A Folha acertou hoje um míssil devastador para a imagem dos militares brasileiros que, em sua imensa maioria, não estão na “boca rica” do cercadinho militar do Palácio do Planalto.
Revelou a soma recebida a mais, no último ano, pela dúzia de generais que estão ocupando ministérios e funções de confiança, nomeados por Jair Bolsolaro e beneficiados por uma portaria, assinada em 30 de março de 2021, que lhes permitiu ganhar até o dobro do teto constitucional de remuneração igual da de um ministro do STF (R$ 39.3 mil).
A lista: Luiz Carlos Ramos, o general secretário de Governo, levou R$ 350 mil além do teto; o soturno general Augusto Heleno, um “extra-teto” de R$ 342 mil, O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, em terceiro, embolsou R$ 318 mil a mais em um ano, mesmo tendo dito que a benesse era “imoral”. Em quarto, vem o ínclito general Walter Braga Neto, com “apenas” R$ 312 mil de bônus, porque teve de deixar o ministério para ficar com uma “boquinha” menor de assessor especial, para poder ser o candidato a vice do “Mito”.
Os quatro passaram a uma remuneração anual de perto de R$ 900 mil, sem contar os “atrasados”, porque a portaria “dobra o teto” vale a partir de janeiro passado.
O grupo de privilegiados, claro, é restrito e nele até que Jair Bolsonaro é dos mais modestos, porque recebeu apenas R$ 26 mil de “extras”.
Mas o dano à imagem dos oficiais-generais é imenso.
Se algum deles duvidar, que vá ler a enxurrada de comentários que, poucas horas depois de publicada, a notícia provocou.
E, como diz um dos que comenta, não ser diga que se quer desmoralizar os militares.
Alguns de seus próprios generais se encarregam disso.