ela foi fortemente influenciada pela queda na produção de automóveis – 17,5% – , provocada pela semi-paralisação do setor em dezembro.

Praticamente todas as  montadoras deram férias coletivas em dezembro, mês que, pela redução dos dias trabalhados

E porque ele parou?

Porque a indústria se estocou fortemente para aproveitar o final da redução do IPI, que se encerrou em dezembro e vendeu os carros do pátio naquele mês e em janeiro, gerando um pico de movimento nas concessionárias, com a aplicação do desconto integral aos veículos fabricados no ano anterior.

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A indústria automobilística representa 10% do total da indústria brasileira e,  sem contar a cadeia de componentes que dela depende.

Já o mercado de caminhões também antecipou compras, para aproveitar as taxas de financiamento do Programa de Sustentação do Investimento, que passaram de 4 para 6% na virada do ano. Isso, ao contrário do que ocorreu com os automóveis, esfriou as vendas em janeiro, ainda mais porque a burocracia do Ministério da Fazenda atrasou a edição de uma portaria que permite o acesso a este financiamento.

Os demais setores caíram como costumam cair em dezembro, sem que isso signifique uma retração generalizada na produção.

Creio que ajudaria a compreensão dos leitores se as matérias não terminassem por eclipsar o fato mais importante: depois de uma queda de 2,5% em 2012, a indústria brasileira teve uma recuperação, ainda que tímida, de 1,2%.

Poderia ser melhor, aliás, sem a alta dos juros.

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4 respostas

  1. O governo tem que abaixar os juros para garantir os empregos e a reeleição da presidenta. A inflação deve ser controlada com a alta do iof sobre financiamento e aumento do depósito compulsório dos bancos.

    1. O governo deveria regulamentar privilegiando os investimentos ou especulação de médio e longo prazo e penalizar forte o de curto prazo. Regulamentar o consumo pela capacidade de pagamento dos tomadores de empréstimos ou de crediários. Feito isso. não será necessário o deposito compulsório. Quanto mais recursos com os bancos menor será os juros praticados pelos bancos pq eles não vão querer ficar com esses montantes sem ter onde aplicar. Só sobra o setor produtivo. Lembro que o governo paga juros aos bancos sobre o dep. compulsório.

  2. Esse segmento merece uma abertura de caixa preta. Inúmeros modelos foram lançados recentemente, no entanto, quando vc avalia a melhoria na segurança, consumo e no conforto, todos ficam a desejar, donde se conclui que fazem uma maquiagem externa e aumentam o preço em 3000 a 5000 reais no modelo novo que não traz nada de novo, só visual. São veículos que não atendem as normas no EUA e na Europa mais o preço é quase o dobro dos que são vendidos lá fora com mais segurança e muito mais acessórios. Esse é um segmento que está merecendo ser destrinchado. Tem recebido benecias do governo maximizando seus lucros, não é atoa que todo mundo está montando uma fabriquinha aqui, o envio de royalties para a matriz tem sido uma galinha dos ovos de ouro.

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