A pesquisa mundial do Instituto Ipsos, divulgada hoje, não mostra nenhuma novidade em registrar que os brasileiros (69%) acreditam no óbvio: o fato de nosso país estar declinando.
Basta ver os “pacotes humanos”, embrulhados em papelões e farrapos nas calçadas de nossas cidades para percebermos, nem mesmo pesquisas são necessárias.
Também não surpreende que 3 a cada 4 brasileiros (82%) enxergue que a elite política e econômica não se preocupa com os trabalhadores, o segundo maior índice mundial.
Ou que percentagem igual creia que a economia [do país] é manipulada para favorecer os ricos e poderosos.
Muito menos que haja ampla maioria (78%) considerando que os partidos tradicionais são incapazes de resolver os problemas das pessoas comuns.
O dado mais importante é que a maioria crê que um líder forte é essencial para consertar o país. São 62%, bem mais do que o diziam em 2016 e em 2019.
Reside aí o problema de uma terceira via que não tem força própria a exibir e que depende, para ser competitiva, de que Jair Bolsonaro se desmanche totalmente ou de que haja um veto – militar, midiático ou judicial – a uma candidatura de Lula
Conseguiu que houvesse, em 2018, mas o fracasso que disso resultou tornou esquálidas a elas próprias.
A polarização do processo eleitoral não é uma invenção de Lula, é o que corresponde ao sentimento de exclusão em que a população se percebe nestes tempos.
Não será revertida por chororô ou marquetagem.