Foi além das piores expectativas.
A prévia do índice oficial de inflação – o IPCA-15, divulgado agora há pouco pelo IBGE – atingiu 1,05% e, pior, com uma variação de 2,59% no grupo Alimentação e Bebidas, sempre o de maior peso entre os mais pobres e, muito especialmente, nas festas de final de ano.
O “mercado” esperava algo em torno de 0,8% e o índice superou todas as medições para o mês desde 2002, exceto – e por pouco – a de 2015, em plena crise, quando assinalou aumento de 1,18%.
A séries da Fundação Getúlio Vargas para o índice de preços ao consumidor, bem assemelhada ao IPCA indica novas altas para a segunda quinzena do mês.
Ainda que o IPCA não suba em relação à sua prévia, como dezembro do ano passado registrou deflação, o acumulado em 12 meses deve passar de 3,27% para algo próximo de 4,25%.
O INPC, que mede a inflação entre as famílias mais pobres (até 5 salários mínimos, mais da metade dos brasileiros) vai terminar o ano entre 4,7 e 4,8%, ao que tudo indica.
A inflação gregoriana (a da virada de ano e reajuste de tarifas e contratos) e os aumentos de preço típicos do verão, na área de alimentos, podem jogar o Brasil na insólita situação de ter juros abaixo da inflação.
Seria o melhor dos mundos, claro, se funcionasse.
8 respostas
Lembrando que o INPC corrige as aposentadorias e pensões do INSS. Guedes vai ter um ataque apoplético quando fizer as continhas dos “velhos pobres”, como deve se referir a essa população. Haviam baixado o cálculo do reajuste do INSS para 3,26%…antes do salto da inflação de final de ano. Quero só ver se terão coragem de dar calote nos aposentados.
Fica dando idéia não porra.
Seria muito bom se tudo não estivesse sendo feito às custas da miséria da população mais pobre. Já vimos esse filme nos anos 1970. E o Peru, nosso vizinho, está aí como exemplo de país que nos últimos 20 anos tem lindos indicadores macroeconômicos e a maioria da população na miséria permanente. É o que acontece quando não se toma nenhuma medida para diminuir a desigualdade.
E a mídia fazendo Ilusionismo das cartas (economia, PIB, pleno emprego, consumo, inflação, corrupção) objetivo impressionar a cabeço do povão!!!
Há 90 dias fui ao mercado que vou desde 2005. Comprei 1 kilo de filé de costela por R$ 26,00. Ontem custava R$ 38,30. Ficou lá…
A verificar-se a previsão que Fernando Brito faz no final do seu penúltimo parágrafo (juros reais negativos), o Brasil entrará no mesmo time do Japão, Europa e EUA. Só falta agora o Brasil atingir as taxas de juro reais negativas, como as que se vivem hoje na Europa e no Japão, algo tido com uma impossibilidade pela chamada escola austríaca, mas que já se tornou uma realidade bem presente e real.
E ontem na feira aqui perto de casa o kg da uva rosada custava 8 reais, com previsão para custar 12 reais antes de 1º de janeiro. E sem esquecer que janeiro é o famoso mês do IPÊ (IPTU, IPVA). Da minha parte estou imóvel esse final de ano: nem respiro para não gastar ar.
IBGE ? Sinto no bolso algo maior do que 10%, tudo aumentou muito, quando não sumiu do mercado, e pensar que faziam escândalo quando o tomate subiu. Eta mídia canalha.