O Brasil não tem mais um Ministro da Defesa, mas um ordenança militar de Jair Bolsonaro no comando das Forças Armadas.
Traduzindo, não há mais um interlocutor político entre o governo e os comandantes das três Armas, mas um ajudante de ordens militar com posição de comando sobre as corporações militares, fazendo de seus comandantes figuras menores, simples aplicadores ou reprodutores de ordens palacianas.
Braga Netto não tem divisões para uma ofensiva que sustente a quebra da institucionalidade.
E quando não se tem forças para avançar, dominar e ocupar, ou não se faz ofensiva ou ela está fadada ao fracasso.
Os militares, que há décadas estudam para aprender, desde o Vietnã, que guerras são ganhas não apenas pelas armas, mas pela opinião pública. Nem mesmo 64 foi um golpe que o ignorasse, e os avós de Braga Netto se serviram de uma mobilização da classe média, da igreja, da imprensa e dos políticos, além de um clima mundial de Guerra Fria que validava tudo o que se poderia chamar de “comunismo”, sob
É impressionante, portanto, que um alto oficial das Forças Armadas, dominado pelo ódio do bolsonarismo, arrisque – não a si, mas às próprias Forças Armadas – a absorver para a instituição o desgaste de Jair Bolsonaro.
Braga Netto está agindo como uma espécie de “Super Bonder”, colando as Forças Armadas ao atual presidente e vai levá-las ao mais que previsível buraco onde ele vem caindo.
Mas, ainda pior, ameaçando o país, serve, como dizia Leonel Brizola, para “amarrar a vaquinha para outros mamarem”.
E quem mama, claro, é o Centrão que faz deles, afinal, merecedores de um “obrigado, esparro”, porque sem eleição presidencial, não terá também de se expor a eleições parlamentares.
Não é o “se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”. Sem eleições, ficam todos.