Jair Bolsonaro quer exigir “receita médica” para que se vacinem crianças conta a Covid. E “autorização” dos pais – o que é uma tolice, porque é evidente que crianças de 5 anos não vão ao posto sozinhass, muito menos para serem espetadas com uma agulha .
Diz ele que “criança é coisa muito séria [e] não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros e que deu “uma diretriz” ao seu “Pazuello de jaleco”, Marcelo Queiroga para providenciar isso.
Vacinas aplicadas em bilhões de pessoas, sem que haja nenhuma notícia de reações adversas sérias e disseminadas são evidências maiores que qualquer dos ensaios clínicos que se pudesse fazer.
Mas, se é assim, será que não se deveria fazer o mesmo nas muitas vacinas aplicadas nas crianças brasileiras contra a difteria, tétano, coqueluche, meningite, pólio, sarampo, rubéola, caxumba, hepatite B, febre amarela, rotavírus e outras que são obrigatoriamente aplicadas desde o nascimento até os 10 anos de idade?
Será que, “democraticamente”, estas crianças podem morrer ou terem sequelas destas doenças e que meninos e meninas agradeçam ao “tio Jair” terem escapado de espetadelas.
Mas é isso mesmo o que Bolsonaro quer?
Não, ele quer explorar o medo natural das pessoas em vacinarem-se e transformar isso em razão de apoio político.
Alguém deve ter contado a ele sobre a Revolta da Vacina [vacina contra a febre amarela] em 1904 e o sujeito acha que, quase 120 anos depois, vacinar-se é ainda algo capaz de provocar reações deste tipo.
É só isso o que se passa em sua cabeça doentia: mobilizar suas falanges negacionistas para criar comoção pública.
O resultado prático está aí; integrantes da Agência de Vigilância Sanitária sendo ameaçados de morte por anônimos bolsonaristas, tendo de ir pedir proteção ao Gabinete de Segurança Institucional, ao Ministério da Justiça, à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal.
O Herodes tropical está à toda.