Saiu nova pesquisa Ibope e, aparentemente, as tendências (e não necessariamente os números) são coerentes com o levantamento divulgado ontem, patrocinado pela corretora XP: Bruno Covas cresce, como seria de se esperar; Celso Russomanno cai, como também era previsível e Guilherme Boulos avança, como também é visível na campanha. O crescimento de Jilmar Tatto, candidato do PT, também é coerente, pela força remanescente da legenda entre os paulistanos.
Mesmo na toada lenta em que vão as mudanças, o gráfico mostra que a tendência é que o candidato do PSOL iguale ou até supere o candidato de Bolsonaro e faça o segundo turno com o protegido de João Doria.
Mas é em relação a Márcio França, candidato do PSB, que as duas pesquisas se contradizem. Na XP/Ipespe, França se mantém estagnado em 8% em todos os três levantamentos já realizados. No Ibope, na pesquisa anterior, tinha sete, que viram agora 11%, um forte crescimento que só este instituto registra.
“Segurar” Boulos pode ser uma tática que impeça a migração dos votos do eleitorado mais à esquerda para o candidato do PSOL e evitar um confronto de segundo turno que, embora as pesquisas sugiram que seria fácil para Covas, guarda incertezas pelo conteúdo anti-Doria que pode tomar.
O governador tem se mantido ausente da campanha de 1° turno, mas não poderá fazê-lo no segundo e, segundo as pesquisas, isso arrasta quase 40% de rejeição.
A campanha de Boulos, que tem a força da novidade, precisa da solidez de abrir-se politicamente e ter uma disposição de diálogo com outras forças políticas para as quais só muito recentemente o PSOL tem despertado.
Do contrário, mesmo surpreendendo na fase inicial, será massacrado na disputa final.
É a política que, para ser transformadora, tem de saber identificar aliados, transmitir confiança e nunca saber conciliar desejos e realidade.