Não bastaram os telefonemas e os e-mails.
O The Guardian revelou hoje que a Agência Britânica de Vigilância (GCHQ) e A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) gravaram clandestinamente as câmaras de vídeo de 1,8 milhão de usuários dos programas de mensagens do Yahoo, o segundo maior servidor de e-mail do mundo depois do Gmail.
Entre 2008 e 2010, um programa de espionagem chamado “Nervo Ótico” gravou bilhões de imagens, de cinco em cinco minutos, de cada câmara utilizada em chats e outros programas de comunicação do Yahoo, ao que parece sem o conhecimento nem da empresa.
O jornal inglês diz que até 11% das imagens da webcam Yahoo colhidas continham “nudez indesejável” e se tornaram um problema, acreditem, até para o voyeurismo dos agentes de espionagem.
As revelações do material recolhido por Edward Snowden parecem não ter fim: até as imagens captadas pelos games óticos, do tipo Xbox, estavam sendo algo do interesse da espionagem.
A mídia, que se interessa tanto em denunciar as violações à liberdade de imprensa em governos de esquerda sejam ou não verdadeiras, deu pouco destaque a essa monstruosa violação à mais profunda privacidade pessoal: o próprio corpo.
E a direita brasileira ainda acha que foi “exagerada” a reação do Brasil à espionagem. Há poucos dias, Fernando Henrique condenou o cancelamento da visita de Dilma Rousseff aos EUA, dizendo que o caso era para um simples “adiamento”.
Ora, absurdo é o mundo se conformar diante de um nível tão insólito de invasão da privacidade.
Parece que a liberdade e a privacidade são sagradas, mas a vassalagem aos Estados Unidos é mais sagrada ainda,