Ainda nem se reabriu a CPI da Covid, recomeçam a surgir as situações suspeitas e, sobretudo, a observar-se que, nos corredores do Ministério da Saúde, na gestão Pazuello, tipos estranhos, absolutamente picaretas, circulavam à vontade.
Documentos falsos na compra da Covaxin, intimidade total entre os agentes da Precisa e dirigentes do Ministério, a “apuração” de irregularidades armada para parecer que Jair Bolsonaro mandou investigar, o bando de desclassificados da novela “Davati” misturados com um “reverendo” espertalhão, oferecendo vacinas inexistentes, em histórias que não iludiriam crianças de 12 anos, tudo isso volta à televisão diária e intensamente.
É fogo em cima do último argumento sobre a “qualidade’ de seu governo que o presidente tem para apresentar: o “estamos a dois anos e meio sem corrupção”.
A pesquisa do Atlas Político, publicada hoje pelo Valor, mostra que, apesar disso, o mito do “Bolsonaro é honesto” já não se sustenta mais. Os 54,6% que acham que ele está envolvido em corrupção superam os 52% que achavam o mesmo na pesquisa Datafolha, há três semanas atrás.
O número piora quando a pergunta é sobre seus aliados, no Congresso, no empresariado e no próprio governo.
Este é um conceito do qual político algum se livra com facilidade e sabemos muito bem o quanto as acusações feitas a Lula, mesmo derrubadas na Justiça, custam-lhe um pesado tributo até hoje.
O discurso moralista é pau que deu em Chico e que, gora, bate duro no Francisco.