Ela não é o mesmo que a evasão fiscal, que conhecemos como sonegação, mas é, digamos, sua prima sofisticada.
Não se está falando que a elisão de impostos é crime. Ao contrário, ela é muito bem articulada por escritórios de advocacia que fazem tudo formalmente dentro da lei – ou melhor, por suas brechas – para pagar menos impostos.
E imposto é o que sustenta, nos EUA, aqui e em qualquer parte do mundo, os gastos e investimentos sociais.
Esta semana, os americanos ficaram boquiabertos em ouvir Tim Burton, presidente da Apple, admitir os arranjos que sua empresa fez para deixar de pagar US$ 44 bilhões em impostos federais entre 2009 e 2012.
Uma das “espertezas” foi se dividir em várias subsidiárias, uma delas na Irlanda, onde teve um lucro de US$ 30 bilhões, mesmo sem ter nenhum funcionário registrado nesta empresa.
Burton disse não ter feito nada de ilegal e ainda se gabou de pagar US$ 6 bilhões em impostos no ano de 2012. O lucro líquido – descontados os impostos, inclusive – da Apple foi de perto de US$ 42 bilhões.
A prática não é diferente para outras gigantes, como a Microsoft, a Google, a Cisco Systems e a Coca-Cola, que mantêm até 89% do seu capital – embora não os lucros – fora dos EUA.
A The Economist publicou dados muito interessantes sobre o peso dos lucros e dos impostos das corporações americanas, mostrando, em valores atualizados, como os primeiros sobem e as taxas caem continuamente. Em 1947, no pós guerra e ainda no “estado de bem-estar social”, os impostos sobre a renda correspondiam a 38% dos lucros das empresas . Ano passado, a relação era de apenas de 12,4%, três vezes menor
Assim, não é surpresa a formação de um imenso déficit público e a grita por cortes nas despesas sociais americanas, claro que prejudicando os mais pobres.
No Brasil, das 15 empresas que mais pagaram imposto em 2011, segundo a revista Exame, apenas três não eram estatais ou concessionárias de serviços públicos – que, óbvio, repassam todos eles para os consumidores: a Vale (US$ 5,26 bilhões), a Ambev (US$ 4,6 bi) e a Fiat (US$ 2,6 bi).
A primeiríssima, claro, é a Petrobras, que entre extração e distribuição de derivados, recolheu US$ 50 bilhões em 2011, mais que seu lucro líquido, de perto de R$ 34 bilhões. Já a Vale pagou US$ 5,26 em tributos frente a um lucro de perto de R$ 37,8 bi, ou cerca de US$ 19 bilhões.
Dá para comparar com quanto cada empresa contribui para a sociedade, embora se deva considerar que a Vale vem sendo sucessivamente condenada a pagar o que não recolheu com manobras jurídicas indevidas.
Contra isso, não há Instituto Millenium que reclame, claro.
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os eua. não é mais um pais, se tornou uma grande corporação, onde o ser humano é o que menos conta, o brasil esta caminhando para isto, mas se nossos politicos fizerem leis clara que o ser humano é mais importante, seremos exemplo para o mundo.
Um presidente dos EUA, já falecido, dizia que 'O negócio dos EUA são os negócios'... Está explicado...
Por que você não divulga uma lista das grandes empresas que não pagam impostos aqui no Brasil?